Procurar livros:
    Procurar
Procurar livro na nossa biblioteca
 
 
Procurar autor
   
Procura por autor
 
marcador
  • Sem marcador definido
Marcador
 
 
 

Capítulo 6: VI - FISIONOMIAS REALISTAS NO TEMPO DO CONSULADO

Página 61
Um velho jardineiro, a mulher, o filho, pagos à jorna, e a filha, que fazia as vezes de vaqueira, completavam o pessoal do castelo. Seis meses antes, Durieu mandara fazer em segredo uma libré, com as cores dos Cinq-Cygne, para o filho do jardineiro e para Gothard. Embora houvesse recebido uma boa descompostura do fidalgo, que reprovara a imprudência, ao menos tivera a satisfação de ver o jantar, servido, no dia de Saint-Laurent, aniversário de Laurence, quase como nos velhos tempos.

Esta penosa e lenta restauração das coisas causava grande alegria ao Senhor e à Senhora de Hauteserre e aos Durieu. Laurence sorria do que ela chamava infantilidades. Mas o bom do Senhor de Hauteserre também pensava em coisas sólidas: reparava os edifícios, reconstruía os muros, e onde via maneira de fazer vingar uma árvore, lá estava a plantá-la, e não havia polegada de terra que ele não procurasse valorizar. Eis porque as gentes do vale de Cinq-Cygne o consideravam uma espécie de oráculo em coisas agrícolas. Soubera recuperar cem arpentos de terra contestada; não vendida, e anexada pela comuna aos bens comunais; convertera-os em pradarias artificiais, pasto para o gado do castelo, e rodeara-os de plátanos que de há seis anos para cá cresciam a olhos vistos. Pensava resgatar algumas terras e utilizar todas as instalações do castelo, formando assim uma segunda quinta, que esperava administrar ele próprio.

A vida, nos últimos dois anos, tornara-se quase feliz no castelo. O Senhor de Hauteserre largava de casa ao nascer do sol, ia vigiar os seus operários, pois trazia sempre gente a trabalhar, fosse por que tempo fosse; voltava para o almoço, depois montava num poldro da lavoura, e fazia o seu giro como um guarda; no regresso a casa para jantar, acabava o dia a jogar o boston.

<< Página Anterior

pág. 61 (Capítulo 6)

Página Seguinte >>

Capa do livro Um Caso Tenebroso
Páginas: 249
Página atual: 61

 
   
 
   
Os capítulos deste livro:
I - OS JUDAS 1
II – PROJECTO DE UM CRIME 16
III - AS MALÍCIAS DE MALIN 25
IV - FORA A MÁSCARA! 35
V – LAURENCE DE CINQ-CYGNE 43
VI - FISIONOMIAS REALISTAS NO TEMPO DO CONSULADO 54
VII - A VISITA DOMICILIARIA 67
VIII-UM RECANTO DA FLORESTA 78
IX - DESDITAS DA POLÍCIA 90
X - LAURENCE E CORENTIN 104
XI - DESFORRA DA POLÍCIA 117
XII - UM DUPLO E MESMO AMOR 128
XIII – UM BOM CONSELHO 140
XIV -AS CIRCUNSTÂNCIAS DO CASO 151
XV - A JUSTIÇA SEGUNDO O CÓDIGO DE BRUMÁRIO DO ANO IV 159
XVI - AS DETENÇÕES 168
XVII - DÚVIDAS DOS DEFENSORES OFICIOSOS 178
XVIII – MARTA COMPROMETIDA 190
XIX-OS DEBATES 196
XX – HORRÍVEL PERIPÉCIA 212
XXI - O BIVAQUE DO IMPERADOR 222
XXII-DISSIPAM-SE AS TREVAS 236