Os Brilhantes do Brasileiro - Cap. 29: XXIX - Luz! Pág. 164 / 174

Logo que o ensejo se apropositou, Francisco Costa, estando já precavido o escudeiro, volveu a falar ao conde no seu intento de procurar Ângela.

- Ai está João Pedro que dirá a vossa senhoria o nome do homem com quem minha filha foi casada.

O escudeiro custava-lhe a conter em posição sisuda as mandíbulas abertas pelo riso, quando respondeu, voltado para Ângela:

- Chamava-se Hemorragilde.

Abafaram todos o froixo da gargalhada, tirante o conde, que murmurou:

- Vejam que nome! Parece gótico; mas ainda parece mais nome de moléstia... Hemorragilde!...

- Se o senhor conde permitir - disse o cirurgião - vai João Pedro ao Porto com cartas minhas, visto que o dispensamos aqui, e pode lá fazer bons serviços ao nosso intento.

- Pois que vá onde vossa senhoria ordenar - anuiu o conde.

- E, segundo as notícias que nos for comunicando, vossa excelência ordenará o que há de fazer-se. Conjecturemos que ele encontra a Sr.ª D. Ângela. Que manda o senhor conde que ele diga a sua filha?

- Que imediatamente venha para minha companhia - deliberou sem detença o general - que não espere novas ordens; que se recolha à minha casa de Ponte, e espere por mim... e por todos nós... porque vossa senhoria e estas senhoras iriam comigo, não é verdade? Iriam ser testemunhas da felicidade que me começou no seio caritativo e amoroso desta família...

- E se sua filha, senhor conde, quisesse vir aqui mesmo encontrá-lo, não seria isso antecipar-se a ela o júbilo de lhe beijar as mãos?...

- Sim...; mas eu queria poder vê-la... Se ela viesse enquanto dura esta escuridão, seria grande e dolorosa a minha ânsia...

- Concordo, e aconselho até que ela venha depois que vossa excelência estiver convalescido - obtemperou Francisco.

- Mas o doutor parece que dá a vinda como possível! - admirou o conde.





Os capítulos deste livro