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Capítulo 20: XX – HORRÍVEL PERIPÉCIA

Página 215

- Mais não precisamos, de resto, do que proceder à leitura do seu interrogatório perante o director do júri - disse o presidente, que mandou que o escrivão lesse o auto instaurado nessa manhã.

- Confirma as suas declarações? - disse o presidente.

Michu olhou para a mulher, e Marta, que compreendeu o erro em que fora induzida, caiu sem sentidos. Sem exagero pode dizer-se que aquilo foi como um raio caído no banco dos réus e no dos seus defensores.

- Eu nunca escrevi à minha mulher desde que estou preso, e não conheço nenhum dos empregados da cadeia - protestou Michu.

Bordin passou-lhe para a mão os fragmentos da carta. Michu, apenas lhe relanceou um olhar:

- A minha letra foi imitada! - exclamou ele.

- Negar é o seu último recurso - tornou-lhe o acusador público.

Introduziram então no tribunal o senador com as cerimónias prescritas para tal recepção. A sua entrada foi teatral. Malin, a quem os magistrados chamaram conde de Gondreville, sem respeito pelos antigos proprietários dessa bela residência, observou os acusados com toda a atenção, e por muito tempo, a convite do presidente. Reconheceu que os trajes dos seus raptores eram efectivamente os dos gentis-homens; mas declarou que a perturbação dos sentidos no momento do rapto o impedia de afirmar que os acusados fossem os culpados.

- Direi mais - acentuou -: estou convencido de que estes quatro cavaleiros não têm nada que ver com o caso. As mãos que me vendaram os olhos eram grosseiras, Por isso - continuou Malin olhando para Michu - me inclino a crer que teria sido o meu antigo administrador quem se encarregou desse trabalho; mas peço aos senhores jurados que ponderem bem o meu depoimento. As minhas convicções a este respeito são muito ligeiras, e não tenho a mínima certeza em coisa alguma.

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pág. 215 (Capítulo 20)

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Capa do livro Um Caso Tenebroso
Páginas: 249
Página atual: 215

 
   
 
   
Os capítulos deste livro:
I - OS JUDAS 1
II – PROJECTO DE UM CRIME 16
III - AS MALÍCIAS DE MALIN 25
IV - FORA A MÁSCARA! 35
V – LAURENCE DE CINQ-CYGNE 43
VI - FISIONOMIAS REALISTAS NO TEMPO DO CONSULADO 54
VII - A VISITA DOMICILIARIA 67
VIII-UM RECANTO DA FLORESTA 78
IX - DESDITAS DA POLÍCIA 90
X - LAURENCE E CORENTIN 104
XI - DESFORRA DA POLÍCIA 117
XII - UM DUPLO E MESMO AMOR 128
XIII – UM BOM CONSELHO 140
XIV -AS CIRCUNSTÂNCIAS DO CASO 151
XV - A JUSTIÇA SEGUNDO O CÓDIGO DE BRUMÁRIO DO ANO IV 159
XVI - AS DETENÇÕES 168
XVII - DÚVIDAS DOS DEFENSORES OFICIOSOS 178
XVIII – MARTA COMPROMETIDA 190
XIX-OS DEBATES 196
XX – HORRÍVEL PERIPÉCIA 212
XXI - O BIVAQUE DO IMPERADOR 222
XXII-DISSIPAM-SE AS TREVAS 236