A primeira impressão que senti foi a da repulsão e do tédio. Saindo de casa pouco depois da leitura do seu periódico, procurei o meu amigo para lhe ler a passagem que lhe dizia respeito, e pôr-me à sua disposição no caso que precisasse de mim para pedir quanto antes à redação do Diário de Noticias a satisfação de honra, que homens de educação e de brio não poderiam decerto recusar a semelhante agravo.
Em casa do meu amigo acabo porém de saber, cheio de confusão e de surpresa, que ele desapareceu e que é ignorado o seu destino!
Este desaparecimento e a coincidência achada na carta do doutor levam-me desgraçadamente a acreditar que por estranhas fatalidades o meu infeliz amigo se acha involuntariamente envolvido neste tenebroso negócio. A data do desaparecimento dele condiz perfeitamente com a que encontro na carta do seu correspondente. É claro que há pois em volta da pessoa de A. M. C., uma intriga real, uma emboscada talvez, uma traição.
Serei tristemente obrigado a ter por verídica, no todo ou em parte, a notícia que leio na sua folha?
Julgo do meu dever assegurar o seguinte:
Não sei o que o meu amigo A. M. C. ia fazer alta noite a essa casa desconhecida, tendo uma chave dela, martelo e pregos.