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Capítulo 36: O Carnaval de Roma

Página 348
O nosso hoteleiro deve ter-lhes dito que tenho três ou quatro alugadas no hotel; portanto, essa não me faz falta e podem servir-se dela livremente, quer para as suas saídas de prazer, quer para as de negócios. Encontrar-nos-emos, se tivermos alguma coisa a dizer uns aos outros, no Palácio Rospoli.

Os dois jovens quiseram fazer-lhe qualquer observação, mas na realidade não tinham nenhum motivo aceitável para recusar uma oferta que aliás lhes era agradável. Acabaram pois por aceitar.

O conde de Monte-Cristo ficou cerca de um quarto de hora com eles, falando de todas as coisas com extrema facilidade. Encontrava-se, como já tinham podido notar, muito ao corrente da literatura de todos os países. Uma olhadela às paredes da sua sala provara a Franz e a Albert que era amador de quadros. Algumas palavras despretensiosas que deixou escapar por acaso provaram-lhes que as ciências lhe não eram estranhas. Parecia sobretudo ter-se ocupado especialmente da química.

Os dois amigos não tinham a pretensão de oferecer ao conde o pequeno-almoço que lhes dera, e seria um gracejo de muito mau gosto servir-lhe, em troca da sua excelente refeição, a comida muitíssimo medíocre de mestre Pastrini. Assim lho disseram com toda a franqueza e ele recebeu as suas desculpas como homem que apreciava a sua delicadeza.

Albert estava entusiasmado com as maneiras do conde, que só a sua ciência o impedia de o considerar um autêntico fidalgo. Sobretudo a liberdade de dispor inteiramente da carruagem enchia-o de alegria. Tinha os seus planos a respeito das graciosas camponesas, e como elas lhe tinham aparecido na véspera numa carruagem elegantíssima, não lhe desagradava continuar a parecer nesse ponto em pé de igualdade com elas.

Os dois jovens desceram à uma e meia. O cocheiro e os lacaios tinham tido a ideia de vestir os casacos das librés debaixo das suas peles de animais, o que lhes dava aspecto ainda mais grotesco do que na véspera e lhes valeu muitas felicitações de Franz e Albert

Albert colocara sentimentalmente na lapela o seu ramo de violetas já murchas. Mal soou o sino, partiram e precipitaram-se na rua do Corso pela Via Vitoria. À segunda volta, um ramo de violetas frescas partiu de uma caleça carregada de palhaças e veio cair na caleça do conde.

Albert teve assim a indicação de que, tal como ele e o amigo, as camponesas da véspera também tinham mudado de traje, e de que, quer por acaso, quer por um sentimento idêntico àquele que os impelira, enquanto eles, galantemente, tinham escolhido o traje delas, elas pela sua parte haviam escolhido o deles.

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Capa do livro O Conde de Monte Cristo
Páginas: 1080
Página atual: 348

 
   
 
   
Os capítulos deste livro:
Marselha - A Chegada 1
O pai e o filho 8
Os Catalães 14
A Conspiração 23
O banquete de noivado 28
O substituto do Procurador Régio 38
O interrogatório 47
O Castelo de If 57
A festa de noivado 66
Os Cem Dias 89
O número 34 e o número 27 106
Um sábio italiano 120
A cela do abade 128
O Tesouro 143
O terceiro ataque 153
O cemitério do Castelo de If 162
A Ilha de Tiboulen 167
Os contrabandistas 178
A ilha de Monte-Cristo 185
Deslumbramento 192
O desconhecido 200
A Estalagem da Ponte do Gard 206
O relato 217
Os registos das prisões 228
Acasa Morrel 233
O 5 de Stembro 244
Itália - Simbad, o marinheiro 257
Despertar 278
Bandidos Romanos 283
Aparição 309
A Mazzolata 327
O Carnaval de Roma 340
As Catacumbas de São Sebastião 356
O encontro 369
Os convivas 375
O almoço 392
A apresentação 403
O Sr. Bertuccio 415
A Casa de Auteuil 419
A vendetta 425
A chuva de sangue 444
O crédito ilimitado 454
A parelha pigarça 464
Ideologia 474
Haydée 484
A família Morrel 488
Píramo e Tisbe 496
Toxicologia 505
Roberto, o diabo 519
A alta e a baixa 531
O major Cavalcanti 540
Andrea Cavalcanti 548
O campo de Luzerna 557
O Sr. Noirtier de Villefort 566
O testamento 573
O telégrafo 580
Meios de livrar um jardineiro dos ratos-dos-pomares que lhe comem os pêssegos 588
Os fantasmas 596
O jantar 604
O mendigo 613
Cena conjugal 620
Projetos de casamento 629
No gabinete do Procurador Régio 637
Um baile de Verão 647
As informações 653
O baile 661
O pão e o sal 668
A Sra. de Saint-Méran 672
A promessa 682
O jazigo da família Villefort 705
A ata da sessão 713
Os progressos de Cavalcanti filho 723
Haydée 732
Escrevem-nos de Janina 748
A limonada 762
A acusação 771
O quarto do padeiro reformado 776
O assalto 790
A mão de Deus 801
Beauchamp 806
A viagem 812
O julgamento 822
A provocação 834
O insulto 840
A Noite 848
O duelo 855
A mãe e o filho 865
O suicídio 871
Valentine 879
A confissão 885
O pai e a filha 895
O contrato 903
A estrada da Bélgica 912
A estalagem do sino e da garrafa 917
A lei 928
A aparição 937
Locusta 943
Valentine 948
Maximilien 953
A assinatura de Danglars 961
O Cemitério do Père-lachaise 970
A partilha 981
O covil dos leões 994
O juiz 1001
No tribunal 1009
O libelo acusatório 1014
Expiação 1021
A partida 1028
O passado 1039
Peppino 1049
A ementa de Luigi Vampa 1058
O Perdão 1064
O 5 de Outubro 1069