O Conde de Monte Cristo - Cap. 14: O prisioneiro furioso e o prisioneiro louco Pág. 105 / 1080

Ora, o seu regresso a Paris só se poderia verificar quando concluísse a inspecção, e esta poderia durar um mês ou dois. Concedeu-se portanto três meses em vez de quinze dias.

Passados os três meses veio em seu auxílio outro raciocínio que o levou a conceder-se seis meses, mas passados esses seis meses, contando os dias um após outro, verificou que esperara dez meses e meio. E durante esses dez meses e meio nada se modificara no regime da sua prisão, nenhuma notícia animadora lhe fora dada. O carcereiro, interrogado, mostrou-se mudo como de costume.

Dantès começou a duvidar dos seus sentidos, a julgar que o que tomava por uma recordação da sua memória não passava de uma alucinação do seu cérebro e que o anjo consolador que aparecera na sua prisão descera nela trazido pela asa de um sonho.

Passado um ano o governador foi substituído; obtivera a direcção do forte de Ham. Levou consigo vários dos seus subordinados e entre outros o carcereiro de Dantès. Chegou novo governador.

Como lhe parecesse demasiado trabalhoso fixar os nomes dos prisioneiros, passou a designá-los apenas pelos números.

Aquele horrível «hotel» dispunha de cinquenta quartos; os seus ocupantes passaram a ser designados pelo número do quarto que ocupavam, e o infeliz rapaz deixou de se chamar pelo seu nome de Edmond ou pelo seu apelido de Dantès e passou a chamar-se o nº 34.





Os capítulos deste livro

Marselha - A Chegada 1 O pai e o filho 8 Os Catalães 14 A Conspiração 23 O banquete de noivado 28 O substituto do Procurador Régio 38 O interrogatório 47 O Castelo de If 57 A festa de noivado 66 Os Cem Dias 89 O número 34 e o número 27 106 Um sábio italiano 120 A cela do abade 128 O Tesouro 143 O terceiro ataque 153 O cemitério do Castelo de If 162 A Ilha de Tiboulen 167 Os contrabandistas 178 A ilha de Monte-Cristo 185 Deslumbramento 192 O desconhecido 200 A Estalagem da Ponte do Gard 206 O relato 217 Os registos das prisões 228 Acasa Morrel 233 O 5 de Stembro 244 Itália - Simbad, o marinheiro 257 Despertar 278 Bandidos Romanos 283 Aparição 309 A Mazzolata 327 O Carnaval de Roma 340 As Catacumbas de São Sebastião 356 O encontro 369 Os convivas 375 O almoço 392 A apresentação 403 O Sr. Bertuccio 415 A Casa de Auteuil 419 A vendetta 425 A chuva de sangue 444 O crédito ilimitado 454 A parelha pigarça 464 Ideologia 474 Haydée 484 A família Morrel 488 Píramo e Tisbe 496 Toxicologia 505 Roberto, o diabo 519 A alta e a baixa 531 O major Cavalcanti 540 Andrea Cavalcanti 548 O campo de Luzerna 557 O Sr. Noirtier de Villefort 566 O testamento 573 O telégrafo 580 Meios de livrar um jardineiro dos ratos-dos-pomares que lhe comem os pêssegos 588 Os fantasmas 596 O jantar 604 O mendigo 613 Cena conjugal 620 Projetos de casamento 629 No gabinete do Procurador Régio 637 Um baile de Verão 647 As informações 653 O baile 661 O pão e o sal 668 A Sra. de Saint-Méran 672 A promessa 682 O jazigo da família Villefort 705 A ata da sessão 713 Os progressos de Cavalcanti filho 723 Haydée 732 Escrevem-nos de Janina 748 A limonada 762 A acusação 771 O quarto do padeiro reformado 776 O assalto 790 A mão de Deus 801 Beauchamp 806 A viagem 812 O julgamento 822 A provocação 834 O insulto 840 A Noite 848 O duelo 855 A mãe e o filho 865 O suicídio 871 Valentine 879 A confissão 885 O pai e a filha 895 O contrato 903 A estrada da Bélgica 912 A estalagem do sino e da garrafa 917 A lei 928 A aparição 937 Locusta 943 Valentine 948 Maximilien 953 A assinatura de Danglars 961 O Cemitério do Père-lachaise 970 A partilha 981 O covil dos leões 994 O juiz 1001 No tribunal 1009 O libelo acusatório 1014 Expiação 1021 A partida 1028 O passado 1039 Peppino 1049 A ementa de Luigi Vampa 1058 O Perdão 1064 O 5 de Outubro 1069