Um Caso Tenebroso - Cap. 19: XIX-OS DEBATES Pág. 211 / 249

O acusador pediu que a sua réplica fosse adiada para o dia seguinte. Debalde Bordin - que via uma absolvição nos olhos dos jurados, caso eles deliberassem ainda sob a impressão dos discursos de defesa - se opôs, com argumentos de facto e de direito, a que mais uma noite lançasse as suas angústias no coração dos seus constituintes inocentes: o tribunal deliberou.

- O interesse da sociedade parece-me tão respeitável como o dos acusados - disse o presidente. - O tribunal faltaria a todos os seus deveres de cortesia se recusasse semelhante pedido à defesa; deve, pois, concedê-lo à acusação.

- Tudo corre mal- disse Bordin, olhando para os seus constituintes -; absolvidos esta noite, podereis ser condenados amanhã.

- Seja como for - disse o mais velho dos Simeuse -, não podemos deixar de o admirar.

A Menina de Çinq-Cygne tinha as lágrimas nos olhos. Depois das dúvidas manifestadas pelos defensores, não podia acreditar num êxito daqueles. Felicitavam-na e todos vinham prometer-lhe a absolvição dos primos. Mas este caso ia agora I passar pelo golpe de teatro mais surpreendente, mais sinistro e mais imprevisto que ainda alterou o aspecto de um processo criminal!





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