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Capítulo 34: Aparição

Página 321
Será tão pouco galante que me recuse a sua companhia?

Não havia outra resposta a dar a não ser pegar no chapéu, abrir a porta e oferecer o braço à condessa.

Foi o que ele fez.

A condessa estava realmente muito impressionada, e o próprio Franz não conseguia afugentar certo terror supersticioso, tanto mais natural quanto é certo que o que era na condessa o produto de uma sensação instintiva, era nele o resultado de uma recordação.

Franz sentiu que ela tremia ao subir para a carruagem. Acompanhou-a a casa. Não estava lá ninguém nem era de modo algum esperada. Franz mostrou-lhe o seu desagrado.

- Na verdade - respondeu-lhe ela -, não me sinto bem e preciso de estar só. A vista desse homem perturbou-me muito.

Franz tentou gracejar.

- Não ria - disse-lhe ela.

- Aliás, está a rir sem vontade. Prometa-me uma coisa.

- O quê?

- Prometa-ma.

- Prometo-lhe tudo o que quiser excepto renunciar a descobrir quem é aquele homem. Tenho motivos que lhe não posso revelar para desejar saber quem é, donde vem e para onde vai.

- Donde vem, ignoro-o; mas para onde vai, posso dizer-lhe: vai para o Inferno sem dúvida nenhuma.

- Voltemos à promessa que queria exigir de mim, condessa disse Franz.

- Oh, consiste em regressar directamente ao hotel e não procurar ver esse homem esta noite! Há certas afinidades entre as pessoas que deixamos e as pessoas que procuramos. Não sirva de condutor entre esse homem e mim. Amanhã, corra atrás dele, se quiser; mas nunca mo apresente, se não quiser fazer-me morrer de medo. E agora, boas noites. Procure dormir. Eu sei que não conseguirei pregar olho. Ditas estas palavras, a condessa deixou Franz, que ficou indeciso, sem saber se ela estivera a divertir-se à sua custa, ou se realmente sentira o medo que dissera ter.

No regresso ao hotel, Franz encontrou Albert de roupão e pijama, voluptuosamente recostado numa poltrona e a fumar um charuto.

- Ah, é você! - disse-lhe. - Palavra que só o esperava amanhã.

- Meu caro Albert - respondeu Franz -, ainda bem que tenho oportunidade de lhe dizer de uma vez para sempre que tem a mais falsa das ideias a respeito das mulheres italianas. Parece-me no entanto que as suas desilusões amorosas deveriam ter-lha feito perder.

- Que quer, essas mulheres endiabradas são impossíveis de compreender! Pegam-nos na mão, apertam-na, falam-nos baixinho, convidam-nos a acompanhá-las a casa... enfim, com um quarto de semelhante maneira de proceder uma parisiense perderia a reputação.

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Capa do livro O Conde de Monte Cristo
Páginas: 1080
Página atual: 321

 
   
 
   
Os capítulos deste livro:
Marselha - A Chegada 1
O pai e o filho 8
Os Catalães 14
A Conspiração 23
O banquete de noivado 28
O substituto do Procurador Régio 38
O interrogatório 47
O Castelo de If 57
A festa de noivado 66
Os Cem Dias 89
O número 34 e o número 27 106
Um sábio italiano 120
A cela do abade 128
O Tesouro 143
O terceiro ataque 153
O cemitério do Castelo de If 162
A Ilha de Tiboulen 167
Os contrabandistas 178
A ilha de Monte-Cristo 185
Deslumbramento 192
O desconhecido 200
A Estalagem da Ponte do Gard 206
O relato 217
Os registos das prisões 228
Acasa Morrel 233
O 5 de Stembro 244
Itália - Simbad, o marinheiro 257
Despertar 278
Bandidos Romanos 283
Aparição 309
A Mazzolata 327
O Carnaval de Roma 340
As Catacumbas de São Sebastião 356
O encontro 369
Os convivas 375
O almoço 392
A apresentação 403
O Sr. Bertuccio 415
A Casa de Auteuil 419
A vendetta 425
A chuva de sangue 444
O crédito ilimitado 454
A parelha pigarça 464
Ideologia 474
Haydée 484
A família Morrel 488
Píramo e Tisbe 496
Toxicologia 505
Roberto, o diabo 519
A alta e a baixa 531
O major Cavalcanti 540
Andrea Cavalcanti 548
O campo de Luzerna 557
O Sr. Noirtier de Villefort 566
O testamento 573
O telégrafo 580
Meios de livrar um jardineiro dos ratos-dos-pomares que lhe comem os pêssegos 588
Os fantasmas 596
O jantar 604
O mendigo 613
Cena conjugal 620
Projetos de casamento 629
No gabinete do Procurador Régio 637
Um baile de Verão 647
As informações 653
O baile 661
O pão e o sal 668
A Sra. de Saint-Méran 672
A promessa 682
O jazigo da família Villefort 705
A ata da sessão 713
Os progressos de Cavalcanti filho 723
Haydée 732
Escrevem-nos de Janina 748
A limonada 762
A acusação 771
O quarto do padeiro reformado 776
O assalto 790
A mão de Deus 801
Beauchamp 806
A viagem 812
O julgamento 822
A provocação 834
O insulto 840
A Noite 848
O duelo 855
A mãe e o filho 865
O suicídio 871
Valentine 879
A confissão 885
O pai e a filha 895
O contrato 903
A estrada da Bélgica 912
A estalagem do sino e da garrafa 917
A lei 928
A aparição 937
Locusta 943
Valentine 948
Maximilien 953
A assinatura de Danglars 961
O Cemitério do Père-lachaise 970
A partilha 981
O covil dos leões 994
O juiz 1001
No tribunal 1009
O libelo acusatório 1014
Expiação 1021
A partida 1028
O passado 1039
Peppino 1049
A ementa de Luigi Vampa 1058
O Perdão 1064
O 5 de Outubro 1069