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Capítulo 1: Marselha - A Chegada

Página 4

- Como vê - disse Danglars -, já se julga comandante, como acabo de lhe dizer.

- E é-o de facto - redarguiu o armador.

- Sim, caso tenha o seu acordo e o do seu sócio, Sr. Morrel.

- E porque lhe não daríamos o lugar? - replicou o armador. - É novo, bem sei, mas parece-me capaz de desempenhar perfeitamente o cargo.

Passou uma nuvem pela testa de Danglars.

- Perdão, Sr. Morrel - disse Dantès, aproximando-se. - Agora que o navio já está ancorado, estou às suas ordens. Chamou-me, não é verdade? Danglars deu um passo atrás.

- Queria perguntar-lhe por que motivo se detiveram na ilha de Elba - respondeu Morrel.

- Ignoro-o, senhor. Cumpri apenas a última ordem do comandante Leclère, que ao morrer me entregou um pacote para o grande marechal Bertrand.

- Viu-o, portanto, Edmond?

- Quem?

- O grande marechal.

- Vi.

Morrel olhou à sua volta e puxou Dantès à parte.

- E como está o imperador? - perguntou vivamente.

- Bem, tanto quanto me foi dado julgar pelos meus olhos.

- Quer dizer que também viu o imperador?

- Entrou em casa do marechal quando lá me encontrava.

- E você falou-lhe?

- Bom, quem me falou foi ele, senhor - respondeu Dantès, sorrindo.

- E que lhe disse?

- Interrogou-me acerca do navio, de quando partia para Marselha, da rota seguida e da carga que transportava. Creio que se estivesse vazio e fosse meu a sua intenção seria comprá-lo.

Mas disse-lhe que não passava de um simples imediato e que o navio pertencia à casa Morrel & Filhos. «Ah! Ah!, conheço-a!, exclamou. «Os Morrels são armadores de pais para filhos e houve um Morrel que serviu no mesmo regimento que eu quando estive de guarnição em Valence.»

- Por Deus, é verdade! - exclamou o armador, contentíssimo. - Era Policar Morrel, meu tio, que foi capitão. Dantès, se disser ao meu tio que o imperador se lembrou dele, verá como o velho resmungão desata a chorar. Pronto, pronto - prosseguiu o armador, batendo amistosamente no ombro do rapaz -, fez bem, Dantès, em seguir as instruções do comandante Leclère e escalar a ilha de Elba, embora se se soubesse que entregou um pacote, ao marechal e conversou com o imperador, isso o pudesse comprometer.

- Em que quer o senhor que isso me comprometa - redarguiu Dantès -se nem sequer sei o que continha o pacote e o imperador só me interrogou acerca de coisas que perguntaria ao primeiro que lhe aparecesse? Mas, perdão - prosseguiu Dantès -, aí estão a sanidade e a alfândega. Dá-me licença, não é verdade?

- Claro, claro, meu caro Dantès.

O jovem afastou-se e, como ele se afastasse, Danglars tornou a aproximar-se.

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Capa do livro O Conde de Monte Cristo
Páginas: 1080
Página atual: 4

 
   
 
   
Os capítulos deste livro:
Marselha - A Chegada 1
O pai e o filho 8
Os Catalães 14
A Conspiração 23
O banquete de noivado 28
O substituto do Procurador Régio 38
O interrogatório 47
O Castelo de If 57
A festa de noivado 66
Os Cem Dias 89
O número 34 e o número 27 106
Um sábio italiano 120
A cela do abade 128
O Tesouro 143
O terceiro ataque 153
O cemitério do Castelo de If 162
A Ilha de Tiboulen 167
Os contrabandistas 178
A ilha de Monte-Cristo 185
Deslumbramento 192
O desconhecido 200
A Estalagem da Ponte do Gard 206
O relato 217
Os registos das prisões 228
Acasa Morrel 233
O 5 de Stembro 244
Itália - Simbad, o marinheiro 257
Despertar 278
Bandidos Romanos 283
Aparição 309
A Mazzolata 327
O Carnaval de Roma 340
As Catacumbas de São Sebastião 356
O encontro 369
Os convivas 375
O almoço 392
A apresentação 403
O Sr. Bertuccio 415
A Casa de Auteuil 419
A vendetta 425
A chuva de sangue 444
O crédito ilimitado 454
A parelha pigarça 464
Ideologia 474
Haydée 484
A família Morrel 488
Píramo e Tisbe 496
Toxicologia 505
Roberto, o diabo 519
A alta e a baixa 531
O major Cavalcanti 540
Andrea Cavalcanti 548
O campo de Luzerna 557
O Sr. Noirtier de Villefort 566
O testamento 573
O telégrafo 580
Meios de livrar um jardineiro dos ratos-dos-pomares que lhe comem os pêssegos 588
Os fantasmas 596
O jantar 604
O mendigo 613
Cena conjugal 620
Projetos de casamento 629
No gabinete do Procurador Régio 637
Um baile de Verão 647
As informações 653
O baile 661
O pão e o sal 668
A Sra. de Saint-Méran 672
A promessa 682
O jazigo da família Villefort 705
A ata da sessão 713
Os progressos de Cavalcanti filho 723
Haydée 732
Escrevem-nos de Janina 748
A limonada 762
A acusação 771
O quarto do padeiro reformado 776
O assalto 790
A mão de Deus 801
Beauchamp 806
A viagem 812
O julgamento 822
A provocação 834
O insulto 840
A Noite 848
O duelo 855
A mãe e o filho 865
O suicídio 871
Valentine 879
A confissão 885
O pai e a filha 895
O contrato 903
A estrada da Bélgica 912
A estalagem do sino e da garrafa 917
A lei 928
A aparição 937
Locusta 943
Valentine 948
Maximilien 953
A assinatura de Danglars 961
O Cemitério do Père-lachaise 970
A partilha 981
O covil dos leões 994
O juiz 1001
No tribunal 1009
O libelo acusatório 1014
Expiação 1021
A partida 1028
O passado 1039
Peppino 1049
A ementa de Luigi Vampa 1058
O Perdão 1064
O 5 de Outubro 1069