Procurar livros:
    Procurar
Procurar livro na nossa biblioteca
 
 
Procurar autor
   
Procura por autor
 
marcador
  • Sem marcador definido
Marcador
 
 
 

Capítulo 34: Aparição

Página 317

- Encantadora, meu caro, e loura. Oh, que cabelos adoráveis! É francesa?

- Não, é venesiana.

- E chama-se?

- Condessa G...

- Oh, conheço-a de nome! - exclamou Albert. - Dizem que tem tanto de espiritual como de bonita. Com a breca, quando penso que lhe podia ter sido apresentado no último baile da Sr.ª de Villefort, onde ela estava, e que descurei isso!... Sou um parvalhão!

- Quer que repare essa falta? - perguntou Franz.

- Como, tem suficiente intimidade com ela para me levar ao seu camarote?

- Tive a honra de lhe falar três ou quatro vezes na minha vida. Mas como sabe é rigorosamente o bastante para não cometer uma inconveniência.

Neste momento a condessa viu Franz e fez-lhe com a mão um sinal gracioso a que ele correspondeu com uma respeitosa inclinação de cabeça.

- De facto, parece-me que você está nas melhores relações com ela - disse Albert.

- Aí é que você se engana e é isso que nos leva, a nós Franceses, a cometer mil tolices no estrangeiro. Queremos submeter tudo aos nossos pontos de vista parisienses. Em Espanha, e sobretudo na Itália, nunca julgue a intimidade das pessoas pela liberdade das relações. Tenho certas afinidades com a condessa, mas mais nada.

- Afinidades de coração? - perguntou Albert, rindo.

- Não, apenas de espírito - respondeu seriamente Franz.

- Quando as contraíram?

- Na altura de uma visita ao Coliseu idêntica à que fizemos juntos.

- Ao luar?

- Sim.

- Sozinhos?

- Quase!

- E falaram...

- Dos mortos.

- Oh, aí está, na verdade, um assunto deveras divertido! exclamou Albert. - Pois eu juro-lhe que se tiver a sorte de ser o cavalheiro da bela condessa em semelhante visita, só lhe falarei dos vivos.

- E talvez faça mal.

- Entretanto, vai-me apresentar a ela como me prometeu?

- Assim que o pano desça.

- Como este maldito primeiro acto é longo!

- Escute o final. É muito belo e Coselli canta-o admiravelmente.

- Pois sim; Mas que elegância!

- A Spech não pode ser mais dramática.

- Bom, deve compreender que depois de ouvirmos a Sontag e a Malibran...

- Não acha que Moriani tem uma voz excelente?

- Não gosto dos morenos que cantam como louros.

- Meu caro - disse Franz virando-se, enquanto Albert continuava de binóculo em punho -, na verdade você é muito exigente.

Por fim o pano desceu, com grande satisfação do visconde de Morcef, que pegou no chapéu, passou rapidamente a mão pelo cabelo, pela gravata e pelos punhos da camisa e disse a Franz que estava à sua espera.

<< Página Anterior

pág. 317 (Capítulo 34)

Página Seguinte >>

Capa do livro O Conde de Monte Cristo
Páginas: 1080
Página atual: 317

 
   
 
   
Os capítulos deste livro:
Marselha - A Chegada 1
O pai e o filho 8
Os Catalães 14
A Conspiração 23
O banquete de noivado 28
O substituto do Procurador Régio 38
O interrogatório 47
O Castelo de If 57
A festa de noivado 66
Os Cem Dias 89
O número 34 e o número 27 106
Um sábio italiano 120
A cela do abade 128
O Tesouro 143
O terceiro ataque 153
O cemitério do Castelo de If 162
A Ilha de Tiboulen 167
Os contrabandistas 178
A ilha de Monte-Cristo 185
Deslumbramento 192
O desconhecido 200
A Estalagem da Ponte do Gard 206
O relato 217
Os registos das prisões 228
Acasa Morrel 233
O 5 de Stembro 244
Itália - Simbad, o marinheiro 257
Despertar 278
Bandidos Romanos 283
Aparição 309
A Mazzolata 327
O Carnaval de Roma 340
As Catacumbas de São Sebastião 356
O encontro 369
Os convivas 375
O almoço 392
A apresentação 403
O Sr. Bertuccio 415
A Casa de Auteuil 419
A vendetta 425
A chuva de sangue 444
O crédito ilimitado 454
A parelha pigarça 464
Ideologia 474
Haydée 484
A família Morrel 488
Píramo e Tisbe 496
Toxicologia 505
Roberto, o diabo 519
A alta e a baixa 531
O major Cavalcanti 540
Andrea Cavalcanti 548
O campo de Luzerna 557
O Sr. Noirtier de Villefort 566
O testamento 573
O telégrafo 580
Meios de livrar um jardineiro dos ratos-dos-pomares que lhe comem os pêssegos 588
Os fantasmas 596
O jantar 604
O mendigo 613
Cena conjugal 620
Projetos de casamento 629
No gabinete do Procurador Régio 637
Um baile de Verão 647
As informações 653
O baile 661
O pão e o sal 668
A Sra. de Saint-Méran 672
A promessa 682
O jazigo da família Villefort 705
A ata da sessão 713
Os progressos de Cavalcanti filho 723
Haydée 732
Escrevem-nos de Janina 748
A limonada 762
A acusação 771
O quarto do padeiro reformado 776
O assalto 790
A mão de Deus 801
Beauchamp 806
A viagem 812
O julgamento 822
A provocação 834
O insulto 840
A Noite 848
O duelo 855
A mãe e o filho 865
O suicídio 871
Valentine 879
A confissão 885
O pai e a filha 895
O contrato 903
A estrada da Bélgica 912
A estalagem do sino e da garrafa 917
A lei 928
A aparição 937
Locusta 943
Valentine 948
Maximilien 953
A assinatura de Danglars 961
O Cemitério do Père-lachaise 970
A partilha 981
O covil dos leões 994
O juiz 1001
No tribunal 1009
O libelo acusatório 1014
Expiação 1021
A partida 1028
O passado 1039
Peppino 1049
A ementa de Luigi Vampa 1058
O Perdão 1064
O 5 de Outubro 1069