Procurar livros:
    Procurar
Procurar livro na nossa biblioteca
 
 
Procurar autor
   
Procura por autor
 
marcador
  • Sem marcador definido
Marcador
 
 
 

Capítulo 74: O jazigo da família Villefort

Página 706

- Mais ou menos.

- De apoplexia? - repetiu Beauchamp. - É difícil de acreditar. A Sr.ª de Saint-Méran, que também vi uma vez ou duas na minha vida, era baixinha, frágil e de constituição muito mais nervosa do que sanguínea. São raras as apoplexias produzidas pelo desgosto em corpos de constituição idêntica ao da Sr.ª de Saint-Méran

- Em todo o caso - observou Albert -, qualquer que tenha sido a doença ou o médico que a matou, aí estão o Sr. de Villefort, ou Mademoiselle Valentine, ou ainda o nosso amigo Franz, de posse de uma magnífica herança: oitenta mil libras de rendimento, parece-me.

- Herança que quase duplicará por morte do velho jacobino Noirtier.

- Aí está um avô resistente - observou Beauchamp. - Tenacem propositi virum. Apostou com a morte, creio, que enterraria todos os seus herdeiros. E consegui-lo-á, estou certo. É bem o velho convencional de 93 que dizia a Napoleão em 1814: «Declinais porque o vosso império é um jovem caule cansado pelo seu crescimento. Tomais a República como tutor, regressemos com uma boa constituição aos campos de batalha e prometo-vos quinhentos mil soldados, outro Marengo e segundo Austerlitz. As ideias não morrem, Sire, dormitam às vezes, mas acordam mais fortes do que antes de adormecer.»

- Parece que para ele os homens são como as ideias - disse Albert. - Apenas uma coisa me preocupa: saber como Franz de Epinay se entenderá com o avô da sua futura mulher, visto o velho não poder passar sem ela. Mas onde está Franz?

- Na primeira carruagem, com o Sr. de Villefort, que o considera já como se fosse da família.

Em todas as carruagens que acompanhavam o funeral a conversa era pouco mais ou menos a mesma. As pessoas admiravam-se com aquelas duas mortes tão próximas e tão rápidas, mas nenhuma suspeitava do terrível segredo que no seu passeio nocturno o Sr. de Avrigny revelara ao Sr. de Villefort.

Ao fim de cerca de uma hora de marcha, o préstito chegou à porta do cemitério. O tempo estava calmo, mas sombrio, portanto muito de harmonia com a fúnebre cerimónia que se estava a realizar. Entre os grupos que se dirigiram para o jazigo de família, Château-Renaud reconheceu Morrel, que viera sozinho e de cabriolé. Caminhava isolado, muito pálido e silencioso, pelo carreiro orlado de teixos.

- Você aqui? - perguntou Château-Renaud, passando o braço pelo do jovem capitão. - Quer dizer que conhece o Sr. de Villefort? Como é isso possível se nunca o vi em casa dele?

- Não conheço, o Sr. de Villefort - respondeu Morrel. - Quem eu conhecia era a Sr.ª de Saint-Méran.

Neste momento, Albert juntou-se-lhes com Franz.

<< Página Anterior

pág. 706 (Capítulo 74)

Página Seguinte >>

Capa do livro O Conde de Monte Cristo
Páginas: 1080
Página atual: 706

 
   
 
   
Os capítulos deste livro:
Marselha - A Chegada 1
O pai e o filho 8
Os Catalães 14
A Conspiração 23
O banquete de noivado 28
O substituto do Procurador Régio 38
O interrogatório 47
O Castelo de If 57
A festa de noivado 66
Os Cem Dias 89
O número 34 e o número 27 106
Um sábio italiano 120
A cela do abade 128
O Tesouro 143
O terceiro ataque 153
O cemitério do Castelo de If 162
A Ilha de Tiboulen 167
Os contrabandistas 178
A ilha de Monte-Cristo 185
Deslumbramento 192
O desconhecido 200
A Estalagem da Ponte do Gard 206
O relato 217
Os registos das prisões 228
Acasa Morrel 233
O 5 de Stembro 244
Itália - Simbad, o marinheiro 257
Despertar 278
Bandidos Romanos 283
Aparição 309
A Mazzolata 327
O Carnaval de Roma 340
As Catacumbas de São Sebastião 356
O encontro 369
Os convivas 375
O almoço 392
A apresentação 403
O Sr. Bertuccio 415
A Casa de Auteuil 419
A vendetta 425
A chuva de sangue 444
O crédito ilimitado 454
A parelha pigarça 464
Ideologia 474
Haydée 484
A família Morrel 488
Píramo e Tisbe 496
Toxicologia 505
Roberto, o diabo 519
A alta e a baixa 531
O major Cavalcanti 540
Andrea Cavalcanti 548
O campo de Luzerna 557
O Sr. Noirtier de Villefort 566
O testamento 573
O telégrafo 580
Meios de livrar um jardineiro dos ratos-dos-pomares que lhe comem os pêssegos 588
Os fantasmas 596
O jantar 604
O mendigo 613
Cena conjugal 620
Projetos de casamento 629
No gabinete do Procurador Régio 637
Um baile de Verão 647
As informações 653
O baile 661
O pão e o sal 668
A Sra. de Saint-Méran 672
A promessa 682
O jazigo da família Villefort 705
A ata da sessão 713
Os progressos de Cavalcanti filho 723
Haydée 732
Escrevem-nos de Janina 748
A limonada 762
A acusação 771
O quarto do padeiro reformado 776
O assalto 790
A mão de Deus 801
Beauchamp 806
A viagem 812
O julgamento 822
A provocação 834
O insulto 840
A Noite 848
O duelo 855
A mãe e o filho 865
O suicídio 871
Valentine 879
A confissão 885
O pai e a filha 895
O contrato 903
A estrada da Bélgica 912
A estalagem do sino e da garrafa 917
A lei 928
A aparição 937
Locusta 943
Valentine 948
Maximilien 953
A assinatura de Danglars 961
O Cemitério do Père-lachaise 970
A partilha 981
O covil dos leões 994
O juiz 1001
No tribunal 1009
O libelo acusatório 1014
Expiação 1021
A partida 1028
O passado 1039
Peppino 1049
A ementa de Luigi Vampa 1058
O Perdão 1064
O 5 de Outubro 1069