Procurar livros:
    Procurar
Procurar livro na nossa biblioteca
 
 
Procurar autor
   
Procura por autor
 
marcador
  • Sem marcador definido
Marcador
 
 
 

Capítulo 109: No tribunal

Página 1011

- Mas se eu falei com o juiz-Presidente, você deve ter falado com o procurador régio, não? - perguntou Debray a Beauchamp.

- Impossível. Há oito dias que o Sr. de Villefort se fecha em casa, o que é muito natural, atendendo à série estranha de desgostos familiares, coroada com a morte misteriosa daf ilha...

- A morte misteriosa da filha?... Que quer dizer com isso, Beauchamp?

- Pois sim, arme em ignorante a pretexto de que o caso se passou com a nobreza de toga - redarguiu Beauchamp, aplicando o monóculo no olho e obrigando-o a segurar-se sozinho.

- Meu caro senhor - disse Château-Renaud -, permita-me que lhe diga que para usar monóculo não possui a prática de Debray. Debray, dê umas lições ao Sr. Beauchamp.

- Vejam, creio que não me engano... - disse este último.

- Em quê? - é ela.

- Ela, quem?

- Diziam que partira...

- Mademoiselle Eugénie? - perguntou Château-Renaud. - Já terá regressado?

- Não, mas sim a mãe.

- A Sr.ª Danglars?

- Impossível! - exclamou Château-Renaud.

- Dez dias depois da fuga da filha e três dias depois da falência do marido!

Debray corou ligeiramente e seguiu a direcção do olhar de Beauchamp.

- Então, então!... - protestou. - É uma mulher velada, uma dama desconhecida, alguma princesa estrangeira, talvez a mãe do príncipe Cavalcanti... Mas você dizia, ou antes ia dizer coisas muito interessantes, parece-me, Beauchamp.

- Eu?

- Sim. Falava da morte misteriosa de Valentine.

- Ah, sim, é verdade! Mas por que motivo não veio a Sr.ª de Villefort?

- Pobre mulher! - disse Debray. - Está sem dúvida ocupada a destilar água de melissa para os hospitais e a compor cosméticos para ela e para as amigas. Como sabem, gasta nessa brincadeira dois ou três mil escudos por ano, segundo dizem.

Mas de facto você tem razão: por que não terá vindo a Sr.ª de Villefort? Vê-la-ia com muito prazer. É uma mulher de quem gosto muito.

- Pois eu detesto-a - disse Château-Renaud.

- Porquê?

- Não sei. Por que se ama? Por que se detesta? Detesto-a por antipatia.

- Ou por instinto, como sempre.

- Talvez... Mas voltemos ao que dizia, Beauchamp

- Bom - prosseguiu o interpelado -, não têm curiosidade de saber, meus senhores, por que motivo se morre tão abundantemente em casa de Villefort?

- Abundantemente é bonito - comentou Château-Renaud.

- Meu caro, a palavra encontra-se em Saint-Simon.

- Mas a coisa passa-se em casa do Sr. de Villefort. Voltemos portanto a ela.

- Confesso - disse Debray - que há três meses não perco de vista essa casa, desde que o luto entrou nela, e ainda anteontem, a propósito de Valentine, a senhora me dizia...

- Qual senhora? - perguntou Château-Renaud.

<< Página Anterior

pág. 1011 (Capítulo 109)

Página Seguinte >>

Capa do livro O Conde de Monte Cristo
Páginas: 1080
Página atual: 1011

 
   
 
   
Os capítulos deste livro:
Marselha - A Chegada 1
O pai e o filho 8
Os Catalães 14
A Conspiração 23
O banquete de noivado 28
O substituto do Procurador Régio 38
O interrogatório 47
O Castelo de If 57
A festa de noivado 66
Os Cem Dias 89
O número 34 e o número 27 106
Um sábio italiano 120
A cela do abade 128
O Tesouro 143
O terceiro ataque 153
O cemitério do Castelo de If 162
A Ilha de Tiboulen 167
Os contrabandistas 178
A ilha de Monte-Cristo 185
Deslumbramento 192
O desconhecido 200
A Estalagem da Ponte do Gard 206
O relato 217
Os registos das prisões 228
Acasa Morrel 233
O 5 de Stembro 244
Itália - Simbad, o marinheiro 257
Despertar 278
Bandidos Romanos 283
Aparição 309
A Mazzolata 327
O Carnaval de Roma 340
As Catacumbas de São Sebastião 356
O encontro 369
Os convivas 375
O almoço 392
A apresentação 403
O Sr. Bertuccio 415
A Casa de Auteuil 419
A vendetta 425
A chuva de sangue 444
O crédito ilimitado 454
A parelha pigarça 464
Ideologia 474
Haydée 484
A família Morrel 488
Píramo e Tisbe 496
Toxicologia 505
Roberto, o diabo 519
A alta e a baixa 531
O major Cavalcanti 540
Andrea Cavalcanti 548
O campo de Luzerna 557
O Sr. Noirtier de Villefort 566
O testamento 573
O telégrafo 580
Meios de livrar um jardineiro dos ratos-dos-pomares que lhe comem os pêssegos 588
Os fantasmas 596
O jantar 604
O mendigo 613
Cena conjugal 620
Projetos de casamento 629
No gabinete do Procurador Régio 637
Um baile de Verão 647
As informações 653
O baile 661
O pão e o sal 668
A Sra. de Saint-Méran 672
A promessa 682
O jazigo da família Villefort 705
A ata da sessão 713
Os progressos de Cavalcanti filho 723
Haydée 732
Escrevem-nos de Janina 748
A limonada 762
A acusação 771
O quarto do padeiro reformado 776
O assalto 790
A mão de Deus 801
Beauchamp 806
A viagem 812
O julgamento 822
A provocação 834
O insulto 840
A Noite 848
O duelo 855
A mãe e o filho 865
O suicídio 871
Valentine 879
A confissão 885
O pai e a filha 895
O contrato 903
A estrada da Bélgica 912
A estalagem do sino e da garrafa 917
A lei 928
A aparição 937
Locusta 943
Valentine 948
Maximilien 953
A assinatura de Danglars 961
O Cemitério do Père-lachaise 970
A partilha 981
O covil dos leões 994
O juiz 1001
No tribunal 1009
O libelo acusatório 1014
Expiação 1021
A partida 1028
O passado 1039
Peppino 1049
A ementa de Luigi Vampa 1058
O Perdão 1064
O 5 de Outubro 1069