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Capítulo 37: As Catacumbas de São Sebastião

Página 361

- Ah, ah! - exclamou o conde. - Ainda não esqueceste que te salvei a vida. É estranho, pois já lá vão oito dias.

- Não, Excelência, e nunca o esquecerei - respondeu Peppino em tom de profundo reconhecimento.

- Nunca é muito tempo! Mas enfim já é muito que o acredites. Levanta-te e responde.

Peppino deitou uma olhadela inquieta a Franz.

- Oh, podes falar diante de Sua Excelência! - tranquilizou-o o conde. - É um dos meus amigos.

- Permite-me que lhe dê este título, não é verdade? - perguntou o conde em francês, virando-se para Franz. - é necessário para conquistar a confiança deste homem.

- Pode falar diante de mim - declarou Franz. - Sou um amigo do conde.

- Ainda bem - disse Peppino, virando-se por seu turno para o conde. - Interrogue-me, Excelência, e responderei.

- Como foi que o visconde Albert caiu nas mãos de Luigi?

- Excelência, a caleça do francês cruzou-se várias vezes com a de Teresa.

- A amante do chefe?

- Sim. O francês fez-lhe olhos ternos e Teresa divertiu-se a corresponder-lhe. O francês deitou-lhe flores e ela retribuiu-lhe. Tudo isto, evidentemente, com o consentimento do chefe, que ia na mesma caleça.

- Como, Luigi Vampa estava na caleça das camponesas romanas?! - exclamou Franz.

- Era ele quem a conduzia, mascarado de cocheiro - respondeu Peppino.

- Depois? - perguntou o conde.

- Bom, depois o francês tirou a máscara, e Teresa, sempre com o consentimento do chefe, fez o mesmo. O francês pediu uma entrevista e Teresa concedeu-lha. Simplesmente, em vez de Teresa, foi Beppo quem ele encontrou nos degraus da Igreja de San-Giacomo.

- Como - interrompeu-o novamente Franz -, aquela camponesa que lhe tirou o moccoletto?...

- Era um rapaz de quinze anos - respondeu Peppino. - Mas o seu amigo não tem de se envergonhar por ter sido apanhado, Beppo tem apanhado muitos outros.

- E Beppo levou-o para fora das muralhas? - Perguntou o conde.

- Exactamente. Uma caleça esperava-o ao fundo da Via Macello.

Beppo meteu-se nela e convidou o francês a subir.

Ele não esperou que o convidassem duas vezes. Ofereceu galantemente a direita a Beppo e sentou-se a seu lado. Beppo anunciou-lhe então que ia conduzi-lo a uma vivenda situada a uma légua de Roma. O francês garantiu a Beppo que estava pronto a segui-lo até ao fim do mundo. O cocheiro subiu imediatamente a Rua da Ripetta e alcançou a Porta de S. Paulo. A duzentos passos no campo, como o francês se mostrasse demasiado atrevido Beppo encostou-lhe um par de pistolas à garganta. Acto contínuo, o cocheiro deteve os cavalos, virou-se no seu lugar e fez outro tanto.

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Capa do livro O Conde de Monte Cristo
Páginas: 1080
Página atual: 361

 
   
 
   
Os capítulos deste livro:
Marselha - A Chegada 1
O pai e o filho 8
Os Catalães 14
A Conspiração 23
O banquete de noivado 28
O substituto do Procurador Régio 38
O interrogatório 47
O Castelo de If 57
A festa de noivado 66
Os Cem Dias 89
O número 34 e o número 27 106
Um sábio italiano 120
A cela do abade 128
O Tesouro 143
O terceiro ataque 153
O cemitério do Castelo de If 162
A Ilha de Tiboulen 167
Os contrabandistas 178
A ilha de Monte-Cristo 185
Deslumbramento 192
O desconhecido 200
A Estalagem da Ponte do Gard 206
O relato 217
Os registos das prisões 228
Acasa Morrel 233
O 5 de Stembro 244
Itália - Simbad, o marinheiro 257
Despertar 278
Bandidos Romanos 283
Aparição 309
A Mazzolata 327
O Carnaval de Roma 340
As Catacumbas de São Sebastião 356
O encontro 369
Os convivas 375
O almoço 392
A apresentação 403
O Sr. Bertuccio 415
A Casa de Auteuil 419
A vendetta 425
A chuva de sangue 444
O crédito ilimitado 454
A parelha pigarça 464
Ideologia 474
Haydée 484
A família Morrel 488
Píramo e Tisbe 496
Toxicologia 505
Roberto, o diabo 519
A alta e a baixa 531
O major Cavalcanti 540
Andrea Cavalcanti 548
O campo de Luzerna 557
O Sr. Noirtier de Villefort 566
O testamento 573
O telégrafo 580
Meios de livrar um jardineiro dos ratos-dos-pomares que lhe comem os pêssegos 588
Os fantasmas 596
O jantar 604
O mendigo 613
Cena conjugal 620
Projetos de casamento 629
No gabinete do Procurador Régio 637
Um baile de Verão 647
As informações 653
O baile 661
O pão e o sal 668
A Sra. de Saint-Méran 672
A promessa 682
O jazigo da família Villefort 705
A ata da sessão 713
Os progressos de Cavalcanti filho 723
Haydée 732
Escrevem-nos de Janina 748
A limonada 762
A acusação 771
O quarto do padeiro reformado 776
O assalto 790
A mão de Deus 801
Beauchamp 806
A viagem 812
O julgamento 822
A provocação 834
O insulto 840
A Noite 848
O duelo 855
A mãe e o filho 865
O suicídio 871
Valentine 879
A confissão 885
O pai e a filha 895
O contrato 903
A estrada da Bélgica 912
A estalagem do sino e da garrafa 917
A lei 928
A aparição 937
Locusta 943
Valentine 948
Maximilien 953
A assinatura de Danglars 961
O Cemitério do Père-lachaise 970
A partilha 981
O covil dos leões 994
O juiz 1001
No tribunal 1009
O libelo acusatório 1014
Expiação 1021
A partida 1028
O passado 1039
Peppino 1049
A ementa de Luigi Vampa 1058
O Perdão 1064
O 5 de Outubro 1069