.. - repetiu o gentil-homem.
- Sim, papéis; se têm alguns papéis, queimem-nos - repetiu o maire -; eu vou entreter os agentes.
Goulard, que queria poupar a cabra realista e a couve republicana, saiu, e então os cães ladraram furiosamente.
- Já não há tempo para nada; eles aí estão - disse o cura. - Mas quem há-de prevenir a condessa? Onde está ela?
- Catarina não veio aqui buscar-lhe o pingalim, as luvas e o chapéu para os guardar como relíquias? - disse a Menina Goujet.
Goulard tentou deter os dois agentes por alguns minutos, dizendo-lhes que os habitantes do castelo de Cinq-Cygne estavam" na mais perfeita ignorância de tudo.
- O senhor não conhece essa gente - disse Peyrade, rindo, na cara de Goulard.
Os dois homens dulçorosamente sinistros entraram então no castelo, seguidos do brigadeiro de Arcis e de um gendarme. Esta aparição gelou nas veias o sangue dos quatro pacíficos jogadores de boston, que permaneceram nos seus lugares, apavorados com semelhante exibição de forças. O ruído provocado por uma dúzia de gendarmes, cujos cavalos relinchavam, ressoava no relvado.
- Aqui só falta a Menina de Cinq-Cygne - disse Corentin.
- Naturalmente está a dormir no seu quarto replicou o Senhor de Hauteserre,
- Venham comigo, minhas senhoras - ordenou Corentin, precipitando-se na antecâmara e depois na escada, seguido pela Menina Goujet e a Senhora de Hauteserre.
-Conte comigo! - disse Corentin, ao ouvido da velha senhora -; sou dos vossos; já tive o cuidado de lhe mandar primeiro o maire. Desconfie do meu colega, e confie em mim; salvá-los-ei a todos!
- De que se trata? - perguntou a Menina Goujet.
- De vida ou de morte! Pois não o sabe? - tornou-lhe Corentin.
A Senhora de Hauteserre desmaiou.