Um Caso Tenebroso - Cap. 16: XVI - AS DETENÇÕES Pág. 175 / 249

- Estes senhores são acusados de terem raptado o senador à mão armada e de o haverem sequestrado, pois não acreditamos que o tenham matado, apesar das aparências dizerem o contrário.

- E em que pena incorrem os autores desse, crime? - perguntou o pobre do Senhor de Hauteserre.

- Como as leis que não foram revogadas pelo Código actual estão em vigor, a pena a aplicar é a de morte - respondeu o juiz de paz.

- A pena de morte! - exclamou a Senhora de Hauteserre, que desmaiou.

O cura apresentou-se neste momento com a senhora sua irmã, que chamou Catarina e a Durieu.

- Mas nós nem sequer o vimos, ao vosso maldito senador! - exclamou Michu.

- A Senhora Marion, a Senhora Grévin, o Senhor Grévin, o criado de quarto do senador, Violette, não podem dizer o mesmo de si - tornou-lhe Pigoult, com um sorriso ácido de magistrado convicto.

- Não percebo nada! - disse Michu, fulminado de espanto diante desta resposta; e que desde então começou a acreditar, que estariam a ser vítimas de qualquer trama urdida contra eles.

Nesta altura, toda a gente voltou das cavalariças. Laurence acudiu à Senhora de Hauteserre, que recuperou os sentidos para lhe dizer:

- A pena de morte!

- Pena de morte!... - repetiu Laurence, olhando para os quatro gentis-homens.

Esta frase espalhou um calafrio em volta, de que tirou partido Giguet, homem instruído que era por Corentin.

- Tudo pode, ainda remediar-se - disse ele, conduzindo o marquês de Simeuse para um recanto da sala de jantar -; talvez tudo isto não passe de uma brincadeira. Que diabo! Os senhores foram militares. Entre soldados, as pessoas entendem-se. Que fizeram do senador? Se o mataram, não se fala mais nisso; mas, se o sequestraram, entreguem-no! Como vedes, o vosso golpe falhou.





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