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Capítulo 42: O Sr. Bertuccio

Página 417
Perdão, mas julgo que o Sr. Conde tem o gosto da sua época.

- Diga que ainda tenho - corrigiu Monte-Cristo. - É então aceitável?

- Oh, senhor, é melhor do que isso, é magnífica!

- Pronto, não percamos semelhante oportunidade – disse Monte-Cristo. - A escritura, por favor, Sr. Notário.

E assinou-a rapidamente, depois de deitar uma olhadela ao sítio onde figuravam a situação da casa e os nomes dos proprietários.

- Bertuccio, dê cinquenta e cinco mil francos a este senhor.

O intendente saiu com passo pouco firme e voltou com um maço de notas, que o notário contou como homem habituado a receber o seu dinheiro apenas depois de cumpridas todas as formalidades legais.

- E agora. está tudo em ordem? - perguntou o conde.

- Tudo, Sr. Conde.

- Tem as chaves?

- Estão em poder do porteiro que guarda a casa, mas aqui está uma ordem minha para as entregar ao novo proprietário.

- Muito bem.

E Monte-Cristo fez ao notário um sinal de cabeça que queria dizer: «Já não preciso de si, pode-se ir embora.»

- Mas - arriscou o respeitável tabelião - parece-me que o Sr. Conde se enganou: ao todo são apenas cinquenta mil francos.

- E os seus honorários?

- Estão incluídos nesta importância, Sr. Conde.

- Mas o senhor não veio de Autouil até aqui?

- Vim, sem dúvida.

- Nesse caso, deve-se-lhe pagar o incómodo - redarguiu o conde.

E despediu-o com um aceno.

O notário saiu às arrecuas e inclinando-se até ao chão. Era a primeira vez, desde que assumira as suas funções, que encontrava um cliente assim.

- Acompanhe esse senhor - ordenou o conde a Bertuccio.

O intendente saiu atrás do notário.

Assim que ficou só, o conde tirou da algibeira uma carteira com fechadura, que abriu com uma chavinha que trazia ao pescoço e de que nunca se separava.

Depois de procurar um instante, deteve-se numa folha de papel com alguns apontamentos, que confrontou com a escritura de venda que estava em cima da mesa, e, apelando para as suas recordações, murmurou:

- Auteuil, Rua de la Fontaine, n.º 28... É isto, não há dúvida. E agora, deverei confiar numa confissão arrancada pelo terror religioso ou pelo terror físico? Enfim, dentro de uma hora saberei tudo. Bertuccio! - chamou, batendo com uma espécie de martelinho de cabo dobrável numa campainha, que emitiu um som agudo e prolongado, semelhante ao de um gongo. - Bertuccio!

O intendente apareceu no limiar.

- Sr. Bertuccio, não me disse uma vez que já viajara em França? - perguntou o conde.

- Por certas partes da França, sim, Excelência.

- Conhece os arredores de Paris, sem dúvida?

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Capa do livro O Conde de Monte Cristo
Páginas: 1080
Página atual: 417

 
   
 
   
Os capítulos deste livro:
Marselha - A Chegada 1
O pai e o filho 8
Os Catalães 14
A Conspiração 23
O banquete de noivado 28
O substituto do Procurador Régio 38
O interrogatório 47
O Castelo de If 57
A festa de noivado 66
Os Cem Dias 89
O número 34 e o número 27 106
Um sábio italiano 120
A cela do abade 128
O Tesouro 143
O terceiro ataque 153
O cemitério do Castelo de If 162
A Ilha de Tiboulen 167
Os contrabandistas 178
A ilha de Monte-Cristo 185
Deslumbramento 192
O desconhecido 200
A Estalagem da Ponte do Gard 206
O relato 217
Os registos das prisões 228
Acasa Morrel 233
O 5 de Stembro 244
Itália - Simbad, o marinheiro 257
Despertar 278
Bandidos Romanos 283
Aparição 309
A Mazzolata 327
O Carnaval de Roma 340
As Catacumbas de São Sebastião 356
O encontro 369
Os convivas 375
O almoço 392
A apresentação 403
O Sr. Bertuccio 415
A Casa de Auteuil 419
A vendetta 425
A chuva de sangue 444
O crédito ilimitado 454
A parelha pigarça 464
Ideologia 474
Haydée 484
A família Morrel 488
Píramo e Tisbe 496
Toxicologia 505
Roberto, o diabo 519
A alta e a baixa 531
O major Cavalcanti 540
Andrea Cavalcanti 548
O campo de Luzerna 557
O Sr. Noirtier de Villefort 566
O testamento 573
O telégrafo 580
Meios de livrar um jardineiro dos ratos-dos-pomares que lhe comem os pêssegos 588
Os fantasmas 596
O jantar 604
O mendigo 613
Cena conjugal 620
Projetos de casamento 629
No gabinete do Procurador Régio 637
Um baile de Verão 647
As informações 653
O baile 661
O pão e o sal 668
A Sra. de Saint-Méran 672
A promessa 682
O jazigo da família Villefort 705
A ata da sessão 713
Os progressos de Cavalcanti filho 723
Haydée 732
Escrevem-nos de Janina 748
A limonada 762
A acusação 771
O quarto do padeiro reformado 776
O assalto 790
A mão de Deus 801
Beauchamp 806
A viagem 812
O julgamento 822
A provocação 834
O insulto 840
A Noite 848
O duelo 855
A mãe e o filho 865
O suicídio 871
Valentine 879
A confissão 885
O pai e a filha 895
O contrato 903
A estrada da Bélgica 912
A estalagem do sino e da garrafa 917
A lei 928
A aparição 937
Locusta 943
Valentine 948
Maximilien 953
A assinatura de Danglars 961
O Cemitério do Père-lachaise 970
A partilha 981
O covil dos leões 994
O juiz 1001
No tribunal 1009
O libelo acusatório 1014
Expiação 1021
A partida 1028
O passado 1039
Peppino 1049
A ementa de Luigi Vampa 1058
O Perdão 1064
O 5 de Outubro 1069