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Capítulo 40: O almoço

Página 393

- Sim, ele disse-me qualquer coisa a esse respeito e até ficou com uma agradável recordação da experiência - declarou Morcerf

- Mas então traz sempre essa droga consigo? - perguntou Beauchamp, que, na sua qualidade de jornalista, era muito incrédulo.

- Sempre - respondeu Monte-Cristo.

- Seria indiscreto se lhe pedisse para ver essas preciosas pílulas? - continuou Beauchamp, esperando apanhar o estrangeiro em falta.

- Não, senhor - respondeu o conde.

E tirou da algibeira uma caixinha de bombons maravilhosa, feita de uma única esmeralda e fechada por meio de uma porca de ouro, que, ao desenroscar-se, dava passagem a uma bolinha esverdeada, do tamanho de uma ervilha. Essa bolinha tinha um cheiro acre e penetrante. Havia quatro ou cinco idênticas na esmeralda, que podia conter uma dúzia.

A caixinha de bombons deu a volta à mesa, mas muito mais para que os convivas examinassem aquela esmeralda admirável do que para verem ou cheirarem as pílulas.

- E é o seu cozinheiro que lhe prepara este petisco? perguntou Beauchamp.

- Não, senhor - respondeu Monte-Cristo. - Não deixo sem mais nem menos os meus verdadeiros prazeres à mercê de mãos indignas. Sou um químico razoável e preparo pessoalmente as minhas pílulas.

- Que admirável esmeralda! É a maior que já vi, embora a minha mãe tenha algumas jóias de família bastante notáveis observou Château-Renaud.

- Tinha três idênticas - informou Monte-Cristo. - Dei uma ao sultão, que a mandou montar no seu sabre, e a outra, ao nosso santo padre, o papa, que a mandou incrustar na sua tiara, ao pé de uma esmeralda mais ou menos idêntica, mas menos bela, que fora oferecida ao seu predecessor, Pio VII, pelo imperador Napoleão. Guardei a terceira para mim e mandei-a escavar, o que lhe tirou metade do seu valor, mas a tornou mais cómoda para o uso que desejava dar-lhe.

Todos olhavam Monte-Cristo com espanto. Falava com tanta simplicidade que era evidente dizer a verdade ou estar louco.

No entanto, a esmeralda com que ficara na mão levava-os a inclinarem-se naturalmente para a primeira suposição.

- E que lhe deram esses dois soberanos em troca desse magnífico presente? - perguntou Debray

- O sultão, a liberdade de uma mulher - respondeu o conde. - O nosso santo padre, o papa, a vida de um homem. De modo que uma vez na minha existência fui tão poderoso como se Deus me tivesse feito nascer nos degraus de um trono.

- E foi Peppino quem libertou, não é verdade? - perguntou Morcerf. - Foi a ele que aplicou o seu direito de graça?

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Capa do livro O Conde de Monte Cristo
Páginas: 1080
Página atual: 393

 
   
 
   
Os capítulos deste livro:
Marselha - A Chegada 1
O pai e o filho 8
Os Catalães 14
A Conspiração 23
O banquete de noivado 28
O substituto do Procurador Régio 38
O interrogatório 47
O Castelo de If 57
A festa de noivado 66
Os Cem Dias 89
O número 34 e o número 27 106
Um sábio italiano 120
A cela do abade 128
O Tesouro 143
O terceiro ataque 153
O cemitério do Castelo de If 162
A Ilha de Tiboulen 167
Os contrabandistas 178
A ilha de Monte-Cristo 185
Deslumbramento 192
O desconhecido 200
A Estalagem da Ponte do Gard 206
O relato 217
Os registos das prisões 228
Acasa Morrel 233
O 5 de Stembro 244
Itália - Simbad, o marinheiro 257
Despertar 278
Bandidos Romanos 283
Aparição 309
A Mazzolata 327
O Carnaval de Roma 340
As Catacumbas de São Sebastião 356
O encontro 369
Os convivas 375
O almoço 392
A apresentação 403
O Sr. Bertuccio 415
A Casa de Auteuil 419
A vendetta 425
A chuva de sangue 444
O crédito ilimitado 454
A parelha pigarça 464
Ideologia 474
Haydée 484
A família Morrel 488
Píramo e Tisbe 496
Toxicologia 505
Roberto, o diabo 519
A alta e a baixa 531
O major Cavalcanti 540
Andrea Cavalcanti 548
O campo de Luzerna 557
O Sr. Noirtier de Villefort 566
O testamento 573
O telégrafo 580
Meios de livrar um jardineiro dos ratos-dos-pomares que lhe comem os pêssegos 588
Os fantasmas 596
O jantar 604
O mendigo 613
Cena conjugal 620
Projetos de casamento 629
No gabinete do Procurador Régio 637
Um baile de Verão 647
As informações 653
O baile 661
O pão e o sal 668
A Sra. de Saint-Méran 672
A promessa 682
O jazigo da família Villefort 705
A ata da sessão 713
Os progressos de Cavalcanti filho 723
Haydée 732
Escrevem-nos de Janina 748
A limonada 762
A acusação 771
O quarto do padeiro reformado 776
O assalto 790
A mão de Deus 801
Beauchamp 806
A viagem 812
O julgamento 822
A provocação 834
O insulto 840
A Noite 848
O duelo 855
A mãe e o filho 865
O suicídio 871
Valentine 879
A confissão 885
O pai e a filha 895
O contrato 903
A estrada da Bélgica 912
A estalagem do sino e da garrafa 917
A lei 928
A aparição 937
Locusta 943
Valentine 948
Maximilien 953
A assinatura de Danglars 961
O Cemitério do Père-lachaise 970
A partilha 981
O covil dos leões 994
O juiz 1001
No tribunal 1009
O libelo acusatório 1014
Expiação 1021
A partida 1028
O passado 1039
Peppino 1049
A ementa de Luigi Vampa 1058
O Perdão 1064
O 5 de Outubro 1069