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Capítulo 40: O almoço

Página 394

- Talvez - respondeu Monte-Cristo sorrindo.

- Sr. Conde, não faz ideia do prazer que experimento ao ouvi-lo falar assim! - disse Morcerf. - Anunciei-o antecipadamente aos meus amigos como um homem fabuloso, como um encantador das Mil e Uma Noites, como um feiticeiro da Idade Média. Mas os Parisienses são pessoas de tal modo subtis em paradoxos que tomam por caprichos da imaginação as verdades mais incontestáveis, quando essas verdades não preenchem todas as condições da sua existência quotidiana. Por exemplo, temos aqui Debray que lê e Beauchamp que imprime todos os dias que assaltaram e roubaram no bulevar um membro do Jockey-Club; que assassinaram quatro pessoas na Rua Saint-Germain; que prenderam dez, quinze, vinte ladrões, quer num café do Bulevardo Templo, quer nas Termas de Juliano, mas que contestam a existência dos bandidos das Maremmes, da campina de Roma ou dos Pântanos Pontinos. Diga-lhes portanto pessoalmente, Sr. Conde, peço-lhe, que fui raptado por esses bandidos e que sem a sua generosa intercessão esperaria, segundo todas as probabilidades, actualmente, a ressurreição eterna nas catacumbas de S. Sebastião, em vez de lhe oferecer de almoçar na minha indigna casita da Rua Helder.

- Então! - exclamou o conde. - Tinha-me prometido nunca mais me falar dessa miséria!...

- Não fui eu, Sr. Conde! - protestou Morcerf. - Foi por ventura qualquer outro a quem terá prestado o mesmo serviço que a mim e que decerto confundiu comigo. Falemos, pelo contrário, peço-lhe. Porque se se decidir a falar desse caso, talvez não só me repita um pouco do que sei, mas também muito do que não sei.

- Mas parece-me - observou o conde, sorrindo - que o senhor desempenhou em todo esse caso um papel suficientemente importante para saber tão bem como eu o que se passou.

- Quer prometer-me, se eu disser tudo o que sei - propôs Morcerf -, dizer por sua vez tudo o que não sei?

- É justíssimo! - respondeu Monte-Cristo.

- Pois bem - prosseguiu Morcerf -, a despeito do meu amor-próprio, julguei-me durante três dias alvo das negaças de uma máscara, que tomava por qualquer descendente das Túlias ou das Popeias, quando na realidade era pura e simplesmente alvo das negaças de uma contadine. E observo que digo e contadine para não dizer camponesa.

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Capa do livro O Conde de Monte Cristo
Páginas: 1080
Página atual: 394

 
   
 
   
Os capítulos deste livro:
Marselha - A Chegada 1
O pai e o filho 8
Os Catalães 14
A Conspiração 23
O banquete de noivado 28
O substituto do Procurador Régio 38
O interrogatório 47
O Castelo de If 57
A festa de noivado 66
Os Cem Dias 89
O número 34 e o número 27 106
Um sábio italiano 120
A cela do abade 128
O Tesouro 143
O terceiro ataque 153
O cemitério do Castelo de If 162
A Ilha de Tiboulen 167
Os contrabandistas 178
A ilha de Monte-Cristo 185
Deslumbramento 192
O desconhecido 200
A Estalagem da Ponte do Gard 206
O relato 217
Os registos das prisões 228
Acasa Morrel 233
O 5 de Stembro 244
Itália - Simbad, o marinheiro 257
Despertar 278
Bandidos Romanos 283
Aparição 309
A Mazzolata 327
O Carnaval de Roma 340
As Catacumbas de São Sebastião 356
O encontro 369
Os convivas 375
O almoço 392
A apresentação 403
O Sr. Bertuccio 415
A Casa de Auteuil 419
A vendetta 425
A chuva de sangue 444
O crédito ilimitado 454
A parelha pigarça 464
Ideologia 474
Haydée 484
A família Morrel 488
Píramo e Tisbe 496
Toxicologia 505
Roberto, o diabo 519
A alta e a baixa 531
O major Cavalcanti 540
Andrea Cavalcanti 548
O campo de Luzerna 557
O Sr. Noirtier de Villefort 566
O testamento 573
O telégrafo 580
Meios de livrar um jardineiro dos ratos-dos-pomares que lhe comem os pêssegos 588
Os fantasmas 596
O jantar 604
O mendigo 613
Cena conjugal 620
Projetos de casamento 629
No gabinete do Procurador Régio 637
Um baile de Verão 647
As informações 653
O baile 661
O pão e o sal 668
A Sra. de Saint-Méran 672
A promessa 682
O jazigo da família Villefort 705
A ata da sessão 713
Os progressos de Cavalcanti filho 723
Haydée 732
Escrevem-nos de Janina 748
A limonada 762
A acusação 771
O quarto do padeiro reformado 776
O assalto 790
A mão de Deus 801
Beauchamp 806
A viagem 812
O julgamento 822
A provocação 834
O insulto 840
A Noite 848
O duelo 855
A mãe e o filho 865
O suicídio 871
Valentine 879
A confissão 885
O pai e a filha 895
O contrato 903
A estrada da Bélgica 912
A estalagem do sino e da garrafa 917
A lei 928
A aparição 937
Locusta 943
Valentine 948
Maximilien 953
A assinatura de Danglars 961
O Cemitério do Père-lachaise 970
A partilha 981
O covil dos leões 994
O juiz 1001
No tribunal 1009
O libelo acusatório 1014
Expiação 1021
A partida 1028
O passado 1039
Peppino 1049
A ementa de Luigi Vampa 1058
O Perdão 1064
O 5 de Outubro 1069