O Mistério da Estrada de Sintra - Cap. 2: PRIMEIRA PARTE - EXPOSIÇÃO DO DOUTOR
CAPÍTULO I Pág. 6 / 245

Um quarto individuo, igualmente de costas para nós, estava perto do valado do outro lado do caminho, procurando alguma coisa, talvez uma pedra para calçar a carruagem.

É o resultado das sob-rodas que tem a estrada, observou o meu amigo. Provavelmente o eixo partido ou alguma roda desembuchada.

Passávamos a este tempo pelo meio dos três vultos a que me referi, e F… tinha tido apenas tempo de concluir a frase que proferira, quando o cavalo que eu montava deu repentinamente meia volta rápida, violenta, e caiu de chapa.

O homem que estava junto do valado, ao qual eu não dava atenção porque ia voltado a examinar a carruagem, determinara essa queda, colhendo repentinamente e com a máxima força as rédeas que ficavam para o lado dele e impelindo ao mesmo tempo com um pontapé o flanco do animal para o lado oposto.

O cavalo, que era um poldro de pouca força e mal manejado, escorregou das pernas e tombou ao dar a volta rápida e precipitada a que o tinham constrangido.

O desconhecido fez levantar o cavalo segurando-lhe as rédeas, e, ajudando-me a erguer, indagava com interesse se eu teria molestado a perna que ficara debaixo do cavalo.

Este individuo tinha na voz a entoação especial dos homens bem educados. A mão que me ofereceu era delicada. O rosto tinha-o coberto com uma mascara de cetim preto. Entrelembro-me de que trazia um pequeno fumo no chapéu. Era um homem ágil e extremamente forte, segundo denota o modo como fez cair o cavalo.

Ergui-me alvoroçadamente e, antes de ter tido ocasião de dizer uma palavra, vi que, ao tempo da minha queda, se travara luta entre o meu companheiro e os outros dois indivíduos que fingiam examinar a carruagem e que tinham a cara coberta como aquele de que já falei.

Puro Ponson du Terrail! Dirá o Sr.





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