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Capítulo 11: CAPÍTULO II

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CAPÍTULO II

Havia dois homens que arrastavam um grande leito de madeira do lugar em que ele estava para ao pé da parede que divide a casa em que me acho daquela em que se passava a CENA que descrevo, e exatamente para junto do lugar em que eu acabava de abrir o buraco que me servia de olho e de orelha.

Um desses homens dizia assim:

- Será o que muito bem quiser, mas eu é que não torno a vir cá a andar aos trambolhões com os móveis à hora da meia noite.

- Há de ter muita razão de queixa! tornava o outro. Dou-lhe uma libra para me ajudar, quero saber se não é melhor isto que estar lá em baixo estendido ao pé da manjedoura, à espera que chegue a carruagem para ir tratar dos cavalos, a enfastiar-se sem ganhar vintém.

Aquele que dizia estas palavras, enquanto se expressasse claramente, tinha todos os defeitos de pronúncia que distinguem o estrangeiro que fala português. Pela aspiração especial de certas vogais e pela contração hábil com que pronunciava os aa, era por certo alemão.

O que primeiramente falara, prosseguiu:

- É bom lucro… Parece que é bom lucro, mas eu para mim não o quero. E olhe que não encontra seis homens aqui na rua que entrem cá de noite, a estas horas, ainda que os pese a oiro!

- Para mudar uma cama!

- Não é pela cama, é por ser a casa que é!

- Ora adeus! que tem a casa?!…

- Não tem nada! É uma graça! Ela é de tal casta que o senhorio teve-a quatro anos por alugar, foi sempre baixando na renda e por fim dava-a já de graça e não tinha alma viva que lhe pegasse! A última gente que cá morou esteve só duas noites, e foi-se daqui tolhida com as coisas que lhe apareceram e com as trapalhadas que ouvia… Cruzes demónio! cruzes diabo!

- Petas! histórias da vida!

- O senhor! não me diga que são petas! Pois eu não vi a família!?… não estive com eles!? Fugiram de noite, fugiram à segunda noite que dormiram cá, estarrecidos de medo.

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pág. 56 (Capítulo 11)

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Capa do livro O Mistério da Estrada de Sintra
Páginas: 245
Página atual: 56

 
   
 
   
Os capítulos deste livro:
CARTA AO EDITOR, 1
PRIMEIRA PARTE - EXPOSIÇÃO DO DOUTOR
CAPÍTULO I
5
CAPÍTULO II 10
CAPÍTULO III 14
CAPÍTULO IV 18
CAPÍTULO V 25
CAPÍTULO VI 30
CAPÍTULO VII 37
SEGUNDA PARTE - INTERVENÇÃO DE Z.
CAPÍTULO I
44
TERCEIRA PARTE - DE F… AO MÉDICO
CAPÍTULO I
50
CAPÍTULO II 56
CAPÍTULO III 60
QUARTA PARTE - NARRATIVA DO MASCARADO ALTO
CAPÍTULO I
79
CAPÍTULO II 85
CAPÍTULO III 91
CAPÍTULO IV 94
CAPÍTULO V 102
CAPÍTULO VI 108
CAPÍTULO VII 113
CAPÍTULO VIII 118
CAPÍTULO IX 123
CAPÍTULO X 125
CAPÍTULO XI 130
CAPÍTULO XII 134
CAPÍTULO XIII 138
CAPÍTULO XIV 143
CAPÍTULO XV 149
QUINTA PARTE - AS REVELAÇÕES DE A. M. C.
CAPÍTULO I
154
CAPÍTULO II 163
CAPÍTULO III 165
CAPÍTULO IV 170
CAPÍTULO V 182
CAPÍTULO VI 187
SEXTA PARTE - A CONFISSÃO DELA
CAPÍTULO I
190
CAPÍTULO II 195
CAPÍTULO III 197
CAPÍTULO IV 204
CAPÍTULO V 208
CAPÍTULO VI 213
CAPÍTULO VII 217
CAPÍTULO VIII 221
CAPÍTULO IX 226
CAPÍTULO X 231
SÉTIMA PARTE - CONCLUEM AS REVELAÇÕES DE A. M. C.
CAPÍTULO I
236
CAPÍTULO II 240