Havia catorze anos dia a dia, que Dantès fora preso. Entrara com dezanove anos no Castelo de If e saíra com trinta e três. Passou-lhe pelos lábios um sorriso doloroso. Perguntou a si mesmo que teria sido feito de Mercédès durante aquele tempo, em que decerto o considerara morto.
Depois, brilhou-lhe nos olhos um relâmpago de ódio ao pensar nos três homens a quem devia tão longo e cruel cativeiro. E renovou contra Danglars, Fernand e Villefort o juramento de implacável vingança que já pronunciara na prisão.
E esse juramento já não era uma ameaça vã, pois naquele momento o melhor veleiro do Mediterrâneo não conseguiria pela certa apanhar a pequena tartana que singrava a todo o pano para Liorne.