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Capítulo 19: O terceiro ataque

Página 159

- Com todos os seus milhões, nem sequer tem com que pagar a mortalha - dizia outro.

- Oh, as mortalhas do Castelo de If não são caras - acrescentou terceira voz.

- Como se trata de um padre, talvez façam alguma despesa com ele - observou um dos primeiros interlocutores.

- Nesse caso, terá as honras do saco.

Edmond escutava, não perdia uma palavra, mas não compreendia grande coisa do que se dizia. As vozes não tardaram a extinguir-se e pareceu-lhe que os homens tinham deixado a cela.

Contudo, não se atreveu a entrar; Podiam ter deixado algum carcereiro de guarda ao corpo.

Manteve-se portanto calado, imóvel e contendo a respiração.

Passada uma hora, aproximadamente, o silêncio foi quebrado por um ruído fraco, que foi aumentando.

Era o governador que voltava, acompanhado do médico e de vários oficiais. Fez-se um momento de silêncio. Era evidente que o médico se aproximava da cama e examinava o cadáver. As perguntas não tardaram a começar.

O médico descreveu a doença a que o prisioneiro sucumbira e declarou que estava morto. Perguntas e respostas sucediam-se com uma despreocupação que indignava Dantès.

Parecia-lhe que toda a gente devia experimentar pelo pobre abade parte da atenção que lhe dedicava.

- É para mim muito desagradável o que acaba de me anunciar - disse o governador, respondendo à certeza manifestada pelo médico de que o velho estava realmente morto. - Era um prisioneiro pacato, inofensivo, divertido com a sua loucura e sobretudo fácil de guardar.

- Oh - acrescentou o carcereiro -, poder-se-ia até não o guardar por completo! Deixar-se-ia ficar cinquenta anos aqui, garanto, sem procurar fazer uma única tentativa de evasão.

- No entanto - prosseguiu o governador -, creio que seria conveniente apesar da sua convicção (não é que duvide da sua ciência, mas para salvaguardar a minha própria responsabilidade), assegurar-nos se o prisioneiro está realmente morto.

Reinou um instante de silêncio absoluto durante o qual Dantès, sempre à escuta, deduziu que o médico examinava e palpava segunda vez o cadáver.

- Pode estar tranquilo - disse então o médico. - Está morto, sou eu quem lho garante.

- Como sabe, senhor - insistiu o governador -, em casos semelhantes a este não nos contentamos com um simples exame. A despeito de todas as aparências, queira portanto concluir a sua missão cumprindo as formalidades prescritas na lei

- Mandem aquecer os ferros - determinou o médico. - Mas na verdade é uma precaução absolutamente inútil.

A ordem de aquecer os ferros fez estremecer Dantès.

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Capa do livro O Conde de Monte Cristo
Páginas: 1080
Página atual: 159

 
   
 
   
Os capítulos deste livro:
Marselha - A Chegada 1
O pai e o filho 8
Os Catalães 14
A Conspiração 23
O banquete de noivado 28
O substituto do Procurador Régio 38
O interrogatório 47
O Castelo de If 57
A festa de noivado 66
Os Cem Dias 89
O número 34 e o número 27 106
Um sábio italiano 120
A cela do abade 128
O Tesouro 143
O terceiro ataque 153
O cemitério do Castelo de If 162
A Ilha de Tiboulen 167
Os contrabandistas 178
A ilha de Monte-Cristo 185
Deslumbramento 192
O desconhecido 200
A Estalagem da Ponte do Gard 206
O relato 217
Os registos das prisões 228
Acasa Morrel 233
O 5 de Stembro 244
Itália - Simbad, o marinheiro 257
Despertar 278
Bandidos Romanos 283
Aparição 309
A Mazzolata 327
O Carnaval de Roma 340
As Catacumbas de São Sebastião 356
O encontro 369
Os convivas 375
O almoço 392
A apresentação 403
O Sr. Bertuccio 415
A Casa de Auteuil 419
A vendetta 425
A chuva de sangue 444
O crédito ilimitado 454
A parelha pigarça 464
Ideologia 474
Haydée 484
A família Morrel 488
Píramo e Tisbe 496
Toxicologia 505
Roberto, o diabo 519
A alta e a baixa 531
O major Cavalcanti 540
Andrea Cavalcanti 548
O campo de Luzerna 557
O Sr. Noirtier de Villefort 566
O testamento 573
O telégrafo 580
Meios de livrar um jardineiro dos ratos-dos-pomares que lhe comem os pêssegos 588
Os fantasmas 596
O jantar 604
O mendigo 613
Cena conjugal 620
Projetos de casamento 629
No gabinete do Procurador Régio 637
Um baile de Verão 647
As informações 653
O baile 661
O pão e o sal 668
A Sra. de Saint-Méran 672
A promessa 682
O jazigo da família Villefort 705
A ata da sessão 713
Os progressos de Cavalcanti filho 723
Haydée 732
Escrevem-nos de Janina 748
A limonada 762
A acusação 771
O quarto do padeiro reformado 776
O assalto 790
A mão de Deus 801
Beauchamp 806
A viagem 812
O julgamento 822
A provocação 834
O insulto 840
A Noite 848
O duelo 855
A mãe e o filho 865
O suicídio 871
Valentine 879
A confissão 885
O pai e a filha 895
O contrato 903
A estrada da Bélgica 912
A estalagem do sino e da garrafa 917
A lei 928
A aparição 937
Locusta 943
Valentine 948
Maximilien 953
A assinatura de Danglars 961
O Cemitério do Père-lachaise 970
A partilha 981
O covil dos leões 994
O juiz 1001
No tribunal 1009
O libelo acusatório 1014
Expiação 1021
A partida 1028
O passado 1039
Peppino 1049
A ementa de Luigi Vampa 1058
O Perdão 1064
O 5 de Outubro 1069