O Mistério da Estrada de Sintra - Cap. 19: CAPÍTULO VII Pág. 116 / 245

serviços na India, que tinha sido instigado por Carmen a contrariar Ritmel, que o achava um adorável gentleman, que pedia das suas palavras as mais humildes desculpas, que o seu lugar era por toda a parte, as suas armas quaisquer…

- Mas, dadas essas explicações, disse eu, nada temos que ver com as armas…

- Ah! perdão; disse o francês, há ainda uma pequena coisa: é que eu acho que o penteado de Catain Ritmel é profundamente ofensivo do meu carater e da dignidade da França. Isto é que exige reparação.

Nomearam-se padrinhos nessa noite. Combinou-se que o duelo não fosse em Malta: Ritmel era oficial, e os duelos nas praças de armas têm as mais severas penalidades. Era difícil, porém, estando numa ilha inglesa, não se baterem em território inglês. Resolveu-se então que o duelo fosse no alto mar, a um tiro de canhão da costa inglesa. Lord Grenlei emprestou o seu yacht e partimos de madrugada com um vento fresco e um sol alegre. As coisas foram rápidas. Pusemo-nos à capa a 5 milhas de Malta, arriámos o pavilhão inglês, a marinhagem subiu às vergas, e como havia igualdade de nível, um dos adversários foi colocado à pôpa e outro à proa. O sol dava-nos de estibordo. Eram 7 horas, pequenas nuvens brancas esbatiam-se no ar. O duelo era ao primeiro tiro, havendo ferimento grave. Lord Grenlei deu o sinal, os dois adversários fizeram fogo. Perni deixou cair a pistola, e abateu-se sobre os joelhos. Estava gravemente ferido com a clavícula partida. Foi deitado numa cabine preparada. Levantou-se o pavilhão inglês e navegámos para Malta. Vinha caindo a tarde.

Eu dirigi-me logo aos quartos de D. Nicazio. Carmen estava só.

- Sabe o que fez? disse-lhe eu. Perni está ferido.

- Isso cura-se, eu mesma o curarei… agora o que é sério, é o





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