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Capítulo 17: XVII - DÚVIDAS DOS DEFENSORES OFICIOSOS

Página 184
O Senhor de Hauteserre enxugou algumas gotas de suor que lhe perlavam a testa. Laurence fitou o jovem advogado e viu-lhe uma expressão contristada.

- Então, meu caro Bordin? - disse o marquês, oferecendo-lhe a sua caixa de rapé, onde o procurador meteu os dedos distraidamente para tirar uma pitada.

Bordin esfregou as barrigas das pernas enfiadas em grossas meias de filoselle preto, pois estava com calções de pano escuro, e trazia uma casaca que, pela sua forma, dir-se-ia talhada à francesa; relanceou o olhar malicioso aos seus clientes, procurando imprimir-lhe uma expressão receosa., mas gelou-os.

- Acham que devo dissecar o caso - disse ele -, e falar-lhes francamente?

- Faz favor! - incitou-o Laurence.

- Tudo que fizeram de bem feito se voltará contra vós - disse-lhe então o velho prático. Não podemos salvar os seus parentes; quando muito, podemos atenuar-lhes a pena. A venda que mandaram fazer dos bens de Michu será tomada como a mais evidente prova das vossas intenções criminosas na pessoa do senador. Mandastes o pessoal propositadamente para Troyes, a fim de estardes sós, e isso será tanto mais plausível quanto é certo ser verdade. O mais velho dos Hauteserre disse a Beauvisage uma palavra terrível, que os perde a todos. A Menina pronunciou outra, no pátio da sua casa, a qual provava, com grande antecedência, as vossas más intenções a respeito de Gondreville. Quanto a si, Menina estava em observação na altura do rapto; se a não inculparam ainda, foi para não introduzirem um elemento de interesse no caso.

- A causa não é defensável! - exclamou o Senhor de Granville.

- É-o tanto menos - voltou Bordin - quanto é certo não podermos dizer a verdade. Michu, os Senhores de Simeuse e de Hauteserre devem apenas sustentar que foram consigo à floresta durante parte do dia e que vieram almoçar a Cinq-Cygne.

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pág. 184 (Capítulo 17)

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Capa do livro Um Caso Tenebroso
Páginas: 249
Página atual: 184

 
   
 
   
Os capítulos deste livro:
I - OS JUDAS 1
II – PROJECTO DE UM CRIME 16
III - AS MALÍCIAS DE MALIN 25
IV - FORA A MÁSCARA! 35
V – LAURENCE DE CINQ-CYGNE 43
VI - FISIONOMIAS REALISTAS NO TEMPO DO CONSULADO 54
VII - A VISITA DOMICILIARIA 67
VIII-UM RECANTO DA FLORESTA 78
IX - DESDITAS DA POLÍCIA 90
X - LAURENCE E CORENTIN 104
XI - DESFORRA DA POLÍCIA 117
XII - UM DUPLO E MESMO AMOR 128
XIII – UM BOM CONSELHO 140
XIV -AS CIRCUNSTÂNCIAS DO CASO 151
XV - A JUSTIÇA SEGUNDO O CÓDIGO DE BRUMÁRIO DO ANO IV 159
XVI - AS DETENÇÕES 168
XVII - DÚVIDAS DOS DEFENSORES OFICIOSOS 178
XVIII – MARTA COMPROMETIDA 190
XIX-OS DEBATES 196
XX – HORRÍVEL PERIPÉCIA 212
XXI - O BIVAQUE DO IMPERADOR 222
XXII-DISSIPAM-SE AS TREVAS 236