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Capítulo 5: O banquete de noivado

Página 32
Quatro dias para ir, quatro dias para voltar, um dia para me desempenhar conscienciosamente da missão de que estou encarregado e em 1 de Março estarei de volta; em 2 de Março, portanto, o verdadeiro banquete de casamento.

A perspetiva de novo festim redobrou a hilaridade ao ponto de o Tio Dantès, que no início do banquete se queixava do silêncio reinante, fazer agora, no meio da conversação geral, vãos esforços para formular o seu voto de prosperidade a favor dos futuros esposos.

Dantès adivinhou o pensamento do pai e correspondeu-lhe com um sorriso cheio de amor. Mercédès começou a ver as horas no relógio de cuco da sala e fez um sinalzinho a Edmond.

Havia à roda da mesa a hilaridade ruidosa e a liberdade individual que acompanham, entre as pessoas de condição inferior, o fim dos repastos. Aqueles que não gostavam do seu lugar tinham-se levantado da mesa e procurado outros vizinhos. Toda a gente começava a falar ao mesmo tempo e ninguém se dava ao trabalho de responder ao que o seu interlocutor lhe dizia, mas apenas aos seus próprios pensamentos. A palidez de Fernand quase passara para as faces de Danglars.

Quanto ao próprio Fernand, já não vivia e parecia um condenado às penas eternas no meio de um mar de fogo. Fora um dos primeiros a levantar-se e passeava de um lado para o outro da sala procurando isolar o ouvido do barulho das canções e do choque dos copos.

Caderousse aproximou-se dele no momento em que Danglars, que parecia fugir, acabava de se lhe juntar a um canto da sala.

- Na verdade - disse Caderousse, a quem a modéstia de Dantès e sobretudo o bom vinho do Tio Pamphile tinham levado todos os restos de rancor que a felicidade inesperada de Dantès lhe fizera germinar na ama -, na verdade, Dantès é um excelente rapaz. E quando o vejo sentado ao pé da noiva digo para comigo que não estaria certo pregar-lhe a partida que vocês tramavam ontem.

- Por isso, bem viste que a coisa não teve seguimento – redarguiu Danglars. - O pobre Sr. Fernand estava tão transtornado que de princípio me fez pena; mas uma vez que tomou a sua decisão, a ponto de apadrinhar o seu rival, não tenho mais nada a dizer.

Caderousse olhou para Fernand, que estava lívido.

- O sacrifício é tanto maior - continuou Danglars – quanto mais bonita é, na realidade, a noiva. Apre, sempre me saiu um felizardo o espertalhão do meu futuro comandante! Gostaria de me chamar Dantès apenas durante doze horas.

- Vamos? - perguntou a voz meiga de Mercédès. - São duas horas e esperam-nos dentro de um quarto de hora.

- Sim, sim, vamos! - disse Dantès, levantando-se vivamente.

- Vamos! - repetiram em coro todos os convivas.

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Capa do livro O Conde de Monte Cristo
Páginas: 1080
Página atual: 32

 
   
 
   
Os capítulos deste livro:
Marselha - A Chegada 1
O pai e o filho 8
Os Catalães 14
A Conspiração 23
O banquete de noivado 28
O substituto do Procurador Régio 38
O interrogatório 47
O Castelo de If 57
A festa de noivado 66
Os Cem Dias 89
O número 34 e o número 27 106
Um sábio italiano 120
A cela do abade 128
O Tesouro 143
O terceiro ataque 153
O cemitério do Castelo de If 162
A Ilha de Tiboulen 167
Os contrabandistas 178
A ilha de Monte-Cristo 185
Deslumbramento 192
O desconhecido 200
A Estalagem da Ponte do Gard 206
O relato 217
Os registos das prisões 228
Acasa Morrel 233
O 5 de Stembro 244
Itália - Simbad, o marinheiro 257
Despertar 278
Bandidos Romanos 283
Aparição 309
A Mazzolata 327
O Carnaval de Roma 340
As Catacumbas de São Sebastião 356
O encontro 369
Os convivas 375
O almoço 392
A apresentação 403
O Sr. Bertuccio 415
A Casa de Auteuil 419
A vendetta 425
A chuva de sangue 444
O crédito ilimitado 454
A parelha pigarça 464
Ideologia 474
Haydée 484
A família Morrel 488
Píramo e Tisbe 496
Toxicologia 505
Roberto, o diabo 519
A alta e a baixa 531
O major Cavalcanti 540
Andrea Cavalcanti 548
O campo de Luzerna 557
O Sr. Noirtier de Villefort 566
O testamento 573
O telégrafo 580
Meios de livrar um jardineiro dos ratos-dos-pomares que lhe comem os pêssegos 588
Os fantasmas 596
O jantar 604
O mendigo 613
Cena conjugal 620
Projetos de casamento 629
No gabinete do Procurador Régio 637
Um baile de Verão 647
As informações 653
O baile 661
O pão e o sal 668
A Sra. de Saint-Méran 672
A promessa 682
O jazigo da família Villefort 705
A ata da sessão 713
Os progressos de Cavalcanti filho 723
Haydée 732
Escrevem-nos de Janina 748
A limonada 762
A acusação 771
O quarto do padeiro reformado 776
O assalto 790
A mão de Deus 801
Beauchamp 806
A viagem 812
O julgamento 822
A provocação 834
O insulto 840
A Noite 848
O duelo 855
A mãe e o filho 865
O suicídio 871
Valentine 879
A confissão 885
O pai e a filha 895
O contrato 903
A estrada da Bélgica 912
A estalagem do sino e da garrafa 917
A lei 928
A aparição 937
Locusta 943
Valentine 948
Maximilien 953
A assinatura de Danglars 961
O Cemitério do Père-lachaise 970
A partilha 981
O covil dos leões 994
O juiz 1001
No tribunal 1009
O libelo acusatório 1014
Expiação 1021
A partida 1028
O passado 1039
Peppino 1049
A ementa de Luigi Vampa 1058
O Perdão 1064
O 5 de Outubro 1069