Um Caso Tenebroso - Cap. 21: XXI - O BIVAQUE DO IMPERADOR Pág. 224 / 249

«Vossa Majestade imperial não tem outra coisa a fazer senão indultá-los. Estes gentis-homens só solicitam esta mercê da vossa augusta clemência para terem a oportunidade de utilizar a sua morte combatendo sob as suas ordens, e declaram-se de Vossa Majestade imperial e real..; respeitosamente, os... etc.»

- Só os príncipes sabem proceder assim-disse o marquês de Chargeboeuf, pegando na petição das mãos de Bordin, que teria de ser assinada pelos quatro gentis-homens, e para a qual ele prometia obter as augustas apostilas.

- A vida dos seus parentes, senhor marquês, será desta sorte confiada ao azar das batalhas: procure chegar no dia seguinte ao de uma vitória, e eles estarão salvos!

Pegou na pena e ele, próprio escreveu uma carta confidencial ao imperador; outra, de dez linhas, ao marechal Duroc; depois tocou a campainha, pediu ao secretário um passaporte diplomático, e disse, tranquilamente, para o velho procurador:

- Qual a sua opinião sincera sobre este processo?

- Porventura não sabeis vós, Monsenhor, quem nos embrulhou?

- Presumo-o; tenho, porém, razões para procurar a certeza - respondeu o príncipe. - Volte a Troyes, traga-me a condessa de Cinq-Cygne, amanhã, à mesma hora, mas secretamente; passe por casa da Senhora de Talleyrand, a quem prevenirei da sua visita. Se a Menina de Cinq-Cygne, colocada de forma a poder ver o homem que eu terei de pé diante de mim, o reconhecer como tendo estado em sua casa na altura da conspiração dos Senhores de Polignac e de Riviere, diga eu o que disser, responda ele o que responder, nem um gesto, nem uma palavra! Pensem apenas em salvar os Senhores de Simeuse e de Hauteserre; não se preocupem mais com o maroto do vosso couteiro.

- Um homem sublime, Monsenhor! - exclamou Bordin.





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