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Capítulo 33: Bandidos Romanos

Página 298

»Eram ambos órfãos, só tinham de pedir licença ao patrão e haviam-na pedido e obtido.

»Um dia, quando conversavam acerca dos seus projectos de futuro, ouviram dois ou três tiros. Depois, de súbito, um homem saiu do bosque perto do qual os dois jovens costumavam fazer pastar os seus rebanhos e correu para eles.

»Quando chegou ao alcance da voz, gritou:

»- Sou perseguido! Podem-me esconder?

»Os dois jovens adivinharam sem dificuldade que o fugitivo devia ser algum bandido; mas existe entre o camponês e o bandido romano uma simpatia inata que leva o primeiro a estar sempre pronto a ajudar o segundo.

»Sem dizer nada, Vampa correu portanto para a pedra que vedava a entrada da sua gruta, descobriu essa entrada puxando a pedra para si, fez sinal ao fugitivo para se refugiar naquele asilo desconhecido de todos, empurrou a pedra para o seu lugar e voltou a sentar-se ao pé de Teresa.

»Quase imediatamente, apareceram na orla do bosque quatro carabineiros a cavalo. Três pareciam andar à procura do fugitivo, o quarto arrastava pelo pescoço um bandido prisioneiro.

»Os três carabineiros exploraram o local num relance de olhos, viram os dois jovens, correram para eles a galope e interrogaram-nos.

»Não tinham visto ninguém.

»- É pena - disse o cabo -, porque o que procuramos é o chefe.

»- Cucumetto?! - não puderam impedir-se de gritar ao mesmo tempo Luigi e Teresa.

»- Sim - respondeu o cabo -, e como a sua cabeça estava posta a prémio por mil escudos romanos, haveria quinhentos para vocês se nos ajudassem a prendê-lo.

»Os dois jovens entreolharam-se. O cabo teve um instante de esperança. Quinhentos escudos romanos equivalem a três mil francos, e três mil francos eram uma fortuna para dois pobres órfãos que iam casar.

»- Sim, é pena - respondeu Vampa -, mas não o vimos.

»Então os carabineiros bateram o local em várias direcções, mas inutilmente.

»Depois, um após outro, desapareceram.

»Então, Vampa tirou a pedra e Cucumetto saiu.

»Este vira, através das frestas da porta de granito, os dois jovens falarem com os carabineiros, adivinhara o tema da conversa e lera no rosto de Luigi e de Teresa a resolução inquebrantável de o não entregar. Por isso, tirou da algibeira uma bolsa cheia de ouro e ofereceu-lha.

»Mas Vampa ergueu a cabeça com orgulho; quanto a Teresa, os seus olhos brilharam ao pensar em tudo o que poderia comprar com aquele dinheiro: ricas jóias e lindos vestidos.

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Capa do livro O Conde de Monte Cristo
Páginas: 1080
Página atual: 298

 
   
 
   
Os capítulos deste livro:
Marselha - A Chegada 1
O pai e o filho 8
Os Catalães 14
A Conspiração 23
O banquete de noivado 28
O substituto do Procurador Régio 38
O interrogatório 47
O Castelo de If 57
A festa de noivado 66
Os Cem Dias 89
O número 34 e o número 27 106
Um sábio italiano 120
A cela do abade 128
O Tesouro 143
O terceiro ataque 153
O cemitério do Castelo de If 162
A Ilha de Tiboulen 167
Os contrabandistas 178
A ilha de Monte-Cristo 185
Deslumbramento 192
O desconhecido 200
A Estalagem da Ponte do Gard 206
O relato 217
Os registos das prisões 228
Acasa Morrel 233
O 5 de Stembro 244
Itália - Simbad, o marinheiro 257
Despertar 278
Bandidos Romanos 283
Aparição 309
A Mazzolata 327
O Carnaval de Roma 340
As Catacumbas de São Sebastião 356
O encontro 369
Os convivas 375
O almoço 392
A apresentação 403
O Sr. Bertuccio 415
A Casa de Auteuil 419
A vendetta 425
A chuva de sangue 444
O crédito ilimitado 454
A parelha pigarça 464
Ideologia 474
Haydée 484
A família Morrel 488
Píramo e Tisbe 496
Toxicologia 505
Roberto, o diabo 519
A alta e a baixa 531
O major Cavalcanti 540
Andrea Cavalcanti 548
O campo de Luzerna 557
O Sr. Noirtier de Villefort 566
O testamento 573
O telégrafo 580
Meios de livrar um jardineiro dos ratos-dos-pomares que lhe comem os pêssegos 588
Os fantasmas 596
O jantar 604
O mendigo 613
Cena conjugal 620
Projetos de casamento 629
No gabinete do Procurador Régio 637
Um baile de Verão 647
As informações 653
O baile 661
O pão e o sal 668
A Sra. de Saint-Méran 672
A promessa 682
O jazigo da família Villefort 705
A ata da sessão 713
Os progressos de Cavalcanti filho 723
Haydée 732
Escrevem-nos de Janina 748
A limonada 762
A acusação 771
O quarto do padeiro reformado 776
O assalto 790
A mão de Deus 801
Beauchamp 806
A viagem 812
O julgamento 822
A provocação 834
O insulto 840
A Noite 848
O duelo 855
A mãe e o filho 865
O suicídio 871
Valentine 879
A confissão 885
O pai e a filha 895
O contrato 903
A estrada da Bélgica 912
A estalagem do sino e da garrafa 917
A lei 928
A aparição 937
Locusta 943
Valentine 948
Maximilien 953
A assinatura de Danglars 961
O Cemitério do Père-lachaise 970
A partilha 981
O covil dos leões 994
O juiz 1001
No tribunal 1009
O libelo acusatório 1014
Expiação 1021
A partida 1028
O passado 1039
Peppino 1049
A ementa de Luigi Vampa 1058
O Perdão 1064
O 5 de Outubro 1069