Um Caso Tenebroso - Cap. 15: XV - A JUSTIÇA SEGUNDO O CÓDIGO DE BRUMÁRIO DO ANO IV Pág. 163 / 249

Seguro da actividade do prefeito de Aube, que enviou estafetas a todas as prefeituras vizinhas da de Troyes, encarregadas de procurar rasto dos Cinco homens mascarados e do senador, Lechesneau principiou por estabelecer as bases da sua investigação. Este trabalho foi rapidamente executado, graças a duas cabeças judiciárias tão fortes como as de Grévín e do juiz de paz: O juiz de paz; de nome Pigoult, antigo primeiro ajudante do cartório onde Malin e Grévin haviam estudado rabulice em Paris, foi nomeado, três meses depois, presidente do tribunal ,de Arcis. No que dizia respeito a Michu. Lechesneau tinha conhecimento das ameaças feitas anteriormente por este homem ao Senhor Marion, e da emboscada a que o senador escapara no seu próprio parque.

Estes dois factos, um dos quais consequência do outro, deviam ser as premissas do atentado presente, e designavam com tanto mais razão o antigo guarda como chefe dos malfeitores, quanto era certo Grévin, sua mulher, Violette e a Senhora Marion declararem terem reconhecido nos cinco indivíduos mascarados um homem que se parecia por uma pena com Michu. A cordas olhos, a das suíças e a estatura atarracada do indivíduo quase dispensavam o disfarce. Quem senão Michu, aliás, teria podido abrir o portão de Cinq-Cygne com uma chave? O guarda e a mulher, de regresso de Arcis, interrogados, declararam ter fechado à chave os dois portões, Estes, examinados pelo juiz de paz, assistido pelo guarda-campestre e pelo escrivão; não mostraram o mais, pequeno sinal de arrombamento.

- Quando o pusemos na rua, naturalmente ficou com as chaves duplas do castelo- disse Grévin. - E deve ter congeminado qualquer golpe desesperado, pois vendeu os seus bens em vinte dias, e recebeu respectivo dinheiro no meu cartório anteontem mesmo.





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