Um Caso Tenebroso - Cap. 9: IX - DESDITAS DA POLÍCIA Pág. 92 / 249

- São - tornou-lhe Goulard.

Depois de trocar duas palavras em segredo com Corentin, Peyrade saiu da sala, levando consigo o brigadeiro.

Neste momento entrava o brigadeiro de Arcis, que veio direito. a Corentin e lhe disse, em voz baixa:

- Eu conheço bem a casa; espiolhei tudo, até as dependências dos criados; a menos que os rapazes estejam enterrados, não há ninguém no castelo. Mandei sondar os soalhos e as paredes com as coronhas das espingardas.

Peyrade, que de novo entrara no salão, fez sinal a Corentin para que este o acompanhasse, e levou-o a ver a brecha do fosso, apontando para o caminho aberto que lhe correspondia.

- Já percebemos a manobra - disse Peyrade.

- E eu vou explicar-lha - replicou Corentin.- O patife do garoto e a rapariga trocaram as voltas aos imbecis dos gendarmes para deixarem fugir a caça.

- Só saberemos a verdade quando nascer o dia - voltou Peyrade. - O caminho está húmido; mandei-o guardar, na parte alta e na baixa, por dois gendarmes; quando pudermos -ver as coisas à luz do dia, verificaremos, pelas pegadas, quem é que por ali passou.

- Aqui tem a marca de uma pata de cavalo - disse Corentin -; vamos à cavalariça.

- Quantos cavalos há no castelo? - perguntou Peyráde ao Senhor de Hauteserre e a Goulard, ao voltar para o salão com Corentin.

- Então, senhor maire, o senhor deve sabê-lo, responda! - gritou-lhe Corentin, vendo que o funcionário hesitava em responder.

- Há a égua da condessa, o cavalo de Gothard e o do Senhor de Hauteserre.

- Só vimos um na cavalariça - observou Peyrade.

- A menina anda a passear - disse Durieu.

- A sua pupila costuma passear a estas horas da noite? - inquiriu o libertino Peyrade, virando-se para o Senhor de Hauteserre.





Os capítulos deste livro