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Capítulo 114: Peppino

Página 1051

- Queres fazer o favor de me dizer de que estás a falar? Será daquele inglês que levantou há dias três mil escudos?

- Não. Esse tinha efectivamente os três mil escudos e nós encontrámos-lhos. Refiro-me ao príncipe russo.

- E então?

- Então? Falaste-nos em trinta mil libras e nós só lhe encontramos vinte e duas.

- É porque procuraram mal.

- Foi Luigi Vampa em pessoa quem o revistou.

- Nesse caso, é porque pagara as suas dívidas...

- Um russo?

- Ou gastou o dinheiro.

- É possível, no fim de contas.

- É certo. Mas deixa-me ir ao meu observatório antes de o francês concluir a transacção sem eu saber a importância exacta.

Peppino acenou afirmativamente, tirou um rosário da algibeira e pôs-se a resmonear uma prece enquanto o empregado saía pela mesma porta que dera passagem ao lacaio e ao barão.

Passados cerca de dez minutos, o empregado voltou radiante.

- Então? - perguntou Peppino, ao amigo.

- Alerta, alerta! - disse o empregado. - A importância é choruda...

- Cinco a seis milhões, não é verdade?

- Sim. Sabes a importância?

- Sobre um recibo de Sua Excelência o conde de Monte-Cristo.

- Conheces o conde?

- Crédito sobre Roma, Veneza e Viena.

- Exacto! - exclamou o empregado. - Como é que estás tão bem informado?

- Já te disse que fomos prevenidos antecipadamente.

- Então porque vieste ter comigo?

- Para ter a certeza de que é de facto o homem que esperávamos.

- Não há dúvida que é ele... Cinco milhões. Uma bonita maquia, não é verdade, Peppino?

- É.

- Nunca possuiremos tanto.

- Pelo menos teremos algumas migalhas - respondeu filosoficamente Peppino.

- Caluda! Vem aí o nosso bem.

O empregado voltou a pegar na pena e Peppino no seu rosário.

Um escrevia e o outro rezava quando a porta se abriu.

Danglars apareceu radiante, acompanhado do banqueiro, que o levou até à porta.

Peppino saiu atrás de Danglars.

De acordo com o combinado, a carruagem que devia ir buscar Danglars esperava-o já diante da casa Thomson & French. O cicerone segurava a portinhola aberta. O cicerone é um indivíduo muito prestável e que se pode utilizar no que se quiser.

Danglars saltou para a carruagem com a agilidade de um rapaz de vinte anos. O cicerone fechou a portinhola e subiu para junto do cocheiro.

Peppino subiu para o acento da retaguarda.

- Sua Excelência quer ver S. Pedro? - perguntou o cicerone.

- Para quê?... - respondeu o barão.

- Demónio, para ver!

- Não vim a Roma para ver - disse Danglars em voz alta, e depois acrescentou baixinho e com o seu sorriso cúpido: - Vim para receber.

E tocou na carteira, em que acabava de guardar uma carta.

- Então, Sua Excelência vai...?

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Capa do livro O Conde de Monte Cristo
Páginas: 1080
Página atual: 1051

 
   
 
   
Os capítulos deste livro:
Marselha - A Chegada 1
O pai e o filho 8
Os Catalães 14
A Conspiração 23
O banquete de noivado 28
O substituto do Procurador Régio 38
O interrogatório 47
O Castelo de If 57
A festa de noivado 66
Os Cem Dias 89
O número 34 e o número 27 106
Um sábio italiano 120
A cela do abade 128
O Tesouro 143
O terceiro ataque 153
O cemitério do Castelo de If 162
A Ilha de Tiboulen 167
Os contrabandistas 178
A ilha de Monte-Cristo 185
Deslumbramento 192
O desconhecido 200
A Estalagem da Ponte do Gard 206
O relato 217
Os registos das prisões 228
Acasa Morrel 233
O 5 de Stembro 244
Itália - Simbad, o marinheiro 257
Despertar 278
Bandidos Romanos 283
Aparição 309
A Mazzolata 327
O Carnaval de Roma 340
As Catacumbas de São Sebastião 356
O encontro 369
Os convivas 375
O almoço 392
A apresentação 403
O Sr. Bertuccio 415
A Casa de Auteuil 419
A vendetta 425
A chuva de sangue 444
O crédito ilimitado 454
A parelha pigarça 464
Ideologia 474
Haydée 484
A família Morrel 488
Píramo e Tisbe 496
Toxicologia 505
Roberto, o diabo 519
A alta e a baixa 531
O major Cavalcanti 540
Andrea Cavalcanti 548
O campo de Luzerna 557
O Sr. Noirtier de Villefort 566
O testamento 573
O telégrafo 580
Meios de livrar um jardineiro dos ratos-dos-pomares que lhe comem os pêssegos 588
Os fantasmas 596
O jantar 604
O mendigo 613
Cena conjugal 620
Projetos de casamento 629
No gabinete do Procurador Régio 637
Um baile de Verão 647
As informações 653
O baile 661
O pão e o sal 668
A Sra. de Saint-Méran 672
A promessa 682
O jazigo da família Villefort 705
A ata da sessão 713
Os progressos de Cavalcanti filho 723
Haydée 732
Escrevem-nos de Janina 748
A limonada 762
A acusação 771
O quarto do padeiro reformado 776
O assalto 790
A mão de Deus 801
Beauchamp 806
A viagem 812
O julgamento 822
A provocação 834
O insulto 840
A Noite 848
O duelo 855
A mãe e o filho 865
O suicídio 871
Valentine 879
A confissão 885
O pai e a filha 895
O contrato 903
A estrada da Bélgica 912
A estalagem do sino e da garrafa 917
A lei 928
A aparição 937
Locusta 943
Valentine 948
Maximilien 953
A assinatura de Danglars 961
O Cemitério do Père-lachaise 970
A partilha 981
O covil dos leões 994
O juiz 1001
No tribunal 1009
O libelo acusatório 1014
Expiação 1021
A partida 1028
O passado 1039
Peppino 1049
A ementa de Luigi Vampa 1058
O Perdão 1064
O 5 de Outubro 1069