Um Caso Tenebroso - Cap. 11: XI - DESFORRA DA POLÍCIA Pág. 125 / 249

- Os Senhores de Hauteserre e de Simeuse, depois dos últimos acontecimentos, desistiram de pegar em armas contra a França. Têm pouca simpatia pelo governo imperial, e fazem parte do inúmero dessas pessoas que Vossa Majestade terá I de conquistar; mas contentar-se-ão em viver no solo francês, obedientes às leis - disse o ministro.

Em seguida apresentou ao imperador uma carta que recebera, e onde esses mesmos sentimentos eram expressos.

- Coisa tão franca deve ser sincera - observou o imperador, olhando para Lebrun e para Cambacérês. - Que objecções tendes ainda a fazer? - perguntou ele a Fouché.

- No interesse de Vossa Majestade - respondeu o futuro ministro da polícia geral -, peço licença para ser eu a transmitir a esses senhores a sua irradiação, quando ela estiver definitivamente concedida - disse em alta voz.

- Pois seja - tornou-lhe Napoleão, ao ver uma expressão preocupada no rosto de Fouché.

Este breve conselho foi interrompido sem que o assunto parecesse arrumado; mas teve como resultado deixar na memória de Napoleão uma nota suspeitosa a respeito dos quatro gentis-homens. O Senhor de Hauteserre, que acreditava no bom êxito do seu empreendimento, escreveu uma carta onde anunciava a boa nova. Não causou surpresa, portanto, aos habitantes de Cinq-Cygne, verem, alguns dias depois, Goulard participar à Senhora de Hauteserre e a Laurence que deveriam mandar os quatro gentis-homens a Troyes, onde o prefeito lhes entregaria. o decreto que os reintegrava em todos os seus direitos, depois da prestação de juramento e a adesão às leis do Império. Laurence respondeu ao maire que mandaria avisar os seus primos e os Senhores de Hauteserre.

- Então eles não estão aqui? - perguntou Goulard.

A Senhora de Hauteserre olhou ansiosamente para a jovem, que saiu do salão, deixando o maire, para consultar Michu.





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