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Capítulo 17: XVII - DÚVIDAS DOS DEFENSORES OFICIOSOS

Página 185
Mas se pudéssemos provar que estavam no castelo às 3 horas, no momento em que se perpetrava o atentado, onde as nossas testemunhas? Marta, a mulher de Um dos acusados; os Durieu, Catarina, gente ao vosso serviço; o Senhor e a Senhora, pai e mãe de dois dos acusados? Essas testemunhas não têm valor algum; a lei não as admite contra si, o bom senso repele-as a vosso favor. Se, por desgraça, dissésseis que tínheis ido buscar um milhão de francos em oiro à floresta, mandaríeis todos os acusados para as galés como ladrões. Acusador público, jurados, juízes, audiência e a própria França acreditariam que tínheis ido buscar esse oiro a Gondreville, e que havíeis sequestrado o senador para realizardes o vosso golpe. Admitindo a acusação tal como ela está neste momento, o caso não me parece claro; mas na sua verdade pura tornar-se-ia límpido: os jurados explicariam pelo roubo todas as suas partes tenebrosas, pois realista, hoje em dia, quer dizer salteador. O caso actual apresenta uma vingança admissível na situação política. Os acusados incorrem na pena de morte, mas essa pena não é desonras aos olhos de ninguém; enquanto que, misturando-lhe a subtracção das espécies monetárias, que nunca se apresentará como legítima, perdereis os benefícios do interesse que anda relacionado com condenados à morte cujo crime parece desculpável. Num primeiro momento, quando pudésseis mostrar o vosso esconderijo, o plano da floresta, os canudos de lata, o oiro, justificando assim o emprego do vosso dia" talvez fosse possível obter qualquer coisa na presença de magistrados imparciais; mas no estado actual das coisas o melhor é calarmo-nos. Deus queira que nenhum dos seis acusados tenha comprometido a causa, mas havemos de tirar partido dos seus interrogatórios.

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pág. 185 (Capítulo 17)

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Capa do livro Um Caso Tenebroso
Páginas: 249
Página atual: 185

 
   
 
   
Os capítulos deste livro:
I - OS JUDAS 1
II – PROJECTO DE UM CRIME 16
III - AS MALÍCIAS DE MALIN 25
IV - FORA A MÁSCARA! 35
V – LAURENCE DE CINQ-CYGNE 43
VI - FISIONOMIAS REALISTAS NO TEMPO DO CONSULADO 54
VII - A VISITA DOMICILIARIA 67
VIII-UM RECANTO DA FLORESTA 78
IX - DESDITAS DA POLÍCIA 90
X - LAURENCE E CORENTIN 104
XI - DESFORRA DA POLÍCIA 117
XII - UM DUPLO E MESMO AMOR 128
XIII – UM BOM CONSELHO 140
XIV -AS CIRCUNSTÂNCIAS DO CASO 151
XV - A JUSTIÇA SEGUNDO O CÓDIGO DE BRUMÁRIO DO ANO IV 159
XVI - AS DETENÇÕES 168
XVII - DÚVIDAS DOS DEFENSORES OFICIOSOS 178
XVIII – MARTA COMPROMETIDA 190
XIX-OS DEBATES 196
XX – HORRÍVEL PERIPÉCIA 212
XXI - O BIVAQUE DO IMPERADOR 222
XXII-DISSIPAM-SE AS TREVAS 236