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Capítulo 33: Bandidos Romanos

Página 297

»- Agora - disse o velho a Carlini - ajuda-me a enterrar a minha filha.

»Carlini foi buscar duas enxadas e o pai e o apaixonado abriram uma cova ao pé de um carvalho cujos ramos frondosos deveriam cobrir a sepultura da jovem.

»Uma vez a cova aberta, o pai foi o primeiro a beijar a filha e depois o apaixonado. Em seguida, segurando-a um pelos pés e o outro pelos braços, desceram-na à cova.

»Finalmente, ajoelharam-se um de cada lado e rezaram as orações dos mortos.

»Quando terminaram, cobriram o cadáver de terra até a cova ficar cheia.

»Então, estendendo-lhe a mão, o velho disse a Carlini:

»- Obrigado, meu filho! Agora, deixa-me sozinho.

»- Mas...

»- Deixa-me, ordeno-to.

»Carlini obedeceu, foi juntar-se aos camaradas, enrolou-se na sua capa e em breve pareceu tão profundamente adormecido como os outros.

»Na véspera decidira mudar-se de acampamento.

»Uma hora antes de amanhecer, Cucumetto acordou os seus homens e deu ordem de partida.

»Mas Carlini não quis deixar a floresta sem saber o que acontecera ao pai de Rita.

»Dirigiu-se para o sítio onde o deixara.

»Encontrou o velho enforcado num dos ramos do carvalho que sombreavam a sepultura da filha.

»Fez então sobre o cadáver de um e a campa da outra o juramento de vingar ambos.

»Mas não pôde cumprir o juramento, porque dois dias mais tarde, num recontro com os carabineiros romanos, Carlini foi morto.

»Simplesmente causou estranheza que, estando de frente para o inimigo, tivesse recebido uma bala entre as espáduas.

»Mas a estranheza cessou quando um dos bandidos observou aos seus camaradas que Cucumetto se encontrava dez passos atrás de Carlini quando Carlini caíra.

»Na manhã da partida da floresta de Frosinone, Cucumetto seguira Carlini na obscuridade, ouvira o juramento que ele fizera e, como homem precavido que era, antecipara-se.

»A respeito deste terrível chefe de quadrilha contavam-se mais dez histórias não menos curiosas do que esta.

»Assim, de Fondi a Perúsia toda a gente tremia só de ouvir o nome de Cucumetto.

»Tais histórias tinham sido muitas vezes tema de conversa entre Luigi e Teresa.

»A rapariga tremia toda ao ouvi-las, mas Vampa tranquilizava-a com um sorriso, batendo na sua excelente espingarda, cujas balas eram infalíveis. Depois, se nem mesmo assim a jovem sossegava, mostrava-lhe a cem passos algum corvo empoleirado num ramo morto, metia a arma à cara, premia o gatilho e o animal, atingido, caia ao pé da árvore.

»Entretanto, o tempo ia passando. Os dois jovens tinham combinado casar-se quando tivessem Vampa vinte anos e Teresa dezanove.

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Capa do livro O Conde de Monte Cristo
Páginas: 1080
Página atual: 297

 
   
 
   
Os capítulos deste livro:
Marselha - A Chegada 1
O pai e o filho 8
Os Catalães 14
A Conspiração 23
O banquete de noivado 28
O substituto do Procurador Régio 38
O interrogatório 47
O Castelo de If 57
A festa de noivado 66
Os Cem Dias 89
O número 34 e o número 27 106
Um sábio italiano 120
A cela do abade 128
O Tesouro 143
O terceiro ataque 153
O cemitério do Castelo de If 162
A Ilha de Tiboulen 167
Os contrabandistas 178
A ilha de Monte-Cristo 185
Deslumbramento 192
O desconhecido 200
A Estalagem da Ponte do Gard 206
O relato 217
Os registos das prisões 228
Acasa Morrel 233
O 5 de Stembro 244
Itália - Simbad, o marinheiro 257
Despertar 278
Bandidos Romanos 283
Aparição 309
A Mazzolata 327
O Carnaval de Roma 340
As Catacumbas de São Sebastião 356
O encontro 369
Os convivas 375
O almoço 392
A apresentação 403
O Sr. Bertuccio 415
A Casa de Auteuil 419
A vendetta 425
A chuva de sangue 444
O crédito ilimitado 454
A parelha pigarça 464
Ideologia 474
Haydée 484
A família Morrel 488
Píramo e Tisbe 496
Toxicologia 505
Roberto, o diabo 519
A alta e a baixa 531
O major Cavalcanti 540
Andrea Cavalcanti 548
O campo de Luzerna 557
O Sr. Noirtier de Villefort 566
O testamento 573
O telégrafo 580
Meios de livrar um jardineiro dos ratos-dos-pomares que lhe comem os pêssegos 588
Os fantasmas 596
O jantar 604
O mendigo 613
Cena conjugal 620
Projetos de casamento 629
No gabinete do Procurador Régio 637
Um baile de Verão 647
As informações 653
O baile 661
O pão e o sal 668
A Sra. de Saint-Méran 672
A promessa 682
O jazigo da família Villefort 705
A ata da sessão 713
Os progressos de Cavalcanti filho 723
Haydée 732
Escrevem-nos de Janina 748
A limonada 762
A acusação 771
O quarto do padeiro reformado 776
O assalto 790
A mão de Deus 801
Beauchamp 806
A viagem 812
O julgamento 822
A provocação 834
O insulto 840
A Noite 848
O duelo 855
A mãe e o filho 865
O suicídio 871
Valentine 879
A confissão 885
O pai e a filha 895
O contrato 903
A estrada da Bélgica 912
A estalagem do sino e da garrafa 917
A lei 928
A aparição 937
Locusta 943
Valentine 948
Maximilien 953
A assinatura de Danglars 961
O Cemitério do Père-lachaise 970
A partilha 981
O covil dos leões 994
O juiz 1001
No tribunal 1009
O libelo acusatório 1014
Expiação 1021
A partida 1028
O passado 1039
Peppino 1049
A ementa de Luigi Vampa 1058
O Perdão 1064
O 5 de Outubro 1069