Procurar livros:
    Procurar
Procurar livro na nossa biblioteca
 
 
Procurar autor
   
Procura por autor
 
marcador
  • Sem marcador definido
Marcador
 
 
 

Capítulo 42: O Sr. Bertuccio

Página 416

- Que pobres mármores os desta antecâmara - observou Monte-Cristo. - Espero que me mandem substituir tudo isto.

Bertuccio inclinou-se.

Como dissera o intendente, o notário esperava na salinha.

Era uma respeitável figura de segundo ajudante de notário em Paris, elevado à dignidade intransponível de tabelião dos subúrbios.

- O senhor é o notário encarregado de vender a casa de campo que pretendo comprar? - perguntou Monte-Cristo.

- Sou, sim, Sr. Conde - respondeu o notário.

- A escritura de venda está pronta?

- Está, sim, Sr. Conde.

- Trouxe-a?

- Aqui está

- Perfeitamente. E onde fica essa casa que vou comprar? - perguntou negligentemente Monte-Cristo, dirigindo-se em parte a Bertuccio e em parte ao notário.

O intendente fez um gesto que significava: «Não sei.» O notário olhou Monte-Cristo com espanto.

- Como, o Sr. Conde não sabe onde fica a casa que vai comprar? - perguntou.

- Palavra que não - respondeu o conde.

- O Sr. Conde não a conhece?

- E como diabo a devia conhecer se cheguei de Cádiz esta manhã, nunca vim a Paris e é até a primeira vez que ponho os pés em França?

- Isso então é outra coisa - redarguiu o notário. - A casa que o Sr. Conde vai comprar está situada em Auteuil.

Ao ouvir estas palavras, Bertuccio empalideceu visivelmente.

- E onde fica Auteuil? - perguntou Monte-Cristo.

- A dois passos daqui, Sr. Conde - respondeu o notário. - Um pouco depois de Passy, numa situação encantadora, no meio do Bosque de Bolonha.

- Tão perto? - estranhou Monte-Cristo. - Mas isso não é campo.

- Eu?! - exclamou o intendente, com estranha precipitação. - Não foi a mim que o Sr. Conde encarregou de escolher essa casa. Digne-se o Sr. Conde recordar-se, procurar na memória, recorrer aos seus próprios apontamentos.

- Tem razão, agora me lembro! - disse Monte-Cristo. - Li um anúncio no jornal e deixei-me seduzir pelo título mentiroso: «Casa de campo.»

- Ainda está a tempo de desistir - interveio vivamente Bertuccio. - Se V. Ex.a me quiser encarregar de procurar noutro lado, arranjar-lhe-ei o que houver de melhor, quer em Enghien, quer em Fontenay-aux-Roses, quer em Bellevue.

- Não vale a pena - redarguiu Monte-Cristo, despreocupadamente. - Já que me saiu esta na rifa, ficarei com ela.

- E tem razão, senhor - declarou vivamente o notário, que receava perder os seus honorários. - É uma propriedade encantadora: muita água, bosques frondosos, habitação confortável, apesar de abandonada há muito tempo... sem contar com o mobiliário, que, por mais velho que seja, tem valor, sobretudo hoje que toda a gente procura antigualhas.

<< Página Anterior

pág. 416 (Capítulo 42)

Página Seguinte >>

Capa do livro O Conde de Monte Cristo
Páginas: 1080
Página atual: 416

 
   
 
   
Os capítulos deste livro:
Marselha - A Chegada 1
O pai e o filho 8
Os Catalães 14
A Conspiração 23
O banquete de noivado 28
O substituto do Procurador Régio 38
O interrogatório 47
O Castelo de If 57
A festa de noivado 66
Os Cem Dias 89
O número 34 e o número 27 106
Um sábio italiano 120
A cela do abade 128
O Tesouro 143
O terceiro ataque 153
O cemitério do Castelo de If 162
A Ilha de Tiboulen 167
Os contrabandistas 178
A ilha de Monte-Cristo 185
Deslumbramento 192
O desconhecido 200
A Estalagem da Ponte do Gard 206
O relato 217
Os registos das prisões 228
Acasa Morrel 233
O 5 de Stembro 244
Itália - Simbad, o marinheiro 257
Despertar 278
Bandidos Romanos 283
Aparição 309
A Mazzolata 327
O Carnaval de Roma 340
As Catacumbas de São Sebastião 356
O encontro 369
Os convivas 375
O almoço 392
A apresentação 403
O Sr. Bertuccio 415
A Casa de Auteuil 419
A vendetta 425
A chuva de sangue 444
O crédito ilimitado 454
A parelha pigarça 464
Ideologia 474
Haydée 484
A família Morrel 488
Píramo e Tisbe 496
Toxicologia 505
Roberto, o diabo 519
A alta e a baixa 531
O major Cavalcanti 540
Andrea Cavalcanti 548
O campo de Luzerna 557
O Sr. Noirtier de Villefort 566
O testamento 573
O telégrafo 580
Meios de livrar um jardineiro dos ratos-dos-pomares que lhe comem os pêssegos 588
Os fantasmas 596
O jantar 604
O mendigo 613
Cena conjugal 620
Projetos de casamento 629
No gabinete do Procurador Régio 637
Um baile de Verão 647
As informações 653
O baile 661
O pão e o sal 668
A Sra. de Saint-Méran 672
A promessa 682
O jazigo da família Villefort 705
A ata da sessão 713
Os progressos de Cavalcanti filho 723
Haydée 732
Escrevem-nos de Janina 748
A limonada 762
A acusação 771
O quarto do padeiro reformado 776
O assalto 790
A mão de Deus 801
Beauchamp 806
A viagem 812
O julgamento 822
A provocação 834
O insulto 840
A Noite 848
O duelo 855
A mãe e o filho 865
O suicídio 871
Valentine 879
A confissão 885
O pai e a filha 895
O contrato 903
A estrada da Bélgica 912
A estalagem do sino e da garrafa 917
A lei 928
A aparição 937
Locusta 943
Valentine 948
Maximilien 953
A assinatura de Danglars 961
O Cemitério do Père-lachaise 970
A partilha 981
O covil dos leões 994
O juiz 1001
No tribunal 1009
O libelo acusatório 1014
Expiação 1021
A partida 1028
O passado 1039
Peppino 1049
A ementa de Luigi Vampa 1058
O Perdão 1064
O 5 de Outubro 1069