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Capítulo 36: O Carnaval de Roma

Página 353

Como tais namoros não são raros em Itália, pelo menos a julgar pelo que dizem os viajantes, a condessa não se mostrou nada incrédula e felicitou Albert pelas primícias de uma aventura que prometia terminar de forma tão satisfatória. Separaram-se prometendo reencontrar-se no baile do duque de Bracciano, para o qual Roma em peso fora convidada.

A dama do ramo cumpriu a sua promessa: nem no dia seguinte nem no outro deu a Albert sinal de existência.

Chegou por fim terça-feira, o último e o mais ruidoso dos dias de Carnaval. Na terça-feira os teatros abrem às dez horas da manhã, porque depois das oito horas da noite entra-se na Quaresma. Na terça-feira, todos aqueles que por falta de tempo, de dinheiro ou de entusiasmo ainda não participaram nas festas anteriores, juntam-se ao bacanal, deixam-se arrastar pela orgia e contribuem com a sua parte de barulho e movimento para o movimento e o barulho gerais.

Das duas às cinco horas, Franz e Albert seguiram no cortejo, trocando punhados de confetti com as carruagens da fila oposta e os peões que circulavam entre as patas dos cavalos e as rodas das carruagens sem que acontecesse no meio de tão medonha barafunda um único acidente, uma única disputa, uma única rixa. Nestas coisas, não há nenhum povo como o italiano. As festas são para ele verdadeiras festas. O autor desta história, que residiu na Itália cinco ou seis anos, não se recorda de ter visto alguma vez uma solenidade perturbada por um só desses acontecimentos que servem sempre de corolário às nossas.

Albert triunfava no seu traje de palhaço. Tinha no ombro um laço de fita cor-de-rosa cujas pontas lhe caíam até às curvas das pernas Para não haver qualquer confusão entre ele e Franz, este conservara o seu traje de camponês romano.

Quanto mais o dia avançava, maior era o tumulto. Não havia em todas aquelas ruas, em todas aquelas carruagens, em todas aquelas janelas uma boca que se mantivesse calada, um braço que se conservasse ocioso. Era verdadeiramente uma tempestade humana, composta por uma trovoada de gritos e uma saraivada de confeitos, flores, ovos, laranjas e ramos.

Às três horas, o barulho de foguetes lançados simultaneamente da Praça do Povo e do Palácio de Veneza sobrepôs-se com dificuldade ao tumulto ensurdecedor e anunciou que as corridas iam começar.

As corridas, como os moccolli, são um dos episódios característicos dos últimos dias de Carnaval Ao soar o estrépito dos foguetes, as carruagens romperam imediatamente as fileiras e refugiaram-se nas ruas transversais mais próximas do sítio onde se encontravam.

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Capa do livro O Conde de Monte Cristo
Páginas: 1080
Página atual: 353

 
   
 
   
Os capítulos deste livro:
Marselha - A Chegada 1
O pai e o filho 8
Os Catalães 14
A Conspiração 23
O banquete de noivado 28
O substituto do Procurador Régio 38
O interrogatório 47
O Castelo de If 57
A festa de noivado 66
Os Cem Dias 89
O número 34 e o número 27 106
Um sábio italiano 120
A cela do abade 128
O Tesouro 143
O terceiro ataque 153
O cemitério do Castelo de If 162
A Ilha de Tiboulen 167
Os contrabandistas 178
A ilha de Monte-Cristo 185
Deslumbramento 192
O desconhecido 200
A Estalagem da Ponte do Gard 206
O relato 217
Os registos das prisões 228
Acasa Morrel 233
O 5 de Stembro 244
Itália - Simbad, o marinheiro 257
Despertar 278
Bandidos Romanos 283
Aparição 309
A Mazzolata 327
O Carnaval de Roma 340
As Catacumbas de São Sebastião 356
O encontro 369
Os convivas 375
O almoço 392
A apresentação 403
O Sr. Bertuccio 415
A Casa de Auteuil 419
A vendetta 425
A chuva de sangue 444
O crédito ilimitado 454
A parelha pigarça 464
Ideologia 474
Haydée 484
A família Morrel 488
Píramo e Tisbe 496
Toxicologia 505
Roberto, o diabo 519
A alta e a baixa 531
O major Cavalcanti 540
Andrea Cavalcanti 548
O campo de Luzerna 557
O Sr. Noirtier de Villefort 566
O testamento 573
O telégrafo 580
Meios de livrar um jardineiro dos ratos-dos-pomares que lhe comem os pêssegos 588
Os fantasmas 596
O jantar 604
O mendigo 613
Cena conjugal 620
Projetos de casamento 629
No gabinete do Procurador Régio 637
Um baile de Verão 647
As informações 653
O baile 661
O pão e o sal 668
A Sra. de Saint-Méran 672
A promessa 682
O jazigo da família Villefort 705
A ata da sessão 713
Os progressos de Cavalcanti filho 723
Haydée 732
Escrevem-nos de Janina 748
A limonada 762
A acusação 771
O quarto do padeiro reformado 776
O assalto 790
A mão de Deus 801
Beauchamp 806
A viagem 812
O julgamento 822
A provocação 834
O insulto 840
A Noite 848
O duelo 855
A mãe e o filho 865
O suicídio 871
Valentine 879
A confissão 885
O pai e a filha 895
O contrato 903
A estrada da Bélgica 912
A estalagem do sino e da garrafa 917
A lei 928
A aparição 937
Locusta 943
Valentine 948
Maximilien 953
A assinatura de Danglars 961
O Cemitério do Père-lachaise 970
A partilha 981
O covil dos leões 994
O juiz 1001
No tribunal 1009
O libelo acusatório 1014
Expiação 1021
A partida 1028
O passado 1039
Peppino 1049
A ementa de Luigi Vampa 1058
O Perdão 1064
O 5 de Outubro 1069