Logo que estes interrogatórios acabaram, o júri e os advogados foram avisados da continuação do julgamento. Às três horas o presidente abria a sessão, anunciando que os debates iam recomeçar com novos elementos. O presidente mandou mostrar a Michu as três garrafas de vinho, e perguntou-lhe se as conhecia como suas, chamando-lhe a atenção para a semelhança do lacre de duas garrafas vazias com o de uma cheia, retirada nessa manhã de, sua casa pelo juiz de paz na presença da mulher; Michu negou-se a reconhecê-las como suas; mas estes dois elementos de prova foram apreciados pelos jurados, a quem o presidente explicou que as garrafas vazias acabavam de ser encontradas no local em que o senador fora detido. Um por um interrogaram os acusados relativamente ao subterrâneo situado debaixo das ruínas do convento. Foi estabelecido, durante, os debates, após uma nova prova testemunhal de todas as testemunhas de acusação e de defesa, que aquele esconderijo, descoberto por Michu, só dele era conhecido, de Laurence e dos quatro gentis-homens. Pode calcular-se o efeito produzido na audiência e nos jurados no momento em que o acusador público anunciou que aquele subterrâneo, apenas do conhecimento dos acusados e de duas testemunhas, fora o cárcere do senador. Marta compareceu diante do tribunal. A sua entrada provocou a mais viva ansiedade no auditório e entre os acusados. O Senhor de Granville levantou-se para se opor ao testemunho da mulher, que vinha depor, contra o marido. O acusador público observou que, segundo confissão sua, Marta era cúmplice do delito; não tinha nem de prestar juramento, nem de fazer declarações, como testemunha; devia apenas ser, ouvida no interesse da verdade.