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Capítulo 31: Itália - Simbad, o marinheiro

Página 263

- Com que então, meu caro Gaetano, você mesmo também é um bocadinho contrabandista, hem?... - observou Franz, rindo.

- Que quer Vossa Excelência, faz-se um pouco de tudo!... confessou Gaetano com um sorriso impossível de descrever. - É preciso viver...

- E você está em boas relações com as pessoas instaladas neste momento em Monte-Cristo?

- Pouco mais ou menos. Nós, marinheiros, somos como os maçãos: reconhecemo-nos por certos sinais.

- Nesse caso, parece-lhe que não teríamos nada a temer se desembarcássemos?

- Absolutamente nada. Os contrabandistas não são ladrões.

- Mas esses dois bandidos corsos... - insinuou Franz, calculando antecipadamente todas as probabilidades de perigo.

- Valha-me Deus, eles não têm culpa de ser bandidos! A culpa é das autoridades - redarguiu Gaetano.

- Como assim?

- Sem dúvida! Perseguem-nos apenas por furar uma pele!... Como se não estivesse na natureza do corso vingar-se!

- Que entende você por furar uma pele? Assassinar um homem? - inquiriu Franz, continuando as suas investigações.

- Entendo matar um inimigo - respondeu o patrão -, o que é muito diferente.

- Bom, vamos lá pedir hospitalidade aos contrabandistas e aos bandidos - decidiu o jovem. - Acha que no-la concederão?

- Sem dúvida nenhuma.

- Quantos são?

- Quatro, Excelência, e com os dois bandidos, seis.

- Óptimo, é precisamente o nosso número! Estamos portanto, no caso de esses cavalheiros mostrarem más intenções, em força igual e por consequência em condições de os dominar. Assim e pela última vez, vamos para Monte-Cristo.

- Pois sim, Excelência. Mas ainda assim permite-nos que tomemos certas precauções?

- Claro, meu caro! Seja sábio como Nestor e prudente como Ulisses. Faço mais do que permitir-lhes, exorto-os a tomarem-nas.

- Muito bem. Então, silêncio - ordenou Gaetano.

Toda a gente se calou.

Para um homem que, como Franz, encarava todas as coisas sob o seu verdadeiro aspecto a situação, sem ser perigosa, não deixava de revestir-se de certa gravidade. Encontrava-se na obscuridade mais profunda, isolado, no meio do mar, com marinheiros que não o conheciam e que não tinham nenhum motivo para lhe ser dedicados; que sabiam que trazia no cinto alguns milhares de francos e que tinham dez vezes, se não com inveja pelo menos com curiosidade, examinado as suas armas, que eram muito belas. Por outro lado ia desembarcar, escoltado apenas por esses homens, numa ilha que tinha um nome muitíssimo religioso, mas que parecia não prometer a Franz mais hospitalidade do que o Calvário a Cristo, graças aos seus contrabandistas e aos seus bandidos.

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Capa do livro O Conde de Monte Cristo
Páginas: 1080
Página atual: 263

 
   
 
   
Os capítulos deste livro:
Marselha - A Chegada 1
O pai e o filho 8
Os Catalães 14
A Conspiração 23
O banquete de noivado 28
O substituto do Procurador Régio 38
O interrogatório 47
O Castelo de If 57
A festa de noivado 66
Os Cem Dias 89
O número 34 e o número 27 106
Um sábio italiano 120
A cela do abade 128
O Tesouro 143
O terceiro ataque 153
O cemitério do Castelo de If 162
A Ilha de Tiboulen 167
Os contrabandistas 178
A ilha de Monte-Cristo 185
Deslumbramento 192
O desconhecido 200
A Estalagem da Ponte do Gard 206
O relato 217
Os registos das prisões 228
Acasa Morrel 233
O 5 de Stembro 244
Itália - Simbad, o marinheiro 257
Despertar 278
Bandidos Romanos 283
Aparição 309
A Mazzolata 327
O Carnaval de Roma 340
As Catacumbas de São Sebastião 356
O encontro 369
Os convivas 375
O almoço 392
A apresentação 403
O Sr. Bertuccio 415
A Casa de Auteuil 419
A vendetta 425
A chuva de sangue 444
O crédito ilimitado 454
A parelha pigarça 464
Ideologia 474
Haydée 484
A família Morrel 488
Píramo e Tisbe 496
Toxicologia 505
Roberto, o diabo 519
A alta e a baixa 531
O major Cavalcanti 540
Andrea Cavalcanti 548
O campo de Luzerna 557
O Sr. Noirtier de Villefort 566
O testamento 573
O telégrafo 580
Meios de livrar um jardineiro dos ratos-dos-pomares que lhe comem os pêssegos 588
Os fantasmas 596
O jantar 604
O mendigo 613
Cena conjugal 620
Projetos de casamento 629
No gabinete do Procurador Régio 637
Um baile de Verão 647
As informações 653
O baile 661
O pão e o sal 668
A Sra. de Saint-Méran 672
A promessa 682
O jazigo da família Villefort 705
A ata da sessão 713
Os progressos de Cavalcanti filho 723
Haydée 732
Escrevem-nos de Janina 748
A limonada 762
A acusação 771
O quarto do padeiro reformado 776
O assalto 790
A mão de Deus 801
Beauchamp 806
A viagem 812
O julgamento 822
A provocação 834
O insulto 840
A Noite 848
O duelo 855
A mãe e o filho 865
O suicídio 871
Valentine 879
A confissão 885
O pai e a filha 895
O contrato 903
A estrada da Bélgica 912
A estalagem do sino e da garrafa 917
A lei 928
A aparição 937
Locusta 943
Valentine 948
Maximilien 953
A assinatura de Danglars 961
O Cemitério do Père-lachaise 970
A partilha 981
O covil dos leões 994
O juiz 1001
No tribunal 1009
O libelo acusatório 1014
Expiação 1021
A partida 1028
O passado 1039
Peppino 1049
A ementa de Luigi Vampa 1058
O Perdão 1064
O 5 de Outubro 1069