O Mistério da Estrada de Sintra - Cap. 29: CAPÍTULO II Pág. 164 / 245

- Estás a tremer! disse-me o amigo a quem eu dera o braço.

- Não é nada… um estremecimento nervoso.

- Empalideceste, tens os beiços brancos e as orelhas encarnadas…

- Foi uma vertigem. Dá-me isto às vezes.

- Aí tens! é o efeito das vigílias e do abuso do tabaco nas funções do coração.

- E debilidade resultante da fome, exclamei eu sorrindo e mal podendo conservar-me de pé. Adeus que vou jantar!

E entrei na primeira carruagem de praça que passou por nós, enquanto o meu companheiro acrescentava:

- Agora estás afogueado e vermelho como lacre: toma ferro e bromureto.

Quando cheguei a casa tinha febre, e via por fora do casaco o bater do coração.

Não tornei mais a encontra-la senão na noite da catástrofe.

O meu romance misterioso e absurdo acabou então, cedendo o seu lugar à tragedia em que entramos juntos.





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