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Capítulo 32: Despertar

Página 281

Quanto a Franz, já nada o retinha em Monte-Cristo. Como já perdera toda a esperança de descobrir o segredo da gruta, apressou o pequeno-almoço e ordenou aos seus homens que tivessem a embarcação pronta quando acabasse de comer.

Meia hora depois estava a bordo.

Deitou um último olhar ao iate; estava prestes a desaparecer no golfo de Porto-Vecchio.

Deu o sinal de partida.

No momento em que a embarcação se pôs em movimento, o iate desapareceu. Com ele esfumava-se a derradeira realidade da noite anterior Para Franz, ceia, Simbad, haxixe e estátuas tudo começava a misturar-se no mesmo sonho. A embarcação navegou todo o dia e toda a noite, e no dia seguinte, quando o Sol nasceu, desaparecera por sua vez a ilha de Monte-Cristo.

Assim que pôs pé em terra, Franz esqueceu, pelo menos momentaneamente, os acontecimentos que acabara de viver, para terminar os seus compromissos de prazer e cortesia em Florença e ir juntar-se ao amigo que o esperava em Roma Partiu portanto e chegou à Praça da Alfândega, na diligência, no sábado à noite.

Como dissemos, o quarto fora reservado com antecedência e tudo o que tinha a fazer era dirigir-se para o hotel de mestre Pastrini - o que não era coisa muito fácil, pois a multidão enchia as ruas e Roma era já presa desse rumor abafado e febril que precede os grandes acontecimentos. Ora em Roma há quatro grandes acontecimentos por ano: o Carnaval, a Semana Santa, a Festa do Corpo de Deus e o S. Pedro. Durante todo o resto do ano a cidade recai na sua triste apatia, estado intermédio entre a vida e a morte, que a torna semelhante a uma espécie de estação entre este mundo e o outro. Estação sublime, paragem cheia de poesia e carácter que Franz já experimentara cinco ou seis vezes e que de cada vez achara ainda mais maravilhosa e fantástica.

Por fim, conseguiu atravessar a multidão, cada vez mais densa e agitada, e alcançou o hotel. à sua primeira pergunta responderam-lhe, com a impertinência característica dos cocheiros de fiacre reservados e dos hoteleiros com a lotação esgotada, que já não havia lugar para ele no Hotel de Londres. Então mandou o seu cartão a mestre Pastrini e exigiu a presença de Albert de Morcerf. O processo resultou e mestre Pastrini acorreu pessoalmente, desculpando-se por ter feito esperar Sua Excelência, desatou a ralhar aos empregados, tirou o castiçal da mão do cicerone que já se assenhoreara do viajante e preparava-se para o acompanhar junto de Albert quando este veio ao seu encontro.

Os aposentos reservados compunham-se de dois quartitos e de um gabinete.

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Capa do livro O Conde de Monte Cristo
Páginas: 1080
Página atual: 281

 
   
 
   
Os capítulos deste livro:
Marselha - A Chegada 1
O pai e o filho 8
Os Catalães 14
A Conspiração 23
O banquete de noivado 28
O substituto do Procurador Régio 38
O interrogatório 47
O Castelo de If 57
A festa de noivado 66
Os Cem Dias 89
O número 34 e o número 27 106
Um sábio italiano 120
A cela do abade 128
O Tesouro 143
O terceiro ataque 153
O cemitério do Castelo de If 162
A Ilha de Tiboulen 167
Os contrabandistas 178
A ilha de Monte-Cristo 185
Deslumbramento 192
O desconhecido 200
A Estalagem da Ponte do Gard 206
O relato 217
Os registos das prisões 228
Acasa Morrel 233
O 5 de Stembro 244
Itália - Simbad, o marinheiro 257
Despertar 278
Bandidos Romanos 283
Aparição 309
A Mazzolata 327
O Carnaval de Roma 340
As Catacumbas de São Sebastião 356
O encontro 369
Os convivas 375
O almoço 392
A apresentação 403
O Sr. Bertuccio 415
A Casa de Auteuil 419
A vendetta 425
A chuva de sangue 444
O crédito ilimitado 454
A parelha pigarça 464
Ideologia 474
Haydée 484
A família Morrel 488
Píramo e Tisbe 496
Toxicologia 505
Roberto, o diabo 519
A alta e a baixa 531
O major Cavalcanti 540
Andrea Cavalcanti 548
O campo de Luzerna 557
O Sr. Noirtier de Villefort 566
O testamento 573
O telégrafo 580
Meios de livrar um jardineiro dos ratos-dos-pomares que lhe comem os pêssegos 588
Os fantasmas 596
O jantar 604
O mendigo 613
Cena conjugal 620
Projetos de casamento 629
No gabinete do Procurador Régio 637
Um baile de Verão 647
As informações 653
O baile 661
O pão e o sal 668
A Sra. de Saint-Méran 672
A promessa 682
O jazigo da família Villefort 705
A ata da sessão 713
Os progressos de Cavalcanti filho 723
Haydée 732
Escrevem-nos de Janina 748
A limonada 762
A acusação 771
O quarto do padeiro reformado 776
O assalto 790
A mão de Deus 801
Beauchamp 806
A viagem 812
O julgamento 822
A provocação 834
O insulto 840
A Noite 848
O duelo 855
A mãe e o filho 865
O suicídio 871
Valentine 879
A confissão 885
O pai e a filha 895
O contrato 903
A estrada da Bélgica 912
A estalagem do sino e da garrafa 917
A lei 928
A aparição 937
Locusta 943
Valentine 948
Maximilien 953
A assinatura de Danglars 961
O Cemitério do Père-lachaise 970
A partilha 981
O covil dos leões 994
O juiz 1001
No tribunal 1009
O libelo acusatório 1014
Expiação 1021
A partida 1028
O passado 1039
Peppino 1049
A ementa de Luigi Vampa 1058
O Perdão 1064
O 5 de Outubro 1069