Esse caminho passava por um ponto culminante de onde se divisava o parque de Gondreville.
- Fogo! - disse Laurence, vendo uma coluna de fogo azulíneo.
- Alguma fogueira - respondeu Michu.
Laurence, que conhecia os mais pequenos atalhos da floresta, deixou a caravana e esporeou o cavalo em direcção ao pavilhão de Cinq-Cygne, a antiga morada de Michu. Embora o pavilhão estivesse deserto e fechado, a cancela aberta e o rasto de vários cavalos chamaram a atenção de Laurence. A coluna de fumo erguia-se de uma pradaria do parque inglês onde ela supôs que estivessem a queimar erva.
- Ah! também a Menina cá está - exclamou Violette, que saiu do parque no seu potro, a todo o galope, estacando diante de Laurence. - Temos farsa de camava~, não- é verdade? Não o vão matar, pois não?
- A quem?
- Os seus primos não querem que ele morra?
- Que morra, quem?
- O senador.
- Estás doido, Violette!
- Mas então, que está a Menina aqui a fazer? - perguntou ele.
Ao lembrar-se do perigo que os seus primos corriam, a intrépida amazona enterrou as duas esporas nos flancos da égua e chegou ao terreno na altura em que carregavam os sacos.
- Alerta! Não sei o que se está a passar. Mas voltemos para Cinq-Cygne!
Enquanto os jovens se consagravam ao transporte do tesouro salvo pelo velho marquês, desenrolava-se uma estranha cena no castelo de Gondreville.
Pelas duas horas da tarde, jogavam o xadrez o senador e o seu amigo Grévin diante da lareira acesa, na grande sala do rés-do-chão. A Senhora Grévin e a Senhora Marion conversavam ao canto do mesmo fogão, sentadas, num canapé. O pessoal do castelo fora todo assistir a uma curiosa mascarada anunciada havia muito na circunscrição de Arcis. A família do guarda que substituíra Michu no pavilhão de Cinq-Cygne também fora à festa.