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Capítulo 4: A Conspiração

Página 27

- Por isso - disse Danglars, colocando-a fora do alcance da mão de Caderousse -, por isso, o que digo e o que faço não passa de uma brincadeira, e seria o primeiro a lamentar se acontecesse alguma coisa a esse bom Dantès! Assim, olha...

Pegou na carta, amarrotou-a nas mãos e atirou-a para um canto da latada.

- Agora estamos de acordo - disse Caderousse. - Dantès é meu amigo e não quero que lhe façam mal.

- E quem diabo pensa fazer-lhe mal? Nem eu nem Fernand! - redarguiu Danglars, levantando-se e olhando para o rapaz, que ficara sentado, mas cujos olhos devoravam de soslaio o papel denunciador caído a um canto.

- Nesse caso - acrescentou Caderousse -, que nos deem vinho. Quero beber à saúde de Edmond e da bela Mercédès.

- Já bebeste de mais, bêbedo - volveu-lhe Danglars -, e se continuas a beber assim terás de dormir aqui, pois não te aguentarás nas pernas.

- Quem, eu? - replicou Caderousse, levantando-se com a fatuidade dos bêbedos. - Eu não me aguentar nas pernas! Aposto que sou capaz de subir ao campanário de Accoules e sem cambalear!

- Está bem, aposto, mas amanhã? - acedeu Danglars. - Hoje são horas de voltar para casa; dá-me o braço e vamos.

- Vamos - concordou Caderousse -, mas não preciso do teu braço para nada.

- Vens, Fernand? Vens connosco até Marselha?

- Não, regresso aos Catalães - respondeu Fernand.

- Fazes mal. Vem connosco até Marselha, anda.

- Não tenho nada que fazer em Marselha e nem me apetece lá ir.

- Como tu dizes isso! Não te apetece, hem! Pobre rapaz? Pronto, faz o que quiseres! Liberdade para toda a gente! Anda, Danglars, e deixemos o cavalheiro regressar aos Catalães, visto não lhe apetecer...

Danglars aproveitou aquele momento de boa vontade de Caderousse para se arrastar na direção de Marselha.

Simplesmente, para proporcionar a Fernand um caminho mais curto e mais fácil, em vez de voltar pelo Cais da Rive- Neuve, regressou pela Porta de Saint- Victor. Caderousse seguiu-o, cambaleando, agarrado ao seu braço.

Depois de dar uma vintena de passos, Danglars virou-se e viu Fernand precipitar-se para o papel, que meteu na algibeira.

Em seguida, correu imediatamente para fora da latada e dirigiu-se para o lado do Pillon.

- Aonde é que ele vai? - perguntou Caderousse.

- Mentiu-nos, disse que ia para os Catalães e vai para a cidade! Eli, Fernand, vais enganado, meu rapaz!

- Tu é que não vês bem - observou Danglars. - Vai direitinho pelo caminho das Vieilles-infirmeries.

- É verdade - admitiu Caderousse. - Pois olha que juraria que o vi virar à direita. Decididamente, o vinho é um traidor.

- Vamos, vamos - murmurou Danglars. - Agora creio que as coisas estão bem encaminhadas e que basta deixá-las seguir sozinhas.

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Capa do livro O Conde de Monte Cristo
Páginas: 1080
Página atual: 27

 
   
 
   
Os capítulos deste livro:
Marselha - A Chegada 1
O pai e o filho 8
Os Catalães 14
A Conspiração 23
O banquete de noivado 28
O substituto do Procurador Régio 38
O interrogatório 47
O Castelo de If 57
A festa de noivado 66
Os Cem Dias 89
O número 34 e o número 27 106
Um sábio italiano 120
A cela do abade 128
O Tesouro 143
O terceiro ataque 153
O cemitério do Castelo de If 162
A Ilha de Tiboulen 167
Os contrabandistas 178
A ilha de Monte-Cristo 185
Deslumbramento 192
O desconhecido 200
A Estalagem da Ponte do Gard 206
O relato 217
Os registos das prisões 228
Acasa Morrel 233
O 5 de Stembro 244
Itália - Simbad, o marinheiro 257
Despertar 278
Bandidos Romanos 283
Aparição 309
A Mazzolata 327
O Carnaval de Roma 340
As Catacumbas de São Sebastião 356
O encontro 369
Os convivas 375
O almoço 392
A apresentação 403
O Sr. Bertuccio 415
A Casa de Auteuil 419
A vendetta 425
A chuva de sangue 444
O crédito ilimitado 454
A parelha pigarça 464
Ideologia 474
Haydée 484
A família Morrel 488
Píramo e Tisbe 496
Toxicologia 505
Roberto, o diabo 519
A alta e a baixa 531
O major Cavalcanti 540
Andrea Cavalcanti 548
O campo de Luzerna 557
O Sr. Noirtier de Villefort 566
O testamento 573
O telégrafo 580
Meios de livrar um jardineiro dos ratos-dos-pomares que lhe comem os pêssegos 588
Os fantasmas 596
O jantar 604
O mendigo 613
Cena conjugal 620
Projetos de casamento 629
No gabinete do Procurador Régio 637
Um baile de Verão 647
As informações 653
O baile 661
O pão e o sal 668
A Sra. de Saint-Méran 672
A promessa 682
O jazigo da família Villefort 705
A ata da sessão 713
Os progressos de Cavalcanti filho 723
Haydée 732
Escrevem-nos de Janina 748
A limonada 762
A acusação 771
O quarto do padeiro reformado 776
O assalto 790
A mão de Deus 801
Beauchamp 806
A viagem 812
O julgamento 822
A provocação 834
O insulto 840
A Noite 848
O duelo 855
A mãe e o filho 865
O suicídio 871
Valentine 879
A confissão 885
O pai e a filha 895
O contrato 903
A estrada da Bélgica 912
A estalagem do sino e da garrafa 917
A lei 928
A aparição 937
Locusta 943
Valentine 948
Maximilien 953
A assinatura de Danglars 961
O Cemitério do Père-lachaise 970
A partilha 981
O covil dos leões 994
O juiz 1001
No tribunal 1009
O libelo acusatório 1014
Expiação 1021
A partida 1028
O passado 1039
Peppino 1049
A ementa de Luigi Vampa 1058
O Perdão 1064
O 5 de Outubro 1069