Um Caso Tenebroso - Cap. 14: XIV -AS CIRCUNSTÂNCIAS DO CASO Pág. 157 / 249

Apenas se encontravam no solar o criado de quarto do senador e Violette, O guarda-portão, dois jardineiros e as respectivas, mulheres estavam em casa; mas os seus pavilhões ficavam daquele ruído; levantou-se e deu com os cinco mascarados, que a trataram como haviam tratado Violette e o criado de quarto; depois entraram violentamente no salão, onde os dois mais robustos se apoderaram do conde de Gondreville, o amordaçaram e levaram consigo pelo parque, enquanto os três outros amarravam .e amordaçavam igualmente a Senhora Marion e o notário, cada um na sua poltrona. A execução do atentado não durou mais de meia hora.

Os três desconhecidos, daí a pouco reunidos com os que tinham raptado o senador, rebuscaram o castelo do subterrâneo ao sótão. Abriram todos os armários, sem arrombar fechadura alguma; sondaram as paredes, e estiveram de posse da casa até às cinco horas da tarde. Nessa altura acabava o criado de rasgar com os dentes as cordas que amarravam as mãos de Violette. Uma vez desembaraçado da [sua mordaça, este pôs-se a gritar por socorro. Ao ouvirem gritos, os cinco desconhecidos desceram para os jardins, montaram em cavalos parecidos com os de Cinq-Cygne, e desapareceram, mas não tão rapidamente que Violette os não pudesse ver. Depois de desatar o criado de quarto, que, por sua vez, desatou as duas senhoras e o notário, Violette montou no seu potro e cavalgou atrás dos malfeitores. Ao chegar ao pavilhão tão estupefacto ficou vendo abertos os dois batentes do portão como por ver ali especada, como sentinela, a Menina de Cinq-Cygne.

Situados à entrada dos pátios, no extremo da avenida de Arcís. e a distância entre estas dependências e o castelo não permite que aí se ouça um tiro de espingarda. Aliás, essa gente, sentada no limiar da porta, olhava na direcção de Arcis, que fica a meia légua de distância, na esperança de ver aparecer a mascarada.





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