Procurar livros:
    Procurar
Procurar livro na nossa biblioteca
 
 
Procurar autor
   
Procura por autor
 
marcador
  • Sem marcador definido
Marcador
 
 
 

Capítulo 31: CAPÍTULO IV

Página 170
CAPÍTULO IV

No dia seguinte à hora assignada apresentei-me em casa da condessa.

Era um prédio de um só andar, simples, branco, todo fechado. Abriu-se-me a porta da rua, apareceu-me um criado vestido de casaca azul com botões brancos, colete encarnado, calção curto. Era um homem velho, de cabelos brancos, polido e nédio como um embaixador, serio como uma estátua, penteado como um gentleman. Falou-me em francês e conduziu-me.

As escadas eram pintadas e envernizadas de branco, luzidias como o peito engomado de uma camisa. Ao meio dos degraus corria um tapete de veludo passado em varetas de cobre reluzente. No patamar projetava-se da parede uma concha de alabastro, cheia de plantas de longas folhas, em cima das quais gotejava a água de uma pequena fonte. No alto da escada a mobília era branca, as paredes forradas de verde, cobertas de molduras doiradas encerrando quadros a óleo. A luz, suave e alta, vinha através de vidros baços. Havia o ar sereno e o perfumado silêncio de uma tranquilidade elegante e feliz. Não me parecia o palácio de um fidalgo, nem o palacete de um burguês, mas sim o ninho doméstico de um poeta ou de um artista.

Levantou-se um reposteiro e entrei num a sala forrada de coiro, circundada de sofás e de poltronas com estofos de marroquim cravejado de aço, grandes vasos de porcelana e alguns bronzes, um dos quais representava o busto da condessa, assignado e datado de Milão. Um dos espessos reposteiros que cobriam as portas estava corrido e deixava ver, no meio da casa próxima, que era um salão antigo, um piano de ébano volumoso e longo em cujo flanco se lia em grandes carateres de prata o nome de Erard. Junto do piano, inclinado sobre um fauteuil, achava-se um violoncelo em frente de uma estante de marfim.

<< Página Anterior

pág. 170 (Capítulo 31)

Página Seguinte >>

Capa do livro O Mistério da Estrada de Sintra
Páginas: 245
Página atual: 170

 
   
 
   
Os capítulos deste livro:
CARTA AO EDITOR, 1
PRIMEIRA PARTE - EXPOSIÇÃO DO DOUTOR
CAPÍTULO I
5
CAPÍTULO II 10
CAPÍTULO III 14
CAPÍTULO IV 18
CAPÍTULO V 25
CAPÍTULO VI 30
CAPÍTULO VII 37
SEGUNDA PARTE - INTERVENÇÃO DE Z.
CAPÍTULO I
44
TERCEIRA PARTE - DE F… AO MÉDICO
CAPÍTULO I
50
CAPÍTULO II 56
CAPÍTULO III 60
QUARTA PARTE - NARRATIVA DO MASCARADO ALTO
CAPÍTULO I
79
CAPÍTULO II 85
CAPÍTULO III 91
CAPÍTULO IV 94
CAPÍTULO V 102
CAPÍTULO VI 108
CAPÍTULO VII 113
CAPÍTULO VIII 118
CAPÍTULO IX 123
CAPÍTULO X 125
CAPÍTULO XI 130
CAPÍTULO XII 134
CAPÍTULO XIII 138
CAPÍTULO XIV 143
CAPÍTULO XV 149
QUINTA PARTE - AS REVELAÇÕES DE A. M. C.
CAPÍTULO I
154
CAPÍTULO II 163
CAPÍTULO III 165
CAPÍTULO IV 170
CAPÍTULO V 182
CAPÍTULO VI 187
SEXTA PARTE - A CONFISSÃO DELA
CAPÍTULO I
190
CAPÍTULO II 195
CAPÍTULO III 197
CAPÍTULO IV 204
CAPÍTULO V 208
CAPÍTULO VI 213
CAPÍTULO VII 217
CAPÍTULO VIII 221
CAPÍTULO IX 226
CAPÍTULO X 231
SÉTIMA PARTE - CONCLUEM AS REVELAÇÕES DE A. M. C.
CAPÍTULO I
236
CAPÍTULO II 240