Procurar livros:
    Procurar
Procurar livro na nossa biblioteca
 
 
Procurar autor
   
Procura por autor
 
marcador
  • Sem marcador definido
Marcador
 
 
 

Capítulo 35: A Mazzolata

Página 328

- Espere, espere... creio ter dito ontem ao meu intendente para tratar disso. Talvez possa prestar-lhes também esse pequeno serviço.

Estendeu a mão para um cordão de campainha e puxou-o três vezes.

- Nunca se preocupou - disse a Franz - com o emprego do tempo e o meio de simplificar as idas e vindas dos criados? Fiz um estudo disso. Quando toco uma vez é para o meu criado de quarto; duas vezes, é para o meu mordomo; três vezes, é para o meu intendente. Assim, não perco nem um minuto, nem uma palavra. Cá está o nosso homem.

Viu-se então entrar um indivíduo de quarenta e cinco a cinquenta anos, que pareceu a Franz assemelhar-se como duas gotas de água com o contrabandista que o introduzira na gruta, mas que não pareceu reconhecê-lo por nada deste mundo. Pelos vistos, fora passada palavra.

- Sr. Bertuccio - perguntou o conde -, tratou, como lhe ordenei ontem, de me arranjar uma janela na Praça del Popolo?

- Tratei, sim, Excelência - respondeu o intendente -, mas era muito tarde...

- Como, não lhe tinha dito que queria uma? - indagou o conde, franzindo o sobrolho.

- E Vossa Excelência tem uma, a que estava alugada ao príncipe Lobanieff. Mas tive de a pagar por cento...

- Está bem, está bem, Sr. Bertuccio, poupe a estes senhores a todos esses pormenores domésticos. Arranjou a janela, não arranjou? Pois nada mais é preciso. Dê o endereço da casa ao cocheiro e este já na escada para nos acompanhar. Não é preciso mais nada. Vá.

O intendente cumprimentou e deu um passo para se retirar .

- Ah! - deteve-o o conde. - Faça-me o favor de perguntar a Pastrini se recebeu a tavoletta e me quer enviar o programa da execução.

- É inútil - interveio Franz, tirando a sua agenda da algibeira. - Vi esses cartazes, copiei-os e tenho-os aqui.

- Muito bem. Então, Sr. Bertuccio, pode-se retirar, não preciso mais de si. Previnam-nos apenas quando o pequeno-almoço estiver servido. Estes senhores - continuou, virando-se para os dois amigos - dão-me a honra de tomar o pequeno-almoço comigo, não é verdade?

- Mas, Sr. Conde, na verdade seria abusar - protestou Albert.

- Não, antes pelo contrário, dar-me-ão grande prazer. Retribuir-me-ão tudo isto um dia, em Paris, um ou outro e talvez ambos. Sr. Bertuccio, mande pôr três talheres.

Tirou a agenda das mãos de Franz.

- Dizem portanto - continuou no tom de quem lê os pequenos anúncios - que «serão executados hoje, 12 de Fevereiro, o réu Andrea Rondolo, culpado de assassínio na pessoa respeitabilíssima e veneradíssima de D. César Terlini, cónego da Igreja de S. João de Latrão, e o réu Peppino, também conhecido por Rocca Priori, culpado de cumplicidade com o detestável bandido Luigi Vampa e os homens da sua quadrilha...» Hum!...

<< Página Anterior

pág. 328 (Capítulo 35)

Página Seguinte >>

Capa do livro O Conde de Monte Cristo
Páginas: 1080
Página atual: 328

 
   
 
   
Os capítulos deste livro:
Marselha - A Chegada 1
O pai e o filho 8
Os Catalães 14
A Conspiração 23
O banquete de noivado 28
O substituto do Procurador Régio 38
O interrogatório 47
O Castelo de If 57
A festa de noivado 66
Os Cem Dias 89
O número 34 e o número 27 106
Um sábio italiano 120
A cela do abade 128
O Tesouro 143
O terceiro ataque 153
O cemitério do Castelo de If 162
A Ilha de Tiboulen 167
Os contrabandistas 178
A ilha de Monte-Cristo 185
Deslumbramento 192
O desconhecido 200
A Estalagem da Ponte do Gard 206
O relato 217
Os registos das prisões 228
Acasa Morrel 233
O 5 de Stembro 244
Itália - Simbad, o marinheiro 257
Despertar 278
Bandidos Romanos 283
Aparição 309
A Mazzolata 327
O Carnaval de Roma 340
As Catacumbas de São Sebastião 356
O encontro 369
Os convivas 375
O almoço 392
A apresentação 403
O Sr. Bertuccio 415
A Casa de Auteuil 419
A vendetta 425
A chuva de sangue 444
O crédito ilimitado 454
A parelha pigarça 464
Ideologia 474
Haydée 484
A família Morrel 488
Píramo e Tisbe 496
Toxicologia 505
Roberto, o diabo 519
A alta e a baixa 531
O major Cavalcanti 540
Andrea Cavalcanti 548
O campo de Luzerna 557
O Sr. Noirtier de Villefort 566
O testamento 573
O telégrafo 580
Meios de livrar um jardineiro dos ratos-dos-pomares que lhe comem os pêssegos 588
Os fantasmas 596
O jantar 604
O mendigo 613
Cena conjugal 620
Projetos de casamento 629
No gabinete do Procurador Régio 637
Um baile de Verão 647
As informações 653
O baile 661
O pão e o sal 668
A Sra. de Saint-Méran 672
A promessa 682
O jazigo da família Villefort 705
A ata da sessão 713
Os progressos de Cavalcanti filho 723
Haydée 732
Escrevem-nos de Janina 748
A limonada 762
A acusação 771
O quarto do padeiro reformado 776
O assalto 790
A mão de Deus 801
Beauchamp 806
A viagem 812
O julgamento 822
A provocação 834
O insulto 840
A Noite 848
O duelo 855
A mãe e o filho 865
O suicídio 871
Valentine 879
A confissão 885
O pai e a filha 895
O contrato 903
A estrada da Bélgica 912
A estalagem do sino e da garrafa 917
A lei 928
A aparição 937
Locusta 943
Valentine 948
Maximilien 953
A assinatura de Danglars 961
O Cemitério do Père-lachaise 970
A partilha 981
O covil dos leões 994
O juiz 1001
No tribunal 1009
O libelo acusatório 1014
Expiação 1021
A partida 1028
O passado 1039
Peppino 1049
A ementa de Luigi Vampa 1058
O Perdão 1064
O 5 de Outubro 1069