Procurar livros:
    Procurar
Procurar livro na nossa biblioteca
 
 
Procurar autor
   
Procura por autor
 
marcador
  • Sem marcador definido
Marcador
 
 
 

Capítulo 30: O 5 de Stembro

Página 246
Mas contra todas as previsões quando chegou o dia 31 de Agosto a tesouraria abriu como de costume, Coclès apareceu atrás da rede de arame, calmo como o justo Horácio, examinou com a mesma atenção o papel que lhe apresentavam e depois, da primeira à última, pagou as letras com a habitual pontualidade. Apareceram até dois reembolsos, como o Sr. Morrel previra, que Coclès pagou com a prontidão com que pagara as letras aceites pelo armador. As pessoas já não compreendiam nada e adiavam, com a tenacidade característica dos profetas da desgraça, a falência para fins de Setembro.

Morrel chegou no dia 1. Toda a família o esperava com grande ansiedade. Daquela viagem a Paris deveria surgir a sua derradeira oportunidade de salvação. Morrel pensara em Danglars. Actualmente milionário e noutros tempos seu protegido, pois fora graças à recomendação de Morrel que Danglars entrara ao serviço do banqueiro espanhol, em casa do qual iniciara a sua imensa fortuna. Actualmente, dizia-se, Danglars possuía seis ou oito milhões e crédito ilimitado. Podia portanto, sem tirar um escudo da algibeira, salvar Morrel: bastar-lhe-ia garantir um empréstimo e Morrel estaria salvo. Havia muito tempo que Morrel se lembrara de Danglars, mas existem repulsas instintivas de que não somos senhores e Morrel adiara tanto quanto lhe fora possível recorrer a esse meio supremo. E tivera razão, pois regressara abatido pela humilhação de uma recusa.

Mesmo assim, à chegada, Morrel não deixara escapar nenhum queixume nem proferira nenhuma recriminação. Beijara chorando a mulher e a filha, estendera a mão amiga a Emmanuel, fechara-se no seu gabinete do segundo andar e mandara chamar Coclès.

- Desta vez, estamos perdidos - disseram as duas mulheres a Emmanuel.

Depois, num curto conciliábulo entre elas, decidiram que Julie escreveria ao irmão, de guarnição em Nîmes, para que viesse imediatamente.

As pobres mulheres sentiam instintivamente que necessitavam de todas as suas forças para aparar o golpe que as ameaçava.

Aliás, Maximilien Morrel, apesar de contar apenas vinte e dois anos, tinha já grande influência sobre o pai

Era um jovem firme e recto. Quando se tratara de abraçar uma carreira, o pai não quisera impor-lhe antecipadamente um futuro e consultara os gostos do jovem Maximilien. Este declarara então que queria seguir a carreira militar, fizera brilhantemente os estudos adequados e entrara por concurso para a Escola Politécnica e saíra de lá alferes do 53.o de linha. Havia um ano que tinha esse posto, mas tinha a promessa de ser promovido a tenente na primeira oportunidade.

<< Página Anterior

pág. 246 (Capítulo 30)

Página Seguinte >>

Capa do livro O Conde de Monte Cristo
Páginas: 1080
Página atual: 246

 
   
 
   
Os capítulos deste livro:
Marselha - A Chegada 1
O pai e o filho 8
Os Catalães 14
A Conspiração 23
O banquete de noivado 28
O substituto do Procurador Régio 38
O interrogatório 47
O Castelo de If 57
A festa de noivado 66
Os Cem Dias 89
O número 34 e o número 27 106
Um sábio italiano 120
A cela do abade 128
O Tesouro 143
O terceiro ataque 153
O cemitério do Castelo de If 162
A Ilha de Tiboulen 167
Os contrabandistas 178
A ilha de Monte-Cristo 185
Deslumbramento 192
O desconhecido 200
A Estalagem da Ponte do Gard 206
O relato 217
Os registos das prisões 228
Acasa Morrel 233
O 5 de Stembro 244
Itália - Simbad, o marinheiro 257
Despertar 278
Bandidos Romanos 283
Aparição 309
A Mazzolata 327
O Carnaval de Roma 340
As Catacumbas de São Sebastião 356
O encontro 369
Os convivas 375
O almoço 392
A apresentação 403
O Sr. Bertuccio 415
A Casa de Auteuil 419
A vendetta 425
A chuva de sangue 444
O crédito ilimitado 454
A parelha pigarça 464
Ideologia 474
Haydée 484
A família Morrel 488
Píramo e Tisbe 496
Toxicologia 505
Roberto, o diabo 519
A alta e a baixa 531
O major Cavalcanti 540
Andrea Cavalcanti 548
O campo de Luzerna 557
O Sr. Noirtier de Villefort 566
O testamento 573
O telégrafo 580
Meios de livrar um jardineiro dos ratos-dos-pomares que lhe comem os pêssegos 588
Os fantasmas 596
O jantar 604
O mendigo 613
Cena conjugal 620
Projetos de casamento 629
No gabinete do Procurador Régio 637
Um baile de Verão 647
As informações 653
O baile 661
O pão e o sal 668
A Sra. de Saint-Méran 672
A promessa 682
O jazigo da família Villefort 705
A ata da sessão 713
Os progressos de Cavalcanti filho 723
Haydée 732
Escrevem-nos de Janina 748
A limonada 762
A acusação 771
O quarto do padeiro reformado 776
O assalto 790
A mão de Deus 801
Beauchamp 806
A viagem 812
O julgamento 822
A provocação 834
O insulto 840
A Noite 848
O duelo 855
A mãe e o filho 865
O suicídio 871
Valentine 879
A confissão 885
O pai e a filha 895
O contrato 903
A estrada da Bélgica 912
A estalagem do sino e da garrafa 917
A lei 928
A aparição 937
Locusta 943
Valentine 948
Maximilien 953
A assinatura de Danglars 961
O Cemitério do Père-lachaise 970
A partilha 981
O covil dos leões 994
O juiz 1001
No tribunal 1009
O libelo acusatório 1014
Expiação 1021
A partida 1028
O passado 1039
Peppino 1049
A ementa de Luigi Vampa 1058
O Perdão 1064
O 5 de Outubro 1069