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Capítulo 21: A Ilha de Tiboulen

Página 175

- Nesse caso, patrão, se o camarada diz a verdade, que o impede de ficar connosco? - perguntou o marinheiro que gritara «Coragem!» a Dantès.

- Sim, se diz a verdade... - respondeu o patrão, com ar de dúvida. - Mas no estado em que se encontra o pobre diabo toda a gente promete muito na mira de obter o que puder.

- Darei mais do que prometo - redarguiu Dantès.

- Oh, oh! - exclamou o patrão, rindo. - Veremos isso.

- Quando quiser - acrescentou Dantès, levantando-se. - Para onde vão?

- Para Liorne.

- Bom, nesse caso, em vez de andarem aos esses, o que lhes faz perder um tempo precioso, por que não cerram simplesmente o vento de bolina?

- Porque iríamos cair direitinhos na ilha de Rion

- Passariam, pelo contrário, a mais de vinte braças...

- Sendo assim - disse o patrão -, pegue no leme e mostre-nos a sua ciência.

O jovem foi sentar-se ao leme e assegurou-se por meio de uma leve pressão que o navio era obediente. E vendo que sem ser de primeira categoria não se recusava, comandou:

- Aos braços e às escotas! Os quatro marinheiros que formavam a tripulação correram para os seus postos, enquanto o patrão os observava.

- Icem! - continuou Dantès.

Os marinheiros obedeceram com bastante precisão.

- E agora, amarrem bem! Esta ordem foi executada como as duas primeiras e o naviozinho, em vez de continuar a bolinar, começou a rumar para a ilha de Rion, junto da qual passou, como predissera Dantès, deixando-a a estibordo, a uma vintena de braças.

- Bravo! - gritou o patrão.

- Bravo! - repetiram os marinheiros.

E todos olharam com admiração para aquele homem cujo olhar recuperara a inteligência e o corpo um vigor que se estaria longe de supor nele.

- Como vê - disse Dantès, largando o leme -, poderei ser-lhes de alguma utilidade, pelo menos durante a viagem. Se não quiserem mais nada comigo em Liorne, pois bem, deixar-me-ão lá. Prometo com os meus primeiros meses de soldo reembolsá-losda minha alimentação até lá e das roupas que me cederem.

- Está bem, está bem - disse o patrão. – Poderemos entender-nos se for razoável.

- Um homem vale um homem - declarou Dantès. - Dê-me o mesmo que dá aos camaradas e não se fala mais nisso.

- Não é justo - objectou o marinheiro que tirara Dantès do mar. - Você sabe mais do que nós.

- Por que diabo te metes nisto? Diz-te porventura respeito, Jacopo? - ralhou o patrão. - Cada um é livre de se contratar pelo salário que lhe convém.

- É justo - concordou Jacopo. - Foi uma simples observação da minha parte.

- De acordo, mas farias muito melhor se emprestasses a este valente rapaz, que está todo nu, umas calças e uma blusa, se ainda tens algumas de reserva.

- Não - respondeu Jacopo - mas tenho uma camisa e umas calças.

- É tudo de que preciso - declarou Dantès. - Obrigado, amigo.

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Capa do livro O Conde de Monte Cristo
Páginas: 1080
Página atual: 175

 
   
 
   
Os capítulos deste livro:
Marselha - A Chegada 1
O pai e o filho 8
Os Catalães 14
A Conspiração 23
O banquete de noivado 28
O substituto do Procurador Régio 38
O interrogatório 47
O Castelo de If 57
A festa de noivado 66
Os Cem Dias 89
O número 34 e o número 27 106
Um sábio italiano 120
A cela do abade 128
O Tesouro 143
O terceiro ataque 153
O cemitério do Castelo de If 162
A Ilha de Tiboulen 167
Os contrabandistas 178
A ilha de Monte-Cristo 185
Deslumbramento 192
O desconhecido 200
A Estalagem da Ponte do Gard 206
O relato 217
Os registos das prisões 228
Acasa Morrel 233
O 5 de Stembro 244
Itália - Simbad, o marinheiro 257
Despertar 278
Bandidos Romanos 283
Aparição 309
A Mazzolata 327
O Carnaval de Roma 340
As Catacumbas de São Sebastião 356
O encontro 369
Os convivas 375
O almoço 392
A apresentação 403
O Sr. Bertuccio 415
A Casa de Auteuil 419
A vendetta 425
A chuva de sangue 444
O crédito ilimitado 454
A parelha pigarça 464
Ideologia 474
Haydée 484
A família Morrel 488
Píramo e Tisbe 496
Toxicologia 505
Roberto, o diabo 519
A alta e a baixa 531
O major Cavalcanti 540
Andrea Cavalcanti 548
O campo de Luzerna 557
O Sr. Noirtier de Villefort 566
O testamento 573
O telégrafo 580
Meios de livrar um jardineiro dos ratos-dos-pomares que lhe comem os pêssegos 588
Os fantasmas 596
O jantar 604
O mendigo 613
Cena conjugal 620
Projetos de casamento 629
No gabinete do Procurador Régio 637
Um baile de Verão 647
As informações 653
O baile 661
O pão e o sal 668
A Sra. de Saint-Méran 672
A promessa 682
O jazigo da família Villefort 705
A ata da sessão 713
Os progressos de Cavalcanti filho 723
Haydée 732
Escrevem-nos de Janina 748
A limonada 762
A acusação 771
O quarto do padeiro reformado 776
O assalto 790
A mão de Deus 801
Beauchamp 806
A viagem 812
O julgamento 822
A provocação 834
O insulto 840
A Noite 848
O duelo 855
A mãe e o filho 865
O suicídio 871
Valentine 879
A confissão 885
O pai e a filha 895
O contrato 903
A estrada da Bélgica 912
A estalagem do sino e da garrafa 917
A lei 928
A aparição 937
Locusta 943
Valentine 948
Maximilien 953
A assinatura de Danglars 961
O Cemitério do Père-lachaise 970
A partilha 981
O covil dos leões 994
O juiz 1001
No tribunal 1009
O libelo acusatório 1014
Expiação 1021
A partida 1028
O passado 1039
Peppino 1049
A ementa de Luigi Vampa 1058
O Perdão 1064
O 5 de Outubro 1069