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Capítulo 109: No tribunal

Página 1012

- A mulher do ministro, apre!

- Ah, perdão! - desculpou-se Château-Renaud. - Não frequento a casa dos ministros, deixo isso aos príncipes.

- O senhor não é apenas belo, barão, é também resplandecente. Tenha piedade de nós ou ainda acaba por nos queimar, qual outro Júpiter.

- Não direi mais nada - declarou Château-Renaud. - Mas que diabo tenham compaixão de mim, não me dêem a deixa.

- Então, procuremos chegar ao fim do nosso diálogo, Beauchamp. Dizia-lhe que a senhora me pedia anteontem informações a tal respeito. Informe-me e eu informá-la-ei...

- Bom, meus senhores, se se morre tão abundantemente (mantenho a palavra) em casa de Villefort é porque há um assassino lá em casa!

Os dois jovens estremeceram, pois já por mais de uma vez lhes ocorrera a mesma ideia.

- E quem é o assassino? - perguntaram - O pequeno Édouard.

Uma gargalhada dos dois rapazes não perturbou absolutamente nada o orador, que continuou:

- Sim, meus senhores, o pequeno Édouard, criança fenomenal, que mata já como gente grande.

- Está a brincar...

- De modo nenhum. Admiti ontem um criado saído de casa do Sr. de Villefort. Ouçam isto...

- Estamos a ouvir.

- E que vou despedir amanhã, porque o indivíduo come como uma frieira para se recompor do jejum de terror que se impunha em casa do anterior patrão. Mas dizia eu... Ah, sim! Parece que o querido menino deitou a mão a um frasco de qualquer droga, que utiliza de vez em quando contra aqueles que lhe desagradam. Primeiro foi o avozinho e a avozinha de Saint-Méran. que lhe desagradaram, e ele deitou-lhes três gotas do seu elixir: três gotas bastam; depois foi o simpático Barrois, velho criado do avozinho Noirtier, que de vez em quando tratava com rispidez o amável maganão. Vai daí, o amável maganão deitou-lhe três gotas do seu elixir. O mesmo aconteceu à pobre Valentine, que não o tratava com maus modos, mas de quem ele tinha ciúmes: deitou-lhe também três gotas do seu elixir, e tanto para ela como para os outros tudo acabou.

- Mas que diabo de história é essa? - insurgiu-se Château-Renaud.

- Sim, uma história do outro mundo, não é verdade? - observou Beauchamp.

- Isso é absurdo - declarou Debray.

- Pronto, lá estão vocês a procurar já meios dilatórios! Que diabo, perguntem ao meu criado, ou antes àquele que amanhã já não será meu criado: era o que se dizia lá em casa.

- Mas esse elixir, onde está? Qual é?

- Com a breca, o garoto esconde-o!

- E onde o arranjou?

- No laboratório da senhora sua mãe.

- A mãe tem portanto venenos no seu laboratório?

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pág. 1012 (Capítulo 109)

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Capa do livro O Conde de Monte Cristo
Páginas: 1080
Página atual: 1012

 
   
 
   
Os capítulos deste livro:
Marselha - A Chegada 1
O pai e o filho 8
Os Catalães 14
A Conspiração 23
O banquete de noivado 28
O substituto do Procurador Régio 38
O interrogatório 47
O Castelo de If 57
A festa de noivado 66
Os Cem Dias 89
O número 34 e o número 27 106
Um sábio italiano 120
A cela do abade 128
O Tesouro 143
O terceiro ataque 153
O cemitério do Castelo de If 162
A Ilha de Tiboulen 167
Os contrabandistas 178
A ilha de Monte-Cristo 185
Deslumbramento 192
O desconhecido 200
A Estalagem da Ponte do Gard 206
O relato 217
Os registos das prisões 228
Acasa Morrel 233
O 5 de Stembro 244
Itália - Simbad, o marinheiro 257
Despertar 278
Bandidos Romanos 283
Aparição 309
A Mazzolata 327
O Carnaval de Roma 340
As Catacumbas de São Sebastião 356
O encontro 369
Os convivas 375
O almoço 392
A apresentação 403
O Sr. Bertuccio 415
A Casa de Auteuil 419
A vendetta 425
A chuva de sangue 444
O crédito ilimitado 454
A parelha pigarça 464
Ideologia 474
Haydée 484
A família Morrel 488
Píramo e Tisbe 496
Toxicologia 505
Roberto, o diabo 519
A alta e a baixa 531
O major Cavalcanti 540
Andrea Cavalcanti 548
O campo de Luzerna 557
O Sr. Noirtier de Villefort 566
O testamento 573
O telégrafo 580
Meios de livrar um jardineiro dos ratos-dos-pomares que lhe comem os pêssegos 588
Os fantasmas 596
O jantar 604
O mendigo 613
Cena conjugal 620
Projetos de casamento 629
No gabinete do Procurador Régio 637
Um baile de Verão 647
As informações 653
O baile 661
O pão e o sal 668
A Sra. de Saint-Méran 672
A promessa 682
O jazigo da família Villefort 705
A ata da sessão 713
Os progressos de Cavalcanti filho 723
Haydée 732
Escrevem-nos de Janina 748
A limonada 762
A acusação 771
O quarto do padeiro reformado 776
O assalto 790
A mão de Deus 801
Beauchamp 806
A viagem 812
O julgamento 822
A provocação 834
O insulto 840
A Noite 848
O duelo 855
A mãe e o filho 865
O suicídio 871
Valentine 879
A confissão 885
O pai e a filha 895
O contrato 903
A estrada da Bélgica 912
A estalagem do sino e da garrafa 917
A lei 928
A aparição 937
Locusta 943
Valentine 948
Maximilien 953
A assinatura de Danglars 961
O Cemitério do Père-lachaise 970
A partilha 981
O covil dos leões 994
O juiz 1001
No tribunal 1009
O libelo acusatório 1014
Expiação 1021
A partida 1028
O passado 1039
Peppino 1049
A ementa de Luigi Vampa 1058
O Perdão 1064
O 5 de Outubro 1069