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Capítulo 32: Despertar

Página 282
Os dois quartos davam para a rua, circunstância que mestre Pastrini fez valer como se lhos acrescentasse mérito apreciável. O resto do andar estava alugado a uma personagem riquíssima, tida por siciliana ou maltesa. O hoteleiro não foi capaz de dizer ao certo de qual das duas nacionalidades era o viajante.

- Está tudo muito bem, mestre Pastrini - disse Franz -, mas precisamos imediatamente de uma ceia para esta noite e de uma caleça para amanhã e para os dias seguintes.

- Quanto à ceia - respondeu o hoteleiro -, serão servidos neste mesmo instante; mas quanto à caleça...

- Como, quanto à caleça?! - protestou Albert. - Um momento, um momento! Deixemo-nos de brincadeiras, mestre Pastrini... Precisamos de uma caleça!

- Senhor, faremos tudo o que pudermos para lhes arranjar uma respondeu o hoteleiro. - É tudo o que lhes posso prometer.

- E quando teremos a resposta? - perguntou Franz.

- Amanhã de manhã - respondeu o hoteleiro.

- Que diabo, pagá-la-emos mais cara e pronto! - interveio Albert. - Sabemos como isso é: no Drake ou no Aaron, vinte e cinco francos nos dias vulgares e trinta ou trinta e cinco francos nos domingos e dias festivos. Ponha-lhe mais cinco francos por dia de corretagem, o que dará quarenta, e não se fala mais nisso.

- Receio muito, meus senhores, que mesmo oferecendo o dobro a não consigam arranjar.

- Então que atrelem cavalos à minha. Está um bocado deteriorada da viagem, mas não faz mal.

- Não se arranjarão cavalos.

Albert olhou para Franz como um homem a quem tivessem dado uma resposta que lhe parecesse incompreensível.

- Compreende isto, Franz? Não há cavalos!

- Mas cavalos de posta, não se poderão arranjar?

- Estão todos alugados há quinze dias e só restam os absolutamente necessários ao serviço.

- Que diz você a isto, Albert? - perguntou Franz.

- Digo que quando uma coisa excede a minha inteligência tenho o hábito de não insistir nessa coisa e passar a outra. A ceia está pronta, mestre Pastrini?

- Está, sim, Excelência.

- Então ceemos primeiro.

- Mas a caleça e os cavalos? - insistiu Franz.

- Esteja tranquilo, caro amigo, que eles aparecerão É tudo uma questão de preço.

E Morcerf, com essa filosofia admirável que não considera nada impossível, desde que se sinta a bolsa recheada ou a carteira bem fornecida, ceou, deitou-se, dormiu a sono solto e sonhou que brincava o Carnaval numa caleça puxada por seis cavalos.

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Capa do livro O Conde de Monte Cristo
Páginas: 1080
Página atual: 282

 
   
 
   
Os capítulos deste livro:
Marselha - A Chegada 1
O pai e o filho 8
Os Catalães 14
A Conspiração 23
O banquete de noivado 28
O substituto do Procurador Régio 38
O interrogatório 47
O Castelo de If 57
A festa de noivado 66
Os Cem Dias 89
O número 34 e o número 27 106
Um sábio italiano 120
A cela do abade 128
O Tesouro 143
O terceiro ataque 153
O cemitério do Castelo de If 162
A Ilha de Tiboulen 167
Os contrabandistas 178
A ilha de Monte-Cristo 185
Deslumbramento 192
O desconhecido 200
A Estalagem da Ponte do Gard 206
O relato 217
Os registos das prisões 228
Acasa Morrel 233
O 5 de Stembro 244
Itália - Simbad, o marinheiro 257
Despertar 278
Bandidos Romanos 283
Aparição 309
A Mazzolata 327
O Carnaval de Roma 340
As Catacumbas de São Sebastião 356
O encontro 369
Os convivas 375
O almoço 392
A apresentação 403
O Sr. Bertuccio 415
A Casa de Auteuil 419
A vendetta 425
A chuva de sangue 444
O crédito ilimitado 454
A parelha pigarça 464
Ideologia 474
Haydée 484
A família Morrel 488
Píramo e Tisbe 496
Toxicologia 505
Roberto, o diabo 519
A alta e a baixa 531
O major Cavalcanti 540
Andrea Cavalcanti 548
O campo de Luzerna 557
O Sr. Noirtier de Villefort 566
O testamento 573
O telégrafo 580
Meios de livrar um jardineiro dos ratos-dos-pomares que lhe comem os pêssegos 588
Os fantasmas 596
O jantar 604
O mendigo 613
Cena conjugal 620
Projetos de casamento 629
No gabinete do Procurador Régio 637
Um baile de Verão 647
As informações 653
O baile 661
O pão e o sal 668
A Sra. de Saint-Méran 672
A promessa 682
O jazigo da família Villefort 705
A ata da sessão 713
Os progressos de Cavalcanti filho 723
Haydée 732
Escrevem-nos de Janina 748
A limonada 762
A acusação 771
O quarto do padeiro reformado 776
O assalto 790
A mão de Deus 801
Beauchamp 806
A viagem 812
O julgamento 822
A provocação 834
O insulto 840
A Noite 848
O duelo 855
A mãe e o filho 865
O suicídio 871
Valentine 879
A confissão 885
O pai e a filha 895
O contrato 903
A estrada da Bélgica 912
A estalagem do sino e da garrafa 917
A lei 928
A aparição 937
Locusta 943
Valentine 948
Maximilien 953
A assinatura de Danglars 961
O Cemitério do Père-lachaise 970
A partilha 981
O covil dos leões 994
O juiz 1001
No tribunal 1009
O libelo acusatório 1014
Expiação 1021
A partida 1028
O passado 1039
Peppino 1049
A ementa de Luigi Vampa 1058
O Perdão 1064
O 5 de Outubro 1069