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Capítulo 29: Acasa Morrel

Página 238

Morrel levantou-se para ir abrir a porta, mas as forças faltaram-lhe e voltou a cair na poltrona.

Os dois homens ficaram diante um do outro. Morrel tremendo como varas verdes, o estrangeiro olhando-o com expressão de profunda compaixão. O barulho cessara, mas dir-se-ia que Morrel esperava qualquer coisa. Aquele barulho tinha uma causa e devia ter um efeito.

Pareceu ao estrangeiro que alguém subia suavemente a escada e que os passos de várias pessoas se detinham no patamar.

Foi introduzida uma chave na fechadura da primeira porta e ouviu-se essa porta chiar nos gonzos.

- Só duas pessoas têm a chave daquela porta - murmurou Morrel. - Coclès e Julie.

Ao mesmo tempo a segunda porta abriu-se e viu-se aparecer a rapariga, pálida e lavada em lágrimas.

Morrel ergueu-se muito trémulo e apoiou-se no braço da poltrona, pois de contrário não conseguiria ter-se de pé

Queria interrogar, mas não tinha voz.

- Oh, meu pai! - exclamou a jovem, juntando as mãos. - Perdoe à sua filha ser a portadora de uma má notícia! - Morrel empalideceu horrivelmente. Julie lançou-se-lhe nos braços.

- Oh, meu pai, meu pai, coragem!

- Assim, o Pharaon naufragou? - perguntou Morrel em voz estrangulada.

A rapariga não respondeu, mas fez um sinal afirmativo com a cabeça encostada ao peito do pai

- E a tripulação? - indagou Morrel.

- Salva - respondeu a jovem. - Foi salva pelo navio bordelês que acaba de entrar no porto.

Morrel levantou ambas as mãos ao céu com uma expressão de resignação e reconhecimento sublime.

- Obrigado, meu Deus! - disse Morrel. - Ao menos só a mim feris.

Por mais fleumático que fosse o inglês, nem por isso uma lágrima deixou de lhe humedecer as pálpebras.

- Entrem - disse Morrel. - Entrem, pois presumo que estão todos à porta.

Com efeito, mal pronunciou estas palavras, a Sr.ª Morrel entrou soluçando, emmanuel seguia-a. Ao fundo da antecâmara viam-se as figuras rudes de sete ou oito marinheiros seminus.

Ao ver aqueles homens, o inglês estremeceu. Deu um passo em frente como que para se lhos dirigir, mas conteve-se e ocultou-se, pelo contrário, no canto mais escuro e afastado do gabinete.

A Sr.ª Morrel foi sentar-se na poltrona e tomou uma das mãos do marido nas suas, enquanto Julie continuava encostada ao peito do pai. Emmanuel ficara a meio caminho do gabinete e parecia servir de ligação entre o grupo da família Morrel e os marinheiros que se encontravam à porta.

- Como foi que aconteceu? - perguntou Morrel.

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Capa do livro O Conde de Monte Cristo
Páginas: 1080
Página atual: 238

 
   
 
   
Os capítulos deste livro:
Marselha - A Chegada 1
O pai e o filho 8
Os Catalães 14
A Conspiração 23
O banquete de noivado 28
O substituto do Procurador Régio 38
O interrogatório 47
O Castelo de If 57
A festa de noivado 66
Os Cem Dias 89
O número 34 e o número 27 106
Um sábio italiano 120
A cela do abade 128
O Tesouro 143
O terceiro ataque 153
O cemitério do Castelo de If 162
A Ilha de Tiboulen 167
Os contrabandistas 178
A ilha de Monte-Cristo 185
Deslumbramento 192
O desconhecido 200
A Estalagem da Ponte do Gard 206
O relato 217
Os registos das prisões 228
Acasa Morrel 233
O 5 de Stembro 244
Itália - Simbad, o marinheiro 257
Despertar 278
Bandidos Romanos 283
Aparição 309
A Mazzolata 327
O Carnaval de Roma 340
As Catacumbas de São Sebastião 356
O encontro 369
Os convivas 375
O almoço 392
A apresentação 403
O Sr. Bertuccio 415
A Casa de Auteuil 419
A vendetta 425
A chuva de sangue 444
O crédito ilimitado 454
A parelha pigarça 464
Ideologia 474
Haydée 484
A família Morrel 488
Píramo e Tisbe 496
Toxicologia 505
Roberto, o diabo 519
A alta e a baixa 531
O major Cavalcanti 540
Andrea Cavalcanti 548
O campo de Luzerna 557
O Sr. Noirtier de Villefort 566
O testamento 573
O telégrafo 580
Meios de livrar um jardineiro dos ratos-dos-pomares que lhe comem os pêssegos 588
Os fantasmas 596
O jantar 604
O mendigo 613
Cena conjugal 620
Projetos de casamento 629
No gabinete do Procurador Régio 637
Um baile de Verão 647
As informações 653
O baile 661
O pão e o sal 668
A Sra. de Saint-Méran 672
A promessa 682
O jazigo da família Villefort 705
A ata da sessão 713
Os progressos de Cavalcanti filho 723
Haydée 732
Escrevem-nos de Janina 748
A limonada 762
A acusação 771
O quarto do padeiro reformado 776
O assalto 790
A mão de Deus 801
Beauchamp 806
A viagem 812
O julgamento 822
A provocação 834
O insulto 840
A Noite 848
O duelo 855
A mãe e o filho 865
O suicídio 871
Valentine 879
A confissão 885
O pai e a filha 895
O contrato 903
A estrada da Bélgica 912
A estalagem do sino e da garrafa 917
A lei 928
A aparição 937
Locusta 943
Valentine 948
Maximilien 953
A assinatura de Danglars 961
O Cemitério do Père-lachaise 970
A partilha 981
O covil dos leões 994
O juiz 1001
No tribunal 1009
O libelo acusatório 1014
Expiação 1021
A partida 1028
O passado 1039
Peppino 1049
A ementa de Luigi Vampa 1058
O Perdão 1064
O 5 de Outubro 1069