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Capítulo 4: A Conspiração

Página 25

E Danglars simulou levantar-se por sua vez.

- Não se vá embora, espere! - pediu Fernand, retendo-o. - No fim de contas, pouco me importa que queira ou não queira mal a Dantès; quero-lhe eu, confesso-o bem alto. Descubra a maneira e eu executo-a, contando que não haja morte de homem, pois Mercédès jurou que se mataria se alguém matasse Dantès.

Caderousse, que deixara cair a cabeça em cima da mesa, levantou-a e, olhando Fernand e Danglars com os olhos mortiços e embrutecidos, observou:

- Matar Dantès? Quem fala aqui em matar Dantès? Não consinto que o matem. É meu amigo, ainda esta manhã se ofereceu para compartilhar o seu dinheiro comigo, como compartilhei o meu com ele. Não consinto que matem Dantès!

- E quem fala em matá-lo, imbecil? - redarguiu Danglars. Trata- se apenas de uma brincadeira. Bebe à sua saúde acrescentou, enchendo o copo de Caderousse - e deixa-nos tranquilos.

- Sim, sim, à saúde de Dantès! - exclamou Caderousse, despejando o copo. - à sua saúde!... à sua saúde!...

- Mas o meio... o meio? - insistiu Fernand.

- Ainda o não encontrou?

- Não, o senhor é que se encarregou disso.

- É verdade - concordou Danglars. - Os Franceses têm esta vantagem sobre os Espanhóis: enquanto os Espanhóis ruminam, os Franceses inventam.

- Então invente - redarguiu Fernand, com impaciência.

- Criado, uma pena, tinta e papel! - pediu Danglars.

- Uma pena, tinta e papel... - murmurou Fernand.

- Sim, sou guarda-livros: a pena, a tinta e o papel são as minhas ferramentas, e sem as minhas ferramentas não sei fazer nada.

- Uma pena, tinta e papel! - gritou por sua vez Fernand.

- Têm o que desejam em cima daquela mesa - disse o criado, indicando os objetos pedidos.

- Então dê-no-los.

O criado pegou no papel, na tinta e na pena e colocou-os em cima da mesa da latada.

- Quando penso - comentou Caderousse, deixando cair a mão em cima do papel - que há aqui com que matar um homem mais seguramente do que se o esperassem no recanto de um bosque para o assassinar!... Sempre tive mais medo de uma pena, dum tinteiro e de uma folha de papel do que de uma espada ou de uma pistola.

- O velhaco não está ainda tão bêbedo como parece - observou Danglars. - Dê-lhe de beber, Fernand.

Fernand voltou a encher o copo de Caderousse e este, como bom bebedor que era, levantou a mão de cima do papel e levou-a ao copo.

O catalão seguiu-lhe o gesto até Caderousse, quase vencido por aquele novo ataque, pousar, ou antes deixar cair, o copo em cima da mesa.

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Capa do livro O Conde de Monte Cristo
Páginas: 1080
Página atual: 25

 
   
 
   
Os capítulos deste livro:
Marselha - A Chegada 1
O pai e o filho 8
Os Catalães 14
A Conspiração 23
O banquete de noivado 28
O substituto do Procurador Régio 38
O interrogatório 47
O Castelo de If 57
A festa de noivado 66
Os Cem Dias 89
O número 34 e o número 27 106
Um sábio italiano 120
A cela do abade 128
O Tesouro 143
O terceiro ataque 153
O cemitério do Castelo de If 162
A Ilha de Tiboulen 167
Os contrabandistas 178
A ilha de Monte-Cristo 185
Deslumbramento 192
O desconhecido 200
A Estalagem da Ponte do Gard 206
O relato 217
Os registos das prisões 228
Acasa Morrel 233
O 5 de Stembro 244
Itália - Simbad, o marinheiro 257
Despertar 278
Bandidos Romanos 283
Aparição 309
A Mazzolata 327
O Carnaval de Roma 340
As Catacumbas de São Sebastião 356
O encontro 369
Os convivas 375
O almoço 392
A apresentação 403
O Sr. Bertuccio 415
A Casa de Auteuil 419
A vendetta 425
A chuva de sangue 444
O crédito ilimitado 454
A parelha pigarça 464
Ideologia 474
Haydée 484
A família Morrel 488
Píramo e Tisbe 496
Toxicologia 505
Roberto, o diabo 519
A alta e a baixa 531
O major Cavalcanti 540
Andrea Cavalcanti 548
O campo de Luzerna 557
O Sr. Noirtier de Villefort 566
O testamento 573
O telégrafo 580
Meios de livrar um jardineiro dos ratos-dos-pomares que lhe comem os pêssegos 588
Os fantasmas 596
O jantar 604
O mendigo 613
Cena conjugal 620
Projetos de casamento 629
No gabinete do Procurador Régio 637
Um baile de Verão 647
As informações 653
O baile 661
O pão e o sal 668
A Sra. de Saint-Méran 672
A promessa 682
O jazigo da família Villefort 705
A ata da sessão 713
Os progressos de Cavalcanti filho 723
Haydée 732
Escrevem-nos de Janina 748
A limonada 762
A acusação 771
O quarto do padeiro reformado 776
O assalto 790
A mão de Deus 801
Beauchamp 806
A viagem 812
O julgamento 822
A provocação 834
O insulto 840
A Noite 848
O duelo 855
A mãe e o filho 865
O suicídio 871
Valentine 879
A confissão 885
O pai e a filha 895
O contrato 903
A estrada da Bélgica 912
A estalagem do sino e da garrafa 917
A lei 928
A aparição 937
Locusta 943
Valentine 948
Maximilien 953
A assinatura de Danglars 961
O Cemitério do Père-lachaise 970
A partilha 981
O covil dos leões 994
O juiz 1001
No tribunal 1009
O libelo acusatório 1014
Expiação 1021
A partida 1028
O passado 1039
Peppino 1049
A ementa de Luigi Vampa 1058
O Perdão 1064
O 5 de Outubro 1069